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Gesto, Olhar e Sorriso

Palavras que têm vida.

30
Jun17

[Resenha Literária] 20 danças

Carolina Cruz

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“20 danças” é, sem dúvida alguma, um livro juvenil bastante original, diferente, ousado e divertido.
Como o título indica são 20 danças, 20 contos escritos por 20 autores diferentes. Entre eles John Green, autor de que sou fã e que me levou a comprar o livro.
Uma vez que este não é um livro comum, com uma história seguida, mas sim, com vários contos, histórias e escritas diferentes, é difícil fazer-lhe uma crítica geral, ou dar uma cotação que seja justa.
Quero com isto dizer que, destas vinte danças, adorei umas, amei outras, não percebi o sentido de algumas e odiei umas quantas. Mas sinceramente, diverti-me a lê-lo, pois fez-me recordar os tempos do secundário, os amores perdidos, os amores platónicos, os primeiros beijos, as primeiras bebedeiras, os amigos que ficam para sempre e aqueles que mais tarde nem iremos sequer ligar para dar os parabéns.
O baile de finalistas é o final de muitos anos para contar e ao mesmo tempo um começo de um futuro mais adulto, mais responsável. O baile de finalistas coloca um fim aos tempos que dizem ser os melhores da nossa vida.
Como já disse este é um livro para jovens, tem contos para todos os gostos, uns são de fantasia, outros falam de amor, família, bebedeiras, amizade, erros e idiotices, aborda a homossexualidade e assuntos sérios também.
Tenho pena que nem todos os contos tenham sido traduzidos para português, porque o livro original tem 21 contos.
Leiam e formem a vossa opinião, acho que apesar de tudo vão gostar de o ler.
Até porque o autor que me fez trazer o livro para casa tem, na minha opinião, um conto dos mais divertidos, senão o melhor. É com John Green que o livro termina!

29
Jun17

[Cinema] O Herói de Hacksaw Ridge

Carolina Cruz

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Cobarde não é aquele que não aceita as leis, cumprindo os seus ideais. Cobarde é aquele que não vê que certas leis precisam de ser quebradas para nosso bem.
Doss foi um homem tido como cobarde. Tendo o sonho de ser médico, sonho esse que foi adiado por ter de se alistar. Doss aceitou a guerra, mas com um único objetivo – não matar, mas cuidar.
Doss, um homem religioso, jovem, segundo todos os companheiros – enfezado – não aceitou pegar em nenhuma arma para matar. Por isso foi espezinhado, gozado, torturado e espancado e, quando todos pensavam que ele desistiria, Doss permaneceu fiel a si mesmo. Conseguiu desafiar o exército norte-americano e seguir para a Segunda Grande Guerra sem qualquer monição em sua defesa, mas sim como médico.
Em defesa dos outros sempre se manteve predisposto, salvando assim milhares de vidas. E, o outrora cobarde foi glorificado, medalhado e honrado, tornando-se um verdadeiro herói vivo – o Herói de Hacksaw Ridge.
Uma história verídica, que nos faz refletir. Qualquer que seja a nossa religião, acreditemos ou não em Deus, este filme leva-nos a acreditar na arte do bem-fazer e nos corações nobres e poderosos!
Vejam, vale mesmo a pena!

 

 

28
Jun17

[Completas-me] Com Letícia Brito

Carolina Cruz

Bom dia! :)
Hoje estou grata por poder partilhar a escrita com uma pessoa super talentosa de que já vos falei: a Letícia Brito, autora do livro "nos braços do vagabundo". A Letícia é uma querida e foi um prazer partilhar este "completas-me" com ela. Espero que gostem!

