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Gesto, Olhar e Sorriso

Palavras que têm vida.

30
Abr18

[Por aí] "Casa", de Carolina Deslandes

Carolina Cruz

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Uma "Casa" onde nos sentimos verdadeiramente em casa. Em Portugal. Com a nossa tão bonita língua. 
Uma "Casa" onde nos emocionamos com cada palavra escrita por Carolina Deslandes, que se nota inteiramente vir do seu grande coração. 
Desde o primeiro instante que fiquei rendida a este disco, as letras são doces e tocam-nos, ficam no ouvido, Carolina parece falar de nós, connosco, enquanto fala genuínamente do que é, também, a sua essência.
Este albúm é uma verdadeira homenagem viva à vida de Carolina Deslandes, onde a cantora interpreta o seu dia-a-dia, o seu amor, a sua família, a sua saudade... fala-nos também de inocência, de desamor, de casamentos, de amizades, fala-nos ao coração com imensa doçura que lhe é tão característica!
Este albúm foi produzido pelo seu marido, o talentoso compositor e produtor Diogo Clemente. Entre as músicas mais conhecidas encontra-se o verdadeiro sucesso "A vida toda" e, "Avião de Papel" em dueto com Rui Veloso; contando ainda com outros duetos, com António Zambujo ("A coisa mais bonita") e Maro ("Não me deixes").
Está fabuloso!
Se, tal como eu, são  fãs da música portuguesa então será um verdadeiro erro não ouvirem este novo disco de Carolina Deslandes porque vão adorar!

Eu aconselho, vivamente! 

 

29
Abr18

[Resenha Literária] Caos

Carolina Cruz

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"Caos", um livro de Cláudia Santos Duarte, publicado pela Chiado Editora, é um livro pequenino, muito simples de ler e que nos traz variadas emoções.
É uma história diferente, original e fala-nos de alguém que aparece de forma inesperada "num mundo outrora belo e cheio de vida". Este ser, ao receber ameaças de uns e ajuda de outros, vai conseguindo descobrir mais sobre a sua estranha chegada àquele lugar.
E que lugar estranho é esse?
Posso dizer que ler este livro trouxe um "caos" à minha cabeça. O que não é mau! A verdade é que não sendo fã destas histórias do mundo fantástico, fiquei rendida!
Quero com isto dizer que me rendi à leitura. A cada página a história vai sendo desvendada envolta de mistérios e ação, a vontade de ler mais e mais é constante e no final (sem spoilers) ficas com um cheirinho a pouco, porque queres mais!
Gostei!

25
Abr18

25 de Abril!

Carolina Cruz

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Outrora fizemos história, outrora cantámos liberdade!
Trocámos os cravos pelas armas e os sorrisos pela desilusão de nos sentirmos eternamente presos. Acabámos com a guerra, com a exclusão de pensamentos e opiniões, com a censura.
Outrora fizemos história a cantar para que nenhum dos nossos sucessores sentissem na pele a dor de não podermos sermos nós próprios. 
Outrora o tempo foi do povo, para que não nos rebaixássemos perante os que se achavam de superior direito em acabar com a nossa vida. 
Outrora, há 44 anos, Abril chegou, a tão esperada revolução, em que unidos soubemos dar valor ao que nos caracteriza interiormente: a força. 
Que nunca ninguém nos diga que é impossível, se os nossos sonhos podem ser reais, se tivermos força suficiente para lutarmos por eles, pois por mais incertos que sejam, podem um dia ser verdade.
Na dor e na luta é que se fazem os grandes Homens!
Digamos NÃO, NUNCA à censura, não só política, mas à censura de não sermos quem somos por pensarmos não ser aceites, por deixarmos de ser porque os outros não acreditam que venceremos. Digamos NUNCA ao não acreditarmos em nós, à prisão dos nossos próprios pensamentos e à prisão do que podíamos ser um dia mas nunca chegamos a ser com medo de fracassar.
Hoje fala-se em Liberdade! Hoje podemos ser livres, hoje podemos respeitar o outro – é essa também a nossa maior liberdade e a nossa maior liberdade é também amarmos quem somos, sem medo do amanhã.
Sejam livres como fomos há 44 anos atrás, sejam livres para lutarem por aquilo que acreditam, é isso que nos move, é isso que nos faz felizes e sim, sejam felizes, hoje e sempre.

