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Gesto, Olhar e Sorriso

Palavras que têm vida.

02
Mar17

[Completas-me] Com Cátia Cardoso

Carolina Cruz

Hoje, o completas-me veio à quinta-feira, mas o importante é vir e ser bem recebido, partilhado.
Hoje tenho o grande prazer de partilhar a escrita com a talentosa e comunicadora Cátia Cardoso, autora do livro "Linhas Delicadas" (visitem, vão adorar as suas palavras)
Apresentamos um texto simples mas com uma mensagem muito importante: "seguir os sonhos".

 

“É frio o vento. Sopra com cada vez mais força. Os minutos passam e ela permanece no mesmo local. O anoitecer deu-se e ela ali ficou, a contemplar o vão, a fundir-se em pensamentos aleatórios e masoquistas. As lágrimas são cada vez mais espessas e geladas, porém, nada as afaga. Talvez, se tivesse nascido noutro sítio, noutra família, noutro século, noutro contexto... talvez, de uma forma diferente, tudo pudesse ter sido diferente e ela não tivesse de estar agora ali a lamentar-se pela sua pouca sorte.
Não há nada que a conforte. O céu parece preparar-se para que chova. É inverno, estava à espera de quê? Que um sol raiasse e a permitisse ficar ali toda a noite? Começa a chover, porém, ela não procura abrigar-se. Na verdade, nem se move. Permanece estática como se estivesse à espera que alguém lhe dissesse para sair dali e ir abrigar-se. A chuva molha as suas roupas, e funde-se nas lágrimas que lhe atravessam o rosto. Que horas serão? Dez da noite? Meia-noite? Três da madrugada? Perdeu a noção do tempo, e, sem querer, da vida. Está encharcada e parece não se importar com isso. Embora o frio seja cada vez mais incomodativo, nada a faz mover-se. É como se estivesse morta. Morta para a vida. Que outra morte existe, afinal?”

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Morremos se estagnarmos, morremos se nos acomodarmos, se nos permitimos parar. Nada mais existe em nós, depois de morrerem os sonhos.
Ela sentia-se como que uma alma vã que atravessava o mundo. Já não existiam razões para viver.
Porquê? Porquê aquilo acontecer? Porquê ela? E mais… porque é que ao morrer um sonho, ela morrera também ao invés de lutar por ele? Os sonhos só morrem se desistirmos deles. E ele só tinha morrido porque ela o matara ao não acreditar mais.
Chega de pensar e se… Se ela vivesse em outro lugar, noutro tempo, iria lutar da mesma maneira? Ou melhor, não iria lutar? O que queria ela? Receber tudo de mão beijada? Talvez fosse mais fácil, talvez soubesse bem receber e concretizar tudo o que sempre devera ser seu por direito. Mas não, não teria o mesmo sentido. Tudo é melhor se assim não for, tudo tem um sabor maior depois das quedas, depois de saber que o que temos foi por mérito próprio.
Houve uma voz, que lhe deu essa luz, que lhe disse que ao sentar-se e se lamentar não iria trazer o seu sonho de volta, não ia dar-lhe o que mais queria. Que lamentar só traz pensamentos negativos, dores na alma e moleza do corpo. Sem a força que o alimenta, ela morrerá por completo e sim, assim sendo os seus sonhos também morrerão.
Então ela deu-lhe razão, deu as mãos a esse pensamento positivo e mudou o seu destino.
Terá ela concretizado os seus sonhos? Pelo menos ao pensar de forma diferente, terá tido uma maior chance. 

01
Mar17

Este amor que por ti tenho.

Carolina Cruz

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Este amor que por ti tenho pode não ser a única certeza que me agarra à vida, mas é uma das maiores.
Sei e sinto, que te amo todos os dias e é nesses dias em que eu sou mais feliz, mesma na tua ausência, quero com isto agradecer-te por existires em mim, por ti tenho todos as horas, uma alma contente.
Nunca o coração bateu tão certo e tão forte, nunca o sexo fez tanto sentido, como hoje, como contigo.
Por isso te digo também que não preciso, nem quero, conquistar o coração de mais ninguém com a intenção de o amar. Porque quero e devo, não como obrigação mas como compromisso e amor, de conquistar-te para todo o sempre. É a ti que eu quero conquistar todos os minutos, desejando ser conquistada por esse mesmo tempo, deixar que seja o sorriso mais bonito o que nos contamine de paixão até as nossas mãos dadas estejam envelhecidas, e as rugas atravessarem esse olhar que sorri como na primeira vez, exatamente como na primavera da vida, em que este amor nos torna e nos faz ser.

