25
Jun17
As asas que me fazem voar (21)
Carolina Cruz
Se ele queria começar uma nova vida, ser uma nova pessoa, mostrar à filha que era uma pessoa de valores e um exemplo a seguir, tinha de agradecer a alguém que foi especial na sua vida, tinha de tentar pela última vez pedir-lhe desculpa… A Carol.
Deu-me um beijo na testa e seguiu caminho até sua casa. Lamentou não ter telefonado, porque sabia que ela não o aceitaria ali. Implorou por entrar e Carol acabou por ceder à sua entrada. Pegou-lhe nas mãos e pediu-lhe desculpa pelo homem que tinha sido no passado, sabia que as desculpas não mereciam ser aceites, mas ainda assim tinha ido fazê-lo.
Carol não afastou as suas mãos e serenamente perdoou-o. Tinha conhecido um rapaz, no grupo de apoio para pessoas vítimas da perda e iria casar-se.
- A minha vida voltou a ter o meu sorriso, acho que desta vez sou capaz de te perdoar.
Abraçaram-se.
- Sê feliz, Jack. Eu quero que sejas feliz. Eu também serei, sei que sim. O médico diz que o aborto não me afetará no futuro, se quiser engravidar de novo. Erámos jovens, podia culpar-te, e culpei-te… mas já não existe raiva dentro de mim, que não te possa perdoar!
- Obrigada. – disse ele.
A Vicky nasceu uma semana depois, Carol ficou a conhecê-la. Jack era um pai extremoso como sempre sonhou ser. Continuou a carreira, com o mesmo sucesso e canta-nos todas as noites a mesma canção… a que mudou a minha vida, ouvi-la é como ter asas que me fazem voar!
Sou feliz por tudo o que construi, pelo homem que mudei. Amar também é isso: agradecer.
(Fim)