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Gesto, Olhar e Sorriso

Palavras que têm vida.

31
Mar17

[Ficção] Desculpa

Carolina Cruz

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Todas as palavras que escreva para ti serão inúteis, eufemismos, hipérboles, idiotas, tudo isso. Porque de nada vale escrever-te agora que caí em mim e percebi que te perdi.
É verdade que o destino traz de volta o que é verdadeiro e nosso, mas não compreendo. Se essa for a verdade, esquece, porque eu já não te mereço. Perdi tudo em troca de um sonho e esse sonho foi efémero e foi quando ele se esvaiu, que caí na realidade – tu também foste com ele.
Por isso é idiota dizer que há destino, que Deus toca na nossa vida e nos escolhe o caminho, ou ainda que tudo existe por uma razão. É inútil pensar isso, tal como escrever para ti. Ainda assim eu acredito, ainda assim eu escrevo. Sou mesmo inútil não sou? Não adianta pedir desculpa. Sou tão fraca, como dizia que os outros eram quando perdiam. Tristeza, eu é que sou uma verdadeira vergonha, a tua vergonha e, hoje, o teu passado.
Como é pude trocar-te por tudo o que desejava? Porque não te desejei a ti? É tão fácil partir, agora sei quanto te custou ficar.
Ainda recordo a minha frieza ao dizer-te “acabou” e os teus olhos cheios de lágrimas penetravam os meus, ainda assim eu fui indiferente, como é que pude? Como consegui?
Não digam que os homens são todos iguais, nós também podemos sê-lo, eles também têm o direito a dizê-lo, porque nós também lhes quebramos a alma, lhes partimos o coração.
Não sei como consegui deitar-me com essa imagem, como é que eu fui pensar que não me farias falta ou que já não te amava.
Não vou dizer mais nada, embora me apeteça dizer-te que não me esqueci de todos os momentos que partilhámos, de todos os sorrisos e todos os beijos intensos, do teu corpo beijando o meu, do prazer e da loucura que era deitar-me contigo e acordar do teu lado.
Bem, esquece. Mereces o melhor e eu não te dei o meu.
Desculpa.

 

 

30
Mar17

[Cinema] The light between oceans

Carolina Cruz

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“The light between oceans” é, como tenho vindo a dizer, um filme incrível, forte, soberbo.
Fala com a nossa consciência e a sua moral é simples, num filme tão intenso e complexo.
A verdade é que existem erros que mudam toda a história de uma vida, os erros principais desta trama mudam o rumo da vida de meia dúzia de pessoas, todas elas, claramente ligadas entre si.
Erros esses que são tidos como imperdoáveis, mas é aqui que podemos falar sobre a moral deste filme e também sobre o perdão.
Jamais conseguiremos viver em paz e com um sorriso, felizes connosco mesmos sem nos perdoarmos a nós mesmos e aos outros.
Este é um filme não só de reflexão, mas que nos deixa intrigados – afinal, podemos nós fazemos juízos de valor perante o sofrimento de alguém?
Uma história dramática, de amor intenso, que entrou diretamente para o meu top de filmes.
Vejam, na minha opinião vale realmente a pena.

 

 

29
Mar17

Anota

Carolina Cruz

Se vens para me amar, anota (por Carolina Cruz).jp

 

Se um dia quiseres casar comigo, se um dia vieres para me amar. Aprende, anota, fixa bem, senão jamais te pertencerei, jamais terás o meu amor.