 

28
Fev17

Eterna

Carolina Cruz

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Sob os olhos chovem lágrimas, que esborratam a cara e sujam a boca.
Não dá mais, não agora. Às vezes precisas de deitar tudo cá para fora, de seres tu, mais ninguém.
Desabafa contigo mesma, porque só tu sentes essa ausência que mais ninguém compreende, essa vontade de ser feliz e que não vem, essa fome de consumir todas as saudades que morrem no peito.
Chora, porque não podes ser forte a vida inteira. Não dá mais. Não agora.
Não deixes que ninguém queime o teu corpo, desejando matar o teu sonho. Tu não estás sozinha, tu és forte, mas precisas de uma pausa. Não dá mais. Não agora.
Mas amanhã, amanhã tudo volta. Amanhã volta essa sede de viver, por ti, mais ninguém.
De lutares por esse sonho que é só teu, de mais ninguém. Não ouças as vozes que, com relutância, te dizem para parar, que não consegues. Eu sei que hoje só as consegues ouvir, que hoje não consegues lutar. Não dá mais. Não agora.
No entanto, diz que as palavras que escreves são o mote para seres feliz, que é esse o teu sonho, que mesmo quando toda a gente te tenta deitar abaixo, tu levantas a cabeça após caíres e lhes dizes que as palavras que dás o mundo também são a tua forma de agradecer e dar alguém essa alma forte que tens, mas que hoje não dá mais. Não agora.
Não precisas de ser forte todos os dias da tua vida, também precisas de cair para te segurares, também precisas de perder para ganhar, de chorar para amanhã mostrares que esse teu sorriso valeu todas as lágrimas.
Não chores mais. Não agora. Levanta, voa, vive essas palavras, que são quem tu és, a simplicidade de um lugar melhor, de um coração que sangra por viver e amar demais.
Não te lamentes por ele ser tão sentimental e tem a noção que é isso que te torna especial, eterna.

 

 

15
Fev17

Rapariga, tu tens o teu mundo!

Carolina Cruz

rapariga, tu tens o teu mundo - por carolina cruz.

 

Hey! Acorda! Levanta-te!
Tu não estás caída no chão por tua culpa, não é por tua culpa que ele discutiu contigo. Deixa de pensar que és a culpada, só porque ele diz que o és. Diz-lhe sim – basta!
Basta de acreditares que a relação é a partilha de tudo, de palavras passe, de contas abertas e amigos selecionados.
Chega! Não te agarres a isso, não é verdade. Rapariga, tu tens o teu mundo, tens de ter os teus amigos, a tua privacidade, isso não significa que tens algo a esconder, mas sim que tens de ser tu e se numa relação tu não és tu por inteiro, por favor esquece-a, não é saudável e então não é amor.
“Não saias à rua com essa saia”, “não uses esse vestido, todos os homens vão olhar”, “és uma merda”, “amor desculpa-me, eu amo-te.”.
Desta vez não desculpes, não te rebaixes, não te deixes vitimizar. Isso não é amor, nem cuidado, é machismo, violência.
Desta vez diz “basta”, bate a porta, agarra uma nova vida, tu és forte e não dependes de ninguém para ser feliz, o bichinho da alegria vive dentro de ti, apenas se completa com outro alguém. Mas não alguém como ele, alguém que ame a mulher que tu és, sem controlos desmedidos e quebra de privacidade, mas sim que te conheça no teu todo, que te corrija os erros, mas que os aceite como uma parte de ti, afinal tu és um ser igual a ele, não inferior.
E quando bateres essa porta, procura o melhor de ti, não te deixes ir a baixo, tu és do mundo, és uma mulher e só por isso tens a tua garra, a tua força maior e percebe que quando o amor chegar também vai ser o melhor de ti, vais viver e namorar sem receios de dizer o que sentes, de vestir o teu mais sensual vestido, porque quem te ama não te prende, mas respeita-te como és e que tem orgulho em dizer – “Aquela mulher ali é minha namorada. Linda não é?”

