O que é o amor? É o respeito, o companheirismo, a certeza, a amizade… É a ausência de arrogância, de agressão, de autoritarismo, de segredos. O amor é simplesmente isso. O querer alguém do nosso lado, se possível para toda a vida. Amor é acreditar que essa pessoa é o melhor de nós e que damos também o melhor a essa pessoa. É sentirmos que estamos realizados, é acordar de manhã e sorrir, pensar: é um novo dia para amar, olharmos para quem está ao nosso lado e sorrirmos. Amar é mostrarmos quem somos sem rodeios, quem nos ama, amar-nos-á por essa razão: sermos quem somos. O amor não tem rosto, não tem forma, feitio ou idade. Porque haveria de ser apenas entre homem e mulher? Chega de hipocrisias, chega de mãos que se levantam, bocas que condenam, venham mais corações para amar, para sentir, para estar, para ser, para ficar. O amor é tão simples, o ser humano é que o condena, faz dele uma sentença, complica, amarra-o. O amor é livre. Assim sendo… nada mais há a fazer se não amar. Amar, inteiramente, completamente, sem medos, quem está ao nosso lado.
Não me obrigues. Eu não preciso de dizer o que sinto. Eu não quero dizer o que sinto. Tu sabes, se me amas entender-me-ás através dos meus olhos, que embora estejamos juntos, temos de terminar. Não me perguntes porquê, não quero dizer-te, sei que a verdade magoa menos que esta ausência de justificações mas por te amar é que insisto em não querer dizer-to. Desculpa, sei que estou a ser injusto e injusto é uma palavra pequena demais para a cobardia que estou a sentir. Estou a ser egoísta, estou a pensar apenas e só em mim, mas fica a saber que é para tua proteção. Sei que a verdade seria melhor, que estarmos juntos era o que seria certo, mas não posso. Omito tudo o que fui, mas não me esqueço no que me tornei quando estive contigo, nunca me vou esquecer. Podes crer que é real este amor, mas há segredos que não posso desvendar, há segredos que são maiores do que a minha verdade. Acredito que, quando tudo assentar, podemos voltar a ter um “nós” nas nossas vidas, quebrar os nós que deixarei na tua garganta, colar de novo o teu coração. Se não pudermos, se não quiseres, se não me perdoares, crê num amor melhor, que não o meu, porque tudo o que desejo é a tua felicidade, mais do que a minha.
Uma das lendas vivas mais espectaculares da música, Bob Dylan, marcou e continua a marcar gerações. Com a sua voz nostálgica para quem viveu no tempo do seu auge, Dylan traz recordações familiares e emocionantes a quem continua a ouvi-lo. Harmónica na mão, um cigarro na boca e a revolução na alma, a favor da humanidade, da culturidade e de um mundo melhor, Dylan apresenta músicas vibrantes, uma sensibilidade e sonoridade únicas. Foi contestado o prémio Nobel da Literatura que venceu, mas as suas letras são, na minha opinião, uma verdadeira obra-prima. Foi-me apresentado no meu lar há muitos anos atrás e pela sua onda country, comecei por ficar rendida. Hoje, é dos música intemporais que mais prezo ouvir. E vocês?!
Amo-te, sabes disso. Amo-te, como se esse amor me viesse inteiramente das entranhas, loucamente da minha alma, que é zero e nada sem ti. Amo-te. Estupidamente. Tanto que choro todos os dias com medo de te perder. Como pode um sentimento destes caber no nosso coração? És quem faz o meu sangue correr, os meus lábios sorrir e o meu corpo viver. Mais do que prazer, a tua sábia forma de me amar deixa-me inquieta, faz-me querer mais, faz-me desejar mais, alcançar todos os sonhos e voar. Vamos voar? Sim, sem medos. E sabes porque voo sem medos? Porque és o meu chão. Se cairmos, vamos juntos. Contigo, não tenho receios, porque infinitas vezes trocámos de roupa, de alma, de rosto, mas não trocámos o nosso amor e ainda que estejamos separados, sei que o destino vai trazer-nos sempre de volta a casa. E essa casa é o que sentimos.