25
Abr18

[Ficção] Isso basta-nos

Carolina Cruz

Quarenta anos tem ele. E eu sou uma pequena miúda de vinte para ele, dizem.
Que me importa o que dizem…
Ele é inteligente, atraente, divertido. 
Eu sou para ele o seu dia, a sabedoria, o seu amor.
O que fazer quando o amor nos bate à porta sem pedir?
Amamos.
É essa a essência do ser humano – Amar. Ainda que pela pessoa errada, ainda que doa, amamos e vamos com tudo, com alma, com coração. 
Mas ele não é a minha pessoa errada, nada disso, tudo em nós é certo. 
Pecado é não sentir. 
Ele fez da menina que sou mulher, e eu dou-lhe todos os dias o melhor de mim, trago alegria à sua vida, brilho aos seus olhos e ele acerta o bater do meu coração.
Que importa a nossa idade? Se somos só nós dois? Se não magoamos ninguém à nossa volta? Para quê nos sentirmos culpados? Se o que fazemos é simplesmente amar?
Ele gosta de mim, eu gosto dele. 
Damos as mãos, envolvemo-nos como verdadeiros amantes, protegemo-nos como irmãos, falamos como dois amigos e o destino adora manter-nos fiéis ao amor que proferimos. 
A vida são dois dias. 
Que importa a nossa idade? As diferenças? O que dizem os outros?
Aqueles que olham e criticam, se amassem sabiam que o amor é melhor forma de se ser feliz.
Eu sou, ele é, e isso basta-nos.

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by Malika Lambert  in we heart it.jpg

 

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photo by Malika Lambert in "we heart it"

24
Abr18

Meu bem maior

Carolina Cruz

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Fazes-me viver.
Fazes-me querer cada dia com a intensidade da primeira vez em que piso a Terra cheia de sonhos.
Adoro o teu abraço, renasço sempre que me envolves.
És, todo tu, amor em mim. Os teus olhos são meu espelho e eu adoro sorrir-lhes, porque retribuis esse sorriso e eu apaixono-me de novo, e de novo, e de novo…
És o meu conforto, a minha casa.
Levaste todos os meus fantasmas embora, contigo não temo o amanhã, a morte, o que virá.
És a minha sorte. A minha luta todos os dias, a minha valentia, e enquanto for dia no sol da nossa vida, serás sempre o meu bem maior.

23
Abr18

[O teu olhar] O meu jardim

Carolina Cruz

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São flores que te dou…
E já que a Primavera teima em não vir, faço, por natureza, Verão no teu coração.
Há Inverno no teu corpo e há muito que os nossos olhos se tocam. Eu sei que me amas, mas o teu feitio vincado é tão inquieto quanto uma noite de Outono.
Não te sei ler, logo eu que adoro códigos secretos. Talvez por isso me tenha apaixonado por ti, sou complicado demais também e detesto equações lógicas, ideias que acontecem porque sim.
Não, está na tua natureza ser complicada, e na minha está a forma audaz de amar essa complicação. Nada na vida é simples e é isso que torna tudo especial.
Por isso, ofereço-te estas flores que plantei para te ver sorrir. O teu sorriso é a coisa mais simples e mais bonita que existe e embora não seja teu hábito, habitua-te, vou fazer-te rir à gargalhada, vais querer ficar até ao fim. 
Porque dentro do meu peito, vou fazer de ti o meu jardim.