Eu serei a tua mulher, aquela que te irá amar incondicionalmente, se me respeitares então terás o mundo, no teu abraço eu serei aquela que permanecerá para sempre, até olhar nos teus olhos e os verem partir, ou vice-versa. Hei-de ser aquela que tu terás orgulho, que te apoiará, que estará lá para (quase) tudo.
Quando digo quase, quero dizer-te que, se me vires como apenas a tua mulher então eu não serei nada realmente, então não merecerás o meu amor, nem tão pouco a minha compreensão.
Posso ser substituível, infelizmente todos podemos sê-lo, numa altura ou outra da vida. No entanto, se sou assim tão substituível prefiro não ser rigorosamente nada para ti.
Porque se me queres pertencer um dia, fica a saber que eu não sou mais uma que entra na tua vida, que não sou uma medalha, uma escrava tua, ou um objeto ou objetivo em que usas como capricho, eu não sou o teu apêndice, não viverei apenas para ti, ou para te seguir ou seguir as tuas ordens.
É isto que te quero escrever, porque se me quiseres realmente, de peito aberto, quero que saibas que eu também tenho defeitos e problemas, mas que não me faço de vítima, que sou uma mulher e não apenas e só do sexo feminino, tenho amor-próprio e não vais ser tu que me fazes querer matar ou morrer por alguém. Se me amares, antes disso respeita-me enquanto pessoa e então terás o que vou querer dar-te: todo o meu amor, não a minha escravidão ou prisão, mas o que sou, sem rodeios, sem receios, o melhor de mim.

 

 

28
Mar17

[Ficção] Eu nunca perdoaria?

Carolina Cruz

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«Estou aqui, abre a porta.»
O meu coração batia com força. Ele estava ali à minha frente. Sem rosas ou chocolates, apenas com desculpas, com vontades, com mil perdões. Os seus olhos azuis imploravam perdão e o seu sorriso era encantador. Como podia um rapaz ter tanto de mim na sua alma?
Ele dizia ter sido um idiota, que não havia mulher que mais amasse, por mais que desse a volto ao mundo não haveria rapariga mais bonita, mais especial, que eu era perfeita para ele. As paixões que tivera não se igualaram à minha presença, à marca que deixara no seu coração, porque eu não era banal como as outras, não me deixava ir tão facilmente, era forte e não mais uma. Eu era a tal.
Pedia desculpa por só agora ter visto tudo isso, que não merecia uma segunda oportunidade, que era uma besta. As suas lágrimas corriam pelo rosto, ainda que não quisesse chorar. O seu sorriso envergonhado fez-me abraçá-lo.
É estúpido quando não estando na situação dizemos “eu nunca perdoaria”, talvez tenha dito também, mas há perdões feitos que valem a pena toda a vida, apercebi-me disso naquele dia. Tudo o que ele tinha dito, tudo o que tinha feito, naquela hora não me importava, as suas lágrimas diziam tudo, falavam sobre si, sobre nós, sobre o amor intenso que sempre houvera entre nós.
Aquele abraço durou o tempo suficiente para ambos chorarmos, para curar e colar todos os pedacinhos partidos, chorar e sorrir, beijar muito, abraçarmo-nos de novo e entrelaçámos as mãos para toda a vida.
Por vezes precisamos de abrir os olhos e ver que, num instante, podemos perder o amor da nossa vida, ele percebeu que eu era o dele, pois não houve mais ninguém na sua vida até então.
 
 

 

 

 
 

 

27
Mar17

[Cinema] Meet my valentine

Carolina Cruz

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“Meet my Valentine” é um filme que joga com o humor e o drama e que nos faz pensar: “o que faríamos ou sentiríamos se o nosso fim estivesse perto e nós soubéssemos disso?”.
Tom, um pintor e um homem atarefado, com uma mulher e uma filha maravilhosas e uma vida de sonho, descobre que tem um tumor cerebral irreversível e o seu primeiro pensamento é arranjar um sucessor, um pai para a sua filha, um homem para a sua mulher.
Conseguirá ele resistir a todas estas adversidades que o coração lhe traz? Quanto não custará entregar a sua vida a alguém em troco de uma garantia de proteção e amor aos seus após partir?
Nós podemos escolher o nosso destino, mas não podemos fazer ou querer criar o destino dos outros.
Tom conta os segundos, os minutos, e as incertezas de que amanhã será um novo dia ou o último, a intensidade com vive esses mesmos momentos é cada vez maior, entre lágrimas, gargalhadas e amor, este rapaz percebe que não está certo, que não é altura para partir, que não consegue ser forte o suficiente para terminar tudo…
Quanto tempo lhe resta? Que destino escolherá ele para a sua mulher? Ou para sua morte? Vejam, porque dá (muito) que pensar!