 

 

11
Fev17

[Cinema] 2 filmes sobre coragem

Carolina Cruz

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“Mary & Martha” é um filme genuíno que nos fala diretamente para o coração.
O que não fazemos por um filho? Quantos mundos mudam quando uma mãe luta pela vida de um filho? E se forem duas? E se uníssemos corações para lutar contra uma doença que mata milhares de crianças, filhas de alguém?
Mary e Martha, protagonistas deste filme e protagonistas também de uma coragem e corações enormes, têm algo em comum, algo que as liga, que as ligará para sempre numa amizade eterna.
São as suas tristezas que as unem as tornam mais fortes.
Um filme que nos vai fazer viajar às mais bonitas paisagens de África e acreditar que dentro de toda a maldade ainda existem pessoas que querem mudar o mundo para melhor.

 

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Aprender do início ao fim. Mentalmente, pessoal e profissionalmente. Nem sempre somos o ser humano para o qual nos educaram, nem sempre somos o que sonharam que fossemos. Muitas vezes somos uma verdadeira desilusão, para nós, para os outros. A vida é uma constante, de aprendizagem, de mudança, de ensinamentos.
Se não somos quem queremos, então porque não irmos à busca?
Após a morte da sua mãe, de um complicado divórcio, de tantos vícios e erros quase imperdoáveis, Cheryl (Reese Witherspoon) decide fazer um trilho de mais de mil milhas pela costa do Pacífico, em busca da paz de espírito, do seu próprio perdão e da mudança e já dizia Platão que “a paz do coração é o paraíso dos homens”.
Com paisagens lindíssimas, vivendo cada minuto como se fosse nosso, “livre” é um filme que todos deveriam ver…
Vale mesmo a pena ser assistido!

 

 

07
Fev17

[Cinema] 2 filmes que abordam a deficiência

Carolina Cruz

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“Ocean Heaven” fala-nos sobre o poder do amor e da educação de um pai doente para com o seu filho autista. Relata a história do seu dia-a-dia e da forma como luta para que o seu filho seja aceite pela sociedade e seja, sobretudo, autónomo.
Um pai como há poucos, que encontra na criatividade um estímulo e uma aprendizagem de rotinas e mudanças incríveis para que, quando puder partir, o seu menino seja já um homem feito, deixando o seu papel cumprido. Um filme ideal e apaixonante para mudanças de consciência e alerta para a importância de hábitos e necessidades.

 

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Sob a leve brisa escreveu-se “Escafandro e a borboleta”, baseado numa histórica verídica de alguém que viu o seu passado voar.
Jean-Dominique Bauby, um homem livre, com um grande sentido de humor, relata a sua própria sentença – através de um acidente cardiovascular grave e um posterior coma de onde despertou adquiriu uma síndrome rara a que chamam “lobked-in” que o deixa totalmente paralisado, pode ver o mundo apenas através de um olho que não parou.
No entanto, para este grande homem, que a todos conquistou, só o seu corpo paralisou, pois a sua criatividade, imaginação e senso de humor não deixaram que a sua alma morresse ali e então não parou, porque parar é morrer mesmo estando vivo.
Mesmo não podendo falar, aprendeu a comunicar com o olhar e conseguiu concretizar o seu velho sonho, lembrando tudo aquilo que passou por si, todos os bons momentos e erros cometidos para poder ficar em paz com todos aqueles com quem viveu.

 

 