 

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Fotografia da autoria de Keina Diniz

18
Abr18

Lembra-te…

Carolina Cruz

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Ouve-me. 
Sei que sou tua. 
Dou-te o mundo e o outro. Para mim os meus braços são nuvens grandes onde podes descansar o teu corpo e a tua alma. Estarei sempre que precises de mim, de um ombro amigo, de um sorriso ou de chorar todas as lágrimas, mas por favor, faço-te um pedido, dois, três, talvez…
Não me tomes como garantida, não fiques a achar que serei sempre tua, ou boa a vida inteira, se me tomares por garantida e não regares o nosso amor.
Sim, se assim não for de que vale sermos namorados se não formos amigos, loucos como dois irmãos?
Sou da opinião que nunca devemos tomar nada por garantido, tudo nos foge das mãos se não lutarmos!... Até a vida! 
Olha para mim. 
Não quero presentes caros, não preciso de ir todos os dias jantar fora, não quero que deixes de ter o teu tempo, para o ocupares sempre comigo, não é isso.
É dedicares-te, como o Principezinho dedica à sua rosa, é preciso amar todos os dias, como se não houvesse amanhã, como se todos os defeitos não importassem no dia-a-dia, o amor pode superar tudo isso. 
Não supera apenas se achares que o nosso amor é eterno só porque o destino quer! Não! És tu, sou eu, que temos de querer, hoje e todos os dias em que fomos, somos e seremos, duas pessoas que fazem os possíveis e os impossíveis para o amor resultar. 
É isso que devemos fazer em todas as coisas da nossa vida, dedicarmo-nos aos amigos, à família, ao emprego, a tudo o que amamos, porque se não amarmos cada gota do nosso sangue, cada pequeno pedaço de um momento a que dedicamos o nosso tempo, então tudo isso será tempo perdido.
Não sou tua, de todo, se não me prenderes em ti e se não te apaixonares por mim todos os dias, se não me conquistares em todos os segundos em que estamos juntos. Lembra-te disso. Lembra-te que não sou eterna, não sou uma garantia ou medalha. 
Sou humana… tenho sentimentos, gosto de me sentir bem, amada, de ter retorno no sentimento que em nós nasceu, mas que pode um dia morrer…
Lembra-te…
Ouve-me…
Olha para mim…
Sei que sou tua, mas… 
Tu sabes!

15
Abr18

[Ficção] Perco-me em ti.

Carolina Cruz

Perco-me em ti, como o vento se perde nas ondas do mar. 
Há milhões de horas que acordo para ver-te dormir. Dás-me insónias e contigo não as receio. 
Para quê dormir? Se posso sonhar acordado?
Olho-te e a tua serenidade é tão bela que quase me faz chorar e dizem que tenho uma pedra no lugar do coração, vê lá. Vê lá como eu não te resisto, vê lá tu como me fazes sentir.
É no teu colo, dentro do teu coração, que eu não temo a morte, pois morreria todos os dias para alcançar este amor tão nosso, tão genuíno. 
Ninguém escolhe quem ama, mas digo-te que saiu-me a sorte grande, não podia o destino e o meu coração terem escolhido melhor, estou tão bem entregue, sou tão grato à vida por te ter acolhido. 
Olho-te mais uma vez e tenho a certeza: é isto que eu quero para a toda a vida! Porém, tenho de aprender a dormir do teu lado, sorrir em sonhos, apertar-te bem, para acordar melhor!
Contigo, eu não terei medo do que está para vir
Contigo, eu sorrirei.
Serás (sempre) o brilho que me faz sentir!

 

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Photo by Ivy in "We heart it"

14
Abr18

[Ficção] Oh, Margarida!