 

26
Mar17

[Ficção] Não quero saber

Carolina Cruz

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Podes vir dizer o que bem quiseres do passado dele, de quem ele foi, de como foi. Mesmo que queiras omitir o que tu foste, quem ou como foste para ele. O que passou passou. Não quero saber. Eu recebi-o de braços abertos, com feridas abertas também, conheci o passado que ele me contou. O teu eu não quero saber, ou melhor – o vosso. Passou. Sei que ele saiu magoado, que tu também, que tens o teu lado, ele também. Eu permaneço ao lado dele, do lado dele, e ainda que possas querer-me dizer algo para me alertar, eu não vou querer ouvir. Eu sei que ele permanece comigo, que é ele quem eu quero, que sou eu quem ele quer, e então queremos mais nada, nada mais importa.
Eu recebi-o, com o teu passado ainda por fechar, mas houve algo que em mim o marcou, sem rodeios eu tornei-me na sua melhor amiga, muito antes de ser sua namorada, permaneci a sê-lo e só assim vale a pena. Foi isto que não preservaste, esse lado (tão) bom, a sua amizade, o seu jeito genuíno de ser. Apenas soubeste idolatrá-lo, querer dele tanto o quanto ele não te podia dar, encheste-o de seduções e ciúmes e o que lhe faltava realmente era um ombro amigo, uma verdadeira amiga. Só assim as relações valem a pena e só assim é que elas duram, porque não é o sexo que as mantém mas a amizade.

 

 

25
Mar17

[Ficção] Dentro da minha cabeça

Carolina Cruz

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Armo-me em forte quando passas por mim, sinto-me altiva, despreocupada, indiferente. No entanto, quando viras costas é quando tudo em mim desaba. Sabes que dentro dessa forma despreocupada o meu corpo treme ao olhar-te, toda eu estremeço ao querer-te de volta, nem que fosse apenas como amigo.
Dentro da minha cabeça tudo acontece, milhares de coisas se movem e na tua ausência choro, choro muito. E ainda que não queira, apetece-me dizer-te que, apesar de tudo, de toda a parvoíce, a irresponsabilidade, a tua indiferença e para mim desapontamento, desilusão, eu ainda te amo, ainda te quero, talvez ainda da mesma forma que queria quando estava sob o teu abraço. É isso que me faz falta. O teu abraço. Dói-me ver-te por aí, com esse teu ar descontraído, feliz, como se não precisasses mais de mim para viver. Será que, tal como eu, isso é apenas uma defesa? Uma máscara onde escondes as tuas lágrimas? Não quero omitir-te mais, magoaste-me sim, mas o amor é mesmo isto, não é? Perdoar, se me quiseres de volta.
Merda, que se lixe o mundo, quero mesmo o teu sorriso de volta, a beijar o meu.

 

 

24
Mar17

Para toda a vida

Carolina Cruz

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Vem devagarinho, bem devagarinho, com esse sorriso que me mata de desejo. Vem, abraçar-me, matar todas as saudades que eu tinha tuas.
O meu corpo há muito que não se encontrava com o teu, a sede de viver em ti é cada vez maior, o desejo afasta-me da realidade, já só anseio momentos de ficção, como no cinema, como que uma atração fatal.
Deixas-me louca, não por esse anseio total de mera paixão, mas por todo o amor que em ti nasce quando os teus olhos me olham de verdade, quando as tuas mãos me tocam com sentido. Deixas-me louca, não quando me despes a roupa, mas quando me conheces debaixo da minha própria pele e me curas esta minha alma nua.
Tu não és um qualquer, não és igual a todos os outros, a tua temperatura permanece no meu corpo para sempre, exatamente pela forma como me amas, como tornas tudo no melhor que a vida me pode dar. Contigo aprendi que cada momento nosso é já, por si só, um puro prazer, e os nossos corpos unidos e a sua vibração é um complemento dessa forma de viver tão esplêndida.
Contigo aprendi que amar é muito mais que a palavra ou o sentido e que o sexo é apenas e só mais uma razão para dizer que te amo com todas as minhas forças, e de corpo inteiro. Pois, amar-te é querer-te, independentemente de tudo e, para toda a vida.