 

«Foram quarenta comprimidos, exatamente, quarenta. Embora, eu só me recorde dos vinte primeiros. Depois disso, luzes, muitas luzes colocadas em mim, os meus olhos inchados pelas lágrimas, a visão turva. Médicos. Não sei o número exato, mas creio que eram bastantes, estudavam-me como se eu fosse uma raridade, mas eu sei, no profundo de mim, que já assistiram a outras cenas como estas; jovens a tentarem estrangular a vida na flor da idade. Macas. O barulho ensurdecedor de macas a passearem de uma ponta à outra da ala psiquiátrica do hospital. Vozes. Muitas vozes. Algumas que me segredavam ao ouvido que tudo ficaria bem e outras que me gritavam que eu era um caso perdido. Sombras. Muitas sombras. Deambulavam perdidas ou talvez perdida estivesse eu. Rodeavam-me e convidavam-me a seguir com elas. Debati-me durante horas, com um tubo que uma enfermeira rabugenta me enfiou do nariz ao estômago, que me arranhava a garganta, me impedia de falar e consequentemente de respirar. E as sombras estavam lá, tentavam dar-me a mão, sugavam-me as poucas forças que me restavam e ela chegou; um manto negro sobre os ombros, tombava-lhe ao longo do corpo magro e cansado, os olhos negros, tão negros como a noite mais triste que o inverno presenciou no meu peito, os olhos brilhavam, orbitavam, clamavam. Só lhe escutava a voz e via o brilho intenso que emanava dos seus olhos negros, mas a cara, não a vi, talvez fosse o excesso de medicação, talvez fosse efeito do carvão ativado no meu corpo, talvez fosse o sono a pesar, ou qualquer outra coisa. Ela segredou-me ao ouvido: «está na hora», oh se estava, regozijei-me no leito da minha quase-morte por finalmente ter chegado a hora, então por breves momentos, estendi-lhe a mão e caí num sono profundo, não sei se ela me levou, não sei estou a sonhar, não sei se este é o inferno ou o céu. Ouço gritos ao meu redor. Ouço a minha mãe em prantos. Ouço tudo. E não sinto mais nada. Ainda não sei onde estou. Eu queria tanto que esta hora chegasse, mas enquanto balanço nesta linha ténue entre a vida e a morte, eu queria tanto pedir-te perdão.»

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Eu queria realmente pedir-te perdão, mas não sei se ainda vou a tempo… Não sei se vou a tempo de dizer que te amo, que toda a infantilidade que tive foi para te proteger, para não te magoar, para te dizer sem palavras que mereces melhor que eu, melhor que alguém que ao contrário de desejar viver a teu lado, deseja a morte… mas tudo isso foi em vão.
Se eu pudesse voltar atrás no tempo, se eu pudesse ver a vida com outros olhos, agora que a morte quase me toma e eu revejo o que vivi tudo num piscar de olhos, pedir-te-ia para ficares, para me aturares, mesmo quando eu não me entendia. Pedir-te-ia para agarrares nas minhas mãos e me amares com todos os meus defeitos e eu sei, que foi tudo isso que tu fizeste, foi por tudo isso que lutaste e eu deixei-te preso a mim enquanto te soltava e te assaltava com as minhas ideias malucas, disse para tu partires quando eu mesmo queria que ficasses.
Sou ingrata não sou? Burra também, por ter querido ficar sozinha, fui eu que quis, fui eu que nos coloquei nesta situação… Eu só queria sentir a tua mão, poder renascer de novo.
Se eu pudesse sair deste primeiro término, deste pedaço pequeno de morte, eu tratar-me-ia e trataria também de te pedir perdão, de acreditar que a vida é uma bênção e agarraria a tua mão, ouviria contigo aquela música que toca apenas para nós dois…
Mesmo neste instante consigo cantá-la… Neste instante consigo ouvi-la, consigo ouvir-te a cantá-la e pedacinhos de mim florescem, acreditam que a luz que vejo agora não pertence à minha partida, abro os olhos e vejo de novo o mundo e tu dás-me a mão, estás aí, desse lado, do meu lado, a implorar-me que volte para os teus braços, não é um sonho, estou viva, posso-te abraçar, o amor é um milagre, o amor salvou-me, o amor irá salvar-me para sempre.
Agora posso pedir-te perdão, a ti e à vida. E agradecer, ser grata.