Já não é novidade que sou fã da inteligência, da genialidade e competência musical de Salvador Sobral, uma pessoa com uma qualidade tamanha à qual Portugal não estava habituado, e o mais incrível é que não caminha sozinho nesta arte, traz sempre consigo (acompanham-se mutuamente) outro génio musical: o Júlio Resende, da qual também me tornei fã. Alexander Search, é o seu projeto mais recente e ainda não tinha falado dele convosco. É um projeto musical que a mim, amante de música e da literatura, me enche as medidas. E porquê? Tudo começou com a leitura de um livro de poesia inglesa do poeta Fernando Pessoa. O leitor e criador desta banda é Júlio Resende. A banda tem uma característica muito própria, cada membro tem um nome que é um heterónimo do poeta. Enquanto Resende é "Alexander Search" (um pescador de Province Town), Salvador Sobral veste a pele de Benjamin Cymbra, uma personagem que é totalmente o contrário da sua personalidade, o que se torna um desafio maravilhoso, como diz o próprio. Os outros membros da banda também foram dados heterónimos e sua caracterização: Sgt. William Byng (André Nascimento), Mr. Tagus (Joel Silva) e Marvell K. (Daniel Neto). O disco foi lançado em maio deste ano e a estreia ao vivo foi no SuperBock Super Rock, a 13 de julho. É assim que eles se definem:
«Alexander Search é uma banda de língua inglesa que cresceu na África do Sul, mas que está radicada na Europa, mais concretamente Portugal, "paraíso à beira mar plantado" como dizia o seu maior poeta, Fernando Pessoa. A sua música mistura influências da indie-pop, música electrónica e rock. As letras foram escritas maioritariamente por Alexander Search, membro da banda que morreu tragicamente ainda jovem, mas que granjeia o respeito e admiração dos seus pares como "the greatest conquerer of the beauty of words", o maior conquistador da beleza das palavras. Augustus Search é o compositor de serviço da banda, toca piano e sintetizadores e faz a direcção musical. Benjamin Cymbra é um cantor extraordinário e traz na sua voz a garra rock n'roll do passado e as angústias e esperanças do presente. O futuro "é a possibilidade de tudo", dizia também Pessoa. Sgt. William Byng comanda a vertente computacional e electrónica. Marvel K. tem uma guitarrada cortante e espacial. E Mr. Tagus, ex-baterista de jazz, ainda tem na música e 'groove' de África uma das suas maiores riquezas. Alexander Search é uma banda que gosta de ousar, impaciente, à procura, sempre à procura, da quintessência. Nunca o conseguiu. Este é o disco de mais uma tentativa falhada.»
Fico grata ao Júlio, sobretudo, e aos que caminham com ele, por conseguir criar cultura musical e única como esta e nos dar o prazer de poder ouvi-la e fazer parte dela.
Muito bem cotado pelo IMDB, “O capitão fantástico” é um filme genial, que envolve drama e comédia de uma forma bastante inteligente e interessante. O filme retrata a história de uma família criada na floresta e que se vê obrigada a encarar o mundo real da civilização, o qual desconhece. Ben decidiu criar os seis filhos com regras rígidas que incutem a sobrevivência e a força. Não vão à escola e é Ben quem lhes dá aulas. Este pai faz-nos questionar muitos pontos errados da nossa educação, enquanto educadores, enquanto escola, sobre o consumismo e como preparamos os nossos para a vida. Eles estão bem preparados para sobreviverem, são forte e resilientes, mas estão eles preparados para encarar este mundo real? O que sabem eles sobre os sentimentos? A relação com os outros? Até que ponto, este pai que quer o melhor para os seus filhos, está a fazer realmente o melhor? Por que razão o decidiu fazer? Não terá sido uma opção radical? Mudará o rumo das suas vidas? Vejam e reflitam!
Sento-me e sinto-me em paz. Não há nada que mais me acalme que a natureza, o seu verde, o seu ar puro, a sua sensatez. Ouço os pássaros cantar, os alfaiates a salpicar na água, a aurora a nascer, o dia a anoitecer, e ainda assim, por mais que todos os dias terminassem, eu permanecia aqui, com uma inquietude no peito, uma sensação maravilhosa que é estar de bem comigo, de bem com o mundo. Ler torna-nos assim, mais calmos, mais tolerantes a aceitar o que nos rodeia, a mimar a natureza, a amá-la, a compreender os outros, a amarmo-nos a nós mesmos, a viajarmos dentro de nós próprios. Podemos ir a qualquer lugar sem sair de onde estamos, conhecemos novas personagens, novas histórias de ficção que semelhantes ou não à nossa própria vida, nos dão outro alento, outra esperança, um novo acreditar. Não sou anti-social ou snob, nada disso, gosto de preservar o que me faz melhor, o conforto de um livro é tudo o que desejo para relaxar e então num banco de jardim, sinto-me completa. Não me condenem, experimentem fazê-lo.