30
Jan17

[Ficção] Tê-lo para sempre

Carolina Cruz

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Os nossos olhares sabiam tudo um sobre o outro, conversavam sem palavras.
Estar com ele era rir às gargalhas, sentir-me bem, feliz. Muito feliz, ele contava piadas, tinha um sentido de humor infalível, fazia-me cocegas na barriga, fê-lo também no meu coração… mas temi tudo isso.
Há pessoas que são tão bons como amigos, mas não está certo serem mais que isso. Foi o que aconteceu connosco, tentámos algo mais e estragámos tudo o que tínhamos. Depois de vermos os nossos corpos nus, de sentimentos, sem roupas, deixámos intocáveis as nossas almas.
O silêncio demorou horas, dias, meses. Era infindável, perpétuo, doloroso.
Até ele chegar e dizer que não vivia sem mim, sem o meu sorriso, o meu olhar meigo.
Assinámos contrato de fidelidade de mãos de dadas e com um abraço apertado, o seu feitio seria meu amigo para sempre, era assim que nos aturávamos, não de outra forma, ele era um mau namorado, eu má namorada também, havia distância entre nós, não havia amor desses que falam de paixão, havia amor de amigos, e esse diz que dura uma vida inteira, foi o que aconteceu, melhor assim.
Tê-lo para sempre já é melhor que qualquer outro amor.

 

 

27
Jan17

[O teu olhar] Pedaços ligados

Carolina Cruz

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(fotografia da autoria de Rita Fernandes, da página Solis Photography)

 

O que me alegra nesta vida é saber que, independentemente de toda a chuva que me murcha, eu serei, sempre, a mais bela flor do teu jardim.
Sei que estou a teus pés, mas que me importa se é por ti que me ajoelho e floresço?
Eu só te quero bem e sei que tu, jamais me quererás mal. És o sol que me ilumina, eu sou a água que rega o teu jardim.
Que a tempestade nunca se quebre, porque é ela que nos mantém fortes, é ela que me faz florir, sorrir. É ela que nos torna melhores, mais tolerantes ao rio que passa e é nesse rio que todas as recordações surgem, é nesse rio que construímos quem somos.
Seremos sempre pedaços ligados de uma história comum.

 

25
Jan17

[Cinema] A lista de Schindler

Carolina Cruz

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Há momentos da história que nos arrefecem o coração, nos queimam por dentro e nos arrepiam a pele.
Atrocidades, mortes crueis, gente tratada abaixo de cão e nazis sem escrupulos.
No entanto, entre tantos homens nojentos, Schindler destacou-se como poderosa arma de defesa, salvando milhares e milhares de judeus.
Schindler não se deixou levar pelas políticas, pondo muitas vezes a sua vida em risco para salvar muitas outras vidas, vidas essas que naquele tempo eram tidas com dispensáveis, não faziam falta a ninguém, eram um estorvo.
Muitas memórias traumáticas hão-de ter ficado nesses milhares de sobreviventes do Holocausto, mas sem nunca esquecer quem lhes deu coragem e força para sobreviver, quem lhe deu horizontes e possibilidade de hoje em dia existirem várias gerações de famílias judaicas: Schindler.
Um homem que se retrata como herói que rumou contra a maré de mortes na Carcóvia.
A vida e a história do mundo estão-lhe gratos.
Um filme poderoso de Spielberg que todos (em idade adequada) deveriam ver!

 

 

22
Jan17

[Cinema] Bravetown

Carolina Cruz

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Há marcas de guerra e de saudade que deixam marcas para sempre, há pessoas que não voltam e outras que não conseguem refazer as suas vidas na sua ausência.
Outras há que estão presentes, mas ainda assim sempre ausentes, desejando a cada segundo a ausência ou a indiferença da presença de quem lhes deveria ser tão querido.
Tristezas há em todas as famílias, quanto mais não seja quando se chora a morte de alguém, mas há famílias que nem se deviam chamar como tal.
Toda a história que não se sabe contar é uma ferida aberta no peito, é por isso que custa traduzir por palavras, é uma dor que afinca o peito e traz um aperto na garganta. Nunca se sabe como reagir perante nós mesmos, muito menos com os outros.
Sabe-se bem que o segredo é confiar mas em quem? Um dia alguém surge para mudar essa maneira de ser, para ajudar a transformar essa dor em vitória, e pesadelos em boas formas de aprendizagem, aprendemos a partilhar com alguém a nossa dor e então tudo se torna mais leve, como se de uma dança se tratasse.
A mudança na vida de Josh muda, sem conta (mais tarde, de forma intencional) a vida de quem se cruza no seu caminho, acreditando sempre numa máxima muito conhecida de que “há males que vêm por bem”.
Um drama que levamos de um início ao fim, sempre com motivação!
Um filme com um bom ritmo para um passo de dança no sofá a um domingo à tarde!
Vejam, vale a pena!

 

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