27
Jun17

[Cinema] Brothers

Carolina Cruz

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Os homens que partem para a guerra, são heróis. Não porque fazem o bem, porque o bem é, neste caso, muito relativo. Mas são heróis porque se sujeitam a morrer pela pátria, pelo seu país, são heróis pela força interior que consomem, que possuem.
No entanto, muitos deles sofrem grandes perdas, tal como as suas famílias. Perdas não significa apenas morte, morremos por dentro quando algo deixa de viver em nós. Neles morre a felicidade, surge a culpa. Vem o medo, a depressão e a desconfiança.
Sam é enviado para o Afeganistão, deixando a sua mulher Grace e as suas duas filhas. Quando é destacado para a guerra, o seu irmão Tommy deixa a prisão. Tommy é odiado pela sua família.
No entanto, tudo muda quando Sam é dado como morto. Tommy, sentindo o peso da responsabilidade, altera a sua forma de viver, prometendo cuidar da mulher e das filhas do seu adorado irmão. É aqui que as questões mais mediáticas deste filme surgem.
Estará Sam realmente morto? O que acontecerá na sua ausência?
O que perdoaríamos após a nossa morte? O que perdoaríamos à nossa mulher, filhas ou irmão? Como regressar? Como viver depois de tudo?
Vejam e tirem todas as dúvidas!

 

 

26
Jun17

[Simplicidades da vida] Teatro

Carolina Cruz

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Encarnar e viver a pele de outro alguém não é fácil, é preciso estudar.
Muitos julgam que é feito com uma perna às costas, mas não. Precisamos de conhecer quem somos em palco ou que pessoa vai viver em nós.
Depois vem a ansiedade, o nervosismo, os textos para decorar, as roupas e a procura da melhor performance.
As escadas para o palco parecem enormes, mas quando as piso é como se me transformasse, a minha vida não importa mais, não existe, vivo na pele de outro alguém.
As personagens ao meu redor fazem tudo tornar-se no sonho.
O público é o consciente de que tudo está a acontecer.
Mais uma história termina, uma moral contada, milhares de pensamentos e reflexões e… o mais importante: a salva de palmas. Que faz, então, tudo valer a pena!

25
Jun17

As asas que me fazem voar (21)

Carolina Cruz

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Se ele queria começar uma nova vida, ser uma nova pessoa, mostrar à filha que era uma pessoa de valores e um exemplo a seguir, tinha de agradecer a alguém que foi especial na sua vida, tinha de tentar pela última vez pedir-lhe desculpa… A Carol.
Deu-me um beijo na testa e seguiu caminho até sua casa. Lamentou não ter telefonado, porque sabia que ela não o aceitaria ali. Implorou por entrar e Carol acabou por ceder à sua entrada. Pegou-lhe nas mãos e pediu-lhe desculpa pelo homem que tinha sido no passado, sabia que as desculpas não mereciam ser aceites, mas ainda assim tinha ido fazê-lo.
Carol não afastou as suas mãos e serenamente perdoou-o. Tinha conhecido um rapaz, no grupo de apoio para pessoas vítimas da perda e iria casar-se.
- A minha vida voltou a ter o meu sorriso, acho que desta vez sou capaz de te perdoar.
Abraçaram-se.
- Sê feliz, Jack. Eu quero que sejas feliz. Eu também serei, sei que sim. O médico diz que o aborto não me afetará no futuro, se quiser engravidar de novo. Erámos jovens, podia culpar-te, e culpei-te… mas já não existe raiva dentro de mim, que não te possa perdoar!
- Obrigada. – disse ele.
A Vicky nasceu uma semana depois, Carol ficou a conhecê-la. Jack era um pai extremoso como sempre sonhou ser. Continuou a carreira, com o mesmo sucesso e canta-nos todas as noites a mesma canção… a que mudou a minha vida, ouvi-la é como ter asas que me fazem voar!
Sou feliz por tudo o que construi, pelo homem que mudei. Amar também é isso: agradecer.
 