(Fotografia da autoria da Manu, uma fotografa que nos toca com o seu olhar em "Existe um olhar")
“Tudo, tudo e nós” é um livro simples, mas tremendamente “encantador e poético” como definiu o The New York Times. Quando digo simples, quero dizer de fácil leitura. A sua leitura fácil caracteriza-se pelas descrições maravilhosas, inocentes e inteligentes de Maddy, uma rapariga que vive isolada do mundo, por estar doente e que tratada pela mãe, que faz tudo por ela. Porém, o seu pequeno mundo muda quando Olly, o novo vizinho aparece na sua vida e é impossível que Maddy não se apaixone. O que fará ela pelo seu primeiro amor? Como seriamos nós se vivêssemos fechados numa bolha? Sem conhecermos o que nos rodeia? Viver no meio dos livros é bom, amar a nossa mãe também, mas nós também precisamos de conhecer novos rostos, fazer novos amigos, novas aventuras, será que a doença de Maddy o permite? “Tudo, tudo e nós” é um livro tremendamente mágico, que nos fala sobre o amor. Esse amor que nos move, que comanda as nossas ações, “o amor mata”, “o amor enlouquece”, mas à conclusão que chegamos com este livro e com a vida, é que independemente de como a vida nos seja oferecida é, ainda assim, bom amar! E eu amei este livro!
Vem curar as minhas feridas, só tu o consegues fazer… Vem, fica aí bem do meu lado, nesse abraço apertado e nesse mar imenso que é o silêncio dos teus olhos e com esse sorriso que me traz paz. Fica, permanece, quero-te num querer para toda a vida. Quero-te por mil razões, sem as conseguir dizer. Quero-te porque é em ti que penso quando acordo, que sonho quando me deito, és tudo isso porque te amo e amo-te porque, na verdade, és tudo aquilo que sempre quis. Amar-te é tão simples, o meu sorriso é teu e é tão fácil sorrir contigo, o meu coração não chora. Tornas os meus problemas numa habilidade de criança fácil de superar, vens e o meu olhar sobre o mundo é mais limpo, o mundo é melhor para se morar. Contigo, é tão fácil compreender que não precisamos de pessoas que não nos querem nas suas vidas, que não gostam de nós, ou que não podemos agradar a todos. O mundo torna-se mais fácil de se encarar. És meu amigo, fazes-me chorar a rir, trazes-me sensatez, aqueces-me o peito e o corpo inteiro com o teu beijo, o que posso querer mais? A vida é um completo perfeito de simplicidades e eu só quero morar para sempre no teu colo. Não me importa para onde vou ou onde fico, se estiver ao teu lado.
Minha flor deixa-me ser o teu jardim, a tua primavera, o teu sol. Nunca hei-de aprisionar-te ou colher-te, sei que o mundo pode ser cruel e eu quero proteger-te, mas sem controlo demasiado. Vou conquistar-te e demorar-me nessa conquista, vou cativar-te como o Principezinho fez com a sua rosa. Concedes-me assim tamanho tesouro? O da tua amizade? Minha flor, a amizade é o nosso amor mais delicado,é o sentimento mais precioso da vida, é a base de tudo, sem amigos nada somos, nem uma verdadeira relação amorosa poderemos viver. Por isso, peço-te que aceites, ninguém pode ter ou ser um amigo se não estiver disponível para dar o melhor de si, não se pode ser pela metade. Se se é amigo, tem de se ser complemente. Não há meias laranjas, não gosto de nada que não seja por inteiro. A amizade sem compromisso, sem reciprocidade, é uma flor que murcha e eu quero que o mundo floresça, seja feliz. Quero-te do meu lado, mas se me concederes esse gosto, esse prazer que é tão simples, que é o de gostarmos de alguém.