Carolina Cruz

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Margarida diz-me: de que te serve dizeres-me que não resultamos por sermos diferentes? Caramba! Achas que não é isso que torna o amor especial? O sentimento maior e a paixão intensa?
Achas que não resulta, porque nunca te dás ao esforço de lutar pelo que se viveu, pelo que sentimos, por aquilo que podemos ser um dia, se quiseres.
Não são as diferenças que nos separam, Margarida. Entende isso. És tu, tu e essa mania que és diferente ou que somos tão longínquos que nunca nos chegamos a amar. E tu sabes, e também sabes que eu sei, que esse amor é tão forte, que só te estás a comprimir nessa dor que te forças a sentir. És tu que complicas esta diferença de estatutos. Qual é o problema de teres menos dinheiro? Qual é o problema se eu vivo melhor ou com mais condições? Que importa tudo o que é material, se o amor é a nossa casa, se o amor é onde pura e simplesmente devemos viver? Amamos e pronto, amamos e vemos o que virá. Amamos, sem medo de sofrer as consequências, amamos sem olharmos a diferenças. Amamos porque gostamos de nos amar. Por que é que não pode ser assim tão simples?
Ama-me e não compliques, Margarida. 
Ama-me que eu espero-te sempre, como espero depois de todas as discussões que temos: de braços abertos e com um olhar desejoso de te beijar!

11
Abr18

[Completas-me] Com a Carolina Franco

Carolina Cruz

Bom dia, sorrisos! 
Pois é, há muito que não fazia esta rúbrica, que eu adoro tanto! Mas está de volta e espero com muitos mais convidados!
Hoje trago-vos um texto a duas mãos forte, daqueles que adoro escrever, que nos deixa inquietos e é tão bom!
Hoje é a simpática Carolina Franco que me acompanha, adorei a sua escrita e foi um prazer escrever com ela. Espero que vocês também gostem!

 

"— Despe-te.
O homem de bigode e cabelo grisalho ordenou, enquanto desapertava a gravata e bebericava o seu whisky. Tremia, como sempre. Há anos que o fazia, mas ao estar na frente de um homem que tinha idade para ser meu avô, continha-me. Tinha medo, todas as noites. Medo que fossem tão brutos a ponto de matarem-me. Não era a primeira vez que acordava num quarto de hospital, depois de dias em coma. Não era a primeira vez que injetavam-me heroína e quase morri de overdose.
— Vá, querida, aproxima-te.
Deixei cair o vestido curto vermelho, no pavimento flutuante que custava mais do que todos os meus serviços, numa semana e sentei-me no seu colo. Desprezava-o. Sentia um nojo imenso. Tresandava a álcool e sexo. Rasgou-me a lingerie e atirou-se juntamente comigo ao chão. Penetrou-me. Arrancou de mim toda a inexistente inocência. Gemia alto. Quando chegou ao clímax parou e retirou aquele pedaço insignificante do meu corpo. Atirou-me duas notas de 20 euros, fechou o zíper das suas calças finas e saiu."

 

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O que eu não faço para ter a minha vida de volta… quanto nojo e sémen há em mim. Ele vai voltar, como voltou tantas noites e eu vomito mal ele sai, queria poder vomitar todo o passado em mim, queria deitar fora todas a minha essência, as minhas entranhas, morrer para voltar a nascer de novo.
Vim para esta vida para ganhar algum, sou uma mulher nova, diziam que eu era bonita, outrora sim eu era, hoje não passo de um trapo que despeja o corpo para se dar a cada diabo que morre por uma boa fornicação e eu que só quero ganhar um vencimento para poder ter o meu filho de volta.
Eu sei que muitos condenam as voltas que a vida dá, a minha escolha, a forma de procurar o meu melhor, mas não fui eu que o escolhi, prometeram-me mundos e fundos, que me davam uma vida melhor noutro país a servir às mesas de gente rica e poderosa, a mesma gente que me lixa e me penetra.
Eu só quero o meu menino de volta, só quero o Guilherme nas minhas mãos e se ele já não me conhecer? Se ele já não me quiser na sua vida?
Tive-o com 16 anos, aos 18 retiraram-mo, arrancaram-mo do colo, mas nunca mo tirarão do coração, do ventre, de cada pedaço do meu corpo, é por ele que me sujeito à morte e se ele não me quiser, eu escolho ficar, escolho a dor, prefiro morrer.

 

 

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