(Fim)
24
Jun17

As asas que me fazem voar (20)

Carolina Cruz

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O mês passou, o estágio terminou.
Lá estava eu, lá estava ele, nós, juntos. A minha mão na sua, os seus lábios no meu pescoço. Um sorriso a medo e uma confissão.
Um abraço terno e lágrimas a correr pelo rosto de ambos.
- Nem consigo imaginar como pode ser bom o nosso futuro. Não tenhas medo, eu disse que mudei, seremos uma família feliz. A família mais feliz do mundo.
» Malta, vou ser pai! – gritou para os colegas de palco e som.
E abraçou-me de novo… Não continha as lágrimas, não caía de contente.
Os concertos continuavam numa agitação total e sempre que podia era a sua parceira musical. Era mágico, a barriga a crescer, sentir os seus pezinhos, a mão do Jack na minha barriga, as lágrimas que se enchiam nos seus olhos… Era uma menina e demos-lhe o nome de Victória. A nossa vitória, a vitória das nossas vidas. Havia em Jack um homem renovado, era visível, era um adulto responsável, um ser humano extraordinário.
- Obrigada por acreditares em mim, obrigada por me dares uma segunda vida e uma segunda oportunidade…
- Espera… - disse-lhe. – há uma coisa que eu quero que faças… por ti.
- O quê? – perguntou-me

(continua...)
 
 

 

23
Jun17

As asas que me fazem voar (19)

Carolina Cruz

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Fez-se luz em mim… A nossa última noite… Os enjoos, a vontade de chorar e de dormir…
Desloquei-me à farmácia e fiz o teste.
O medo tomou conta de mim, de novo… Eu estava grávida… Como iria ele reagir?
Tive medo a dobrar, mesmo que fosse idiota, vinha-me à memória tudo aquilo que acontecera com a sua ex-mulher. Ele ia voltar a ser pai… Será que desta vez ele iria merecer o seu amor?
Faltava um mês para o estágio terminar. Omiti durante esse mês que trazia um filho seu na minha barriga. Um mês não iria fazer diferença, um mês não iria haver assim tanta mudança no meu corpo. Escondi para poder também assentar ideias, para fazer-me acreditar que merecíamos isto, que este filho ia ser amado, que embora não planeado, seria a nossa felicidade comum, o nosso amor maior… eu pensava nisso, mas o seu passado não me saía da cabeça…

(continua)

22
Jun17

As asas que me fazem voar (18)

Carolina Cruz

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Trocávamos mensagens todos os dias. Ele ia-me contando par e passo de tudo o que acontecia, tudo o que fazia, como corriam os concertos e eu falava sobre o estágio.
Sentia-me ansiosa a cada mensagem que chegava. Não conseguia compreender o meu corpo porque eu não estava assim tão nervosa. Estava a correr tudo bem connosco. No entanto, sentia-me enjoada todos os dias com uma ansiedade tamanha.
Jack dissera-me que no dia em que chegara, muito antes de pensar em ir falar com a Jade, ela foi falar com ele com a intuição de se despedir, pediu-lhe desculpa pela merda que tinha feito ao contar-me tudo. Disse ter outro projeto, para ele não se preocupar, ficaria bem, deu-lhe um abraço e agradeceu-lhe pelo que, apesar de tudo, ele tinha feito por ela.
“Vês? Tudo irá compor-se. Tudo será nosso. Acaba o estágio. E serás a minha próxima violoncelista… aceitas?”
Ao ver aquela mensagem, um misto de sensações me invadiu, tinha vontade de chorar, de sorrir e o que fiz foi vomitar. O que se passava comigo? Seria medo de estar errada em aceitar um novo começo? Um novo Jack?

(continua...)

21
Jun17

As asas que me fazem voar (17)

Carolina Cruz

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Eu teria de ficar mais um tempo, pelo menos até terminar a fase do estágio e ele tinha de continuar os concertos.
- Eu prometo que volto, quando a minha vida arrumada estiver arrumada. Vou falar com a Jade. - disse-me ele.
- Não! Não lhe faças mal… Quero dizer, não lhe tires um futuro melhor… Eu não quero isso para ela…
- Vês? É por isso que eu gosto tanto de ti, és diferente, fazes com que o mundo se torne num lugar melhor. Não te preocupes eu vou fazer o melhor para todos. Acredita em mim, também eu me tornei num homem melhor.
E eu acreditava. Abracei-o, de forma apertada. Despedir custou-me. Despedimo-nos com um beijo intenso, carregado de tanto sentido e sentimento, que ainda hoje ainda não o consigo definir.
Ele partiu, eu fiquei.

(continua...)

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