 

 

 

 

 

 

23
Mar17

[Cinema] Capítulo 27

Carolina Cruz

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“Capítulo 27” tem uma história delicada, uma história que marcou o mundo, uma história que é verdadeira e fala sobre a morte de uma lenda – John Lennon.
A imagem que este filme passa para quem o vê, na minha opinião, é impressionante. Vê-se realmente bem a entrega de Jared Leto ao papel mais complicado da trama (papel principal) na pele de Mark Chapman (o assassino de Lennon).
Mark é um homem que se dizia fã da banda tão aclamada na qual John Lennon pertencia (The Beatles, nem é preciso dizer). Apresentou-se muitas vezes à porta dele para poder conhecê-lo, era o seu sonho. Até ao dia em que ao ler assuntos íntimos que Lennon confessara numa entrevista incutiu para si mesmo, que o homem dito o rei da paz e da harmonia, mais a sua Yoko, não passava de uma fraude e horas após conseguir o seu disco autografado, Mark pôs fim à vida de uma lenda.
Muitas pessoas diziam que o seu assassino o matara para ter a sua vida ligada para sempre à do cantor, há quem diga que foi para tê-lo para si. No entanto, Mark confessou na vida real, que achava que ao matar Lennon se tornaria alguém, dizia que ouvia vozes que o faziam o cumprir o seu ato, encarnando Holden (um jovem revoltado) do livro “O apanhador no campo de centeio”.
Hoje em dia Mark continua preso, embora tenha pedido várias vezes libertação, todas foram negadas, sendo que a sua sentença será avaliada novamente para o ano (2018).
Quanto a Jared Leto, um ator incrivelmente camaleónico, confessou que este filme mexeu bastante com o seu íntimo e com a sua autoestima. São visíveis as parecenças com o assassino, tendo Jared engordado 18 quilos para encarnar a personagem, 18 quilos que o mesmo dizia ser uma vergonha, que lhe provocou vários problemas durante as gravações.
Vejam este filme intenso e perturbador que conta a história do homem que chocou o mundo, que pôs fim à vida do ídolo de milhares de pessoas, um homem crente na paz que teve um destino infeliz e precoce.

 

 

22
Mar17

[O teu olhar] Deixa-me

Carolina Cruz

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Por favor. Imploro-te. Deixa-me sair, conhecer o mundo por mim mesma. Eu sei que vou errar, quem não o faz? Sou um ser humano e se me deixares para sempre nesta redoma então eu falharei sempre, não serei ninguém, rigorosamente ninguém que valha a pena, nem para mim, muito menos para o mundo.
Deixa-me ir, eu vou ser sempre a tua menina, não é por partir que te deixo por inteiro. A tua vida começa quando sais da tua zona de conforto. Sempre te disse e tu devias saber, mas não queres.
O mundo nunca te conhecerá nem tu conhecerás o mundo se viveres fechado nesse canto, amedrontado com medo de viver. Isso é tão inútil, mas tu não imaginas, achas sempre que serás mais feliz se viveres na solidão.
Já que não admites, deixa-me ao menos admitir que eu já sou crescida o suficiente para fazer as minhas escolhas, que embora me possa arrepender mais tarde, o problema é meu, o mundo está ali, do lado de fora. E embora com tantas contrariedades ao belo, eu ainda acredito que há tanta coisa boa e bonita por desvendar.
Deixa-me ir, eu não sei como vou ser feliz, mas vou caminhar, até lá momentos e experiências me mostrarão que a felicidade está no caminho traçado e não na chegada ou na vitória.
A vida é uma viagem, deixa-me entrar nela. Deixa-me ir, até amanhã ou assim sendo, até um dia.

 

 

(Fotografia da autoria de Ana Rafael)

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