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Gesto, Olhar e Sorriso

Palavras que têm vida.

09
Jul16

Nas margens do rio

Carolina Cruz

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Queria sentar-me de novo aqui, nas margens daquele rio, apreciar toda a sua liberdade que canta.
Como gostava de poder ser tão livre como tudo o que nele corre, toda a sua calma, tranquilidade. As lágrimas escorrem-me pelo rosto com um sabor a frustração desgastante que me remói e me apaga.
Queria-te do meu lado, para veres os meus dias passarem contigo, aí sim, eles seriam mais completos e fariam ainda um maior sentido, mas que posso eu fazer? Queria-te roubar e não te perder nunca mais. Quanto falta para te ter comigo para sempre? Agarrar-te e não te deixar ir, não preciso dizer que tenho saudades, era uma fútil expressão de sentimento que se torna a cada dia que passa mais forte.
Longe, vejo o longe passar a meu lado, e o sorriso esboça numa metamorfose inquieta, só aqui não há um custo, só a natureza não nos pesa, não nos pede um custo de vida, mas sim implora-nos para viver.
 
 

 

09
Jun16

Só com a música.

Carolina Cruz

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Quando estou só com a música, fecho-me em copas sobre o que sinto, seja do que for, e então revejo-me apenas no que aquele ritmo me transmite, inspirando tranquilidade numa forma livre e leve de levar a vida tão simples e tão bonita quanto ela.
A beleza está em cada pedaço do caminho, como em cada melodia, entre amores e medos, procurando o destino.
Com a música há sempre forma de se ser mais, de se sentir com fim, mas com garra, encontra-se sempre uma solução de se ser feliz, em vida, numa canção.

01
Jun16

[Completas-me] Com Ana Ribeiro

Carolina Cruz

Hoje dou-vos a conhecer uma nova rúbrica que se irá realizar às quartas-feiras, aqui no blog.
Em "Completas-me" convido um/a blogger para escrever comigo um texto, o/a convidado/a é desafiado/a a escrever uma história sem fim para que eu a termine.


Tenho todo o prazer de anunciar que a estreia desta rúbrica será com a simpática e talentosa Ana Ribeiro, do blog "Escreviver". 
Não vos vou mais empatar e vou sim, dar-vos a conhecer o nosso texto em comum:

 

Carta à saudade.jpg

 

Querida saudade,
Há dias em que as palavras não chegam, as lágrimas cobrem-nos o rosto e parecem intermináveis, esmigalhando os poucos fragmentos de felicidade de que somos feitos. A dor da ausência, do vazio e da falta daqueles que mais amamos e que precisamos de ter perto derrotam-nos em pouco tempo. O aperto no peito torna-se tão intenso e profundo que é impossível de descrever e explicar, o desassossego que sentimos no coração e que nos consome à medida que o tempo passa, tortura-nos e despedaça-nos.
Estou aqui sentada nesta mesa fria, áspera e descolorida e o comboio que me leva para longe, obriga-me a partir, os carris deslocam-se pelas linhas férreas, e o comboio move-se em sentido oposto à minha vontade, à minha necessidade e ao meu pensamento. 
Não te consigo compreender, não sei o que faz de ti um sentimento tão especial e tão único como muita gente parece estar habituada a dizer. Dizem que só os portugueses é que te sentem e te conhecem, que é algo indescritível. Como eu os compreendo, és indescritível pelos piores motivos, pelos motivos mais tristes, dolorosos e inóspitos.
Não percebo a tua utilidade, não sei de que és feita, para que serves, o que fazes, por onde andas, o que pretendes de mim. Não quero estar aqui. Não quero perder a pessoa que mais amo, não quero estar longe.
Há uma semana atrás, querida saudade, eu não te conhecia, nem tão pouco sabia que existias. Era a pessoa mais feliz do mundo, a mais realizada, a mais preenchida, a pessoa com mais amor que poderia existir. O Pedro, era o meu amor de longe e de sempre, conhecemo-nos no secundário, andamos sempre juntos, entramos na faculdade juntos. Tiramos o mesmo curso e depois o amor entre nós acabou por ser o resultado de todos aqueles anos de amizade e convivência quase diária, o Pedro sempre fora o melhor amigo, o melhor companheiro, o melhor ouvinte e o melhor a fazer-me rir, sempre me conheceu melhor que ninguém e quando eu estava triste ou tinha algum problema ele apercebia-se logo e disponibilizava-se para me ajudar e para estar incondicionalmente ao meu lado.
Vivemos um amor assolapado como poucos terão vivido, como eu e o Pedro. Um amor intenso, digno de um verdadeiro conto de fadas. O Pedro mimava-me muito, amava-me loucamente, tinha a brilhante capacidade de me surpreender todos os dias de uma forma inimaginável. Fazia-me as mais loucas declarações de amor; por isso, no espaço de seis meses estávamos a casar-nos e a vivermos juntos.
No entanto, a família de Pedro – de um dia para o outro – começou a intrometer-se naquilo que nos unia. Nunca percebi bem porquê, nunca soube se era por não gostarem de mim, se era por eu não lhes encher as medidas; a mãe de Pedro via em Liliana a namorada perfeita para o filho. A nora ideal.
 A Liliana estudou com o Pedro no último ano do secundário e era filha de um casal amigo dos pais do Pedro. Raquel – a mãe de Pedro – desde muito cedo que engraçou com ela e fez de tudo para que ela e Pedro se enamorassem. Mas o que nos unia falou sempre mais alto e Raquel ficou sempre frustrada com isso, transformando a nossa relação num autêntico inferno.
Eu e o Pedro começamos a discutir quase diariamente, a amizade que nos unia foi-se desvanecendo e o amor que sentíamos um pelo outro esmoreceu, deixou automaticamente de ser o que era antes. O Pedro nunca mais foi o mesmo cortando relações com a família e ficando assim incondicionalmente ao meu lado.
Mas foram as palavras de Raquel que me fizeram deixar tudo para trás; infelizmente, sem pensar duas vezes. Pela amizade que me une ao Pedro, pelo amor que sentimos um pelo outro e pela nossa felicidade que há muito tempo que se encontra comprometida.

 

“Um dia vais provar o verdadeiro sabor da saudade, vais perceber que o teu lugar não é aqui, que nunca o foi.”

 

Li as suas palavras numa carta que cobardemente me escrevera, porque a senhora nunca mo conseguira dizer na cara todas aquelas palavras que me magoaram cruelmente. Não podia ser verdade, precisava de contar a alguém, mas sobretudo precisava de dizer ao Pedro o que ela nunca fora capaz de dizer na minha cara, apenas me fez assinar os papéis do divórcio após uma valente discussão que fez Pedro voltar a estar do lado da sua família. Enquanto tudo isso me passava pela lembrança, continuei a ler…

Esquece o Pedro, que dizes ser o amor da tua vida, pessoas como tu, conheço a léguas minha querida, tu queres é o que ele te pode dar, aquilo que a tua vida medíocre nunca comprou. O casamento está marcado, estou contentíssima por não te ter como nora.
Adeus, minha querida!”

 Eu não podia estar a ler aquilo, não podia ter descido tão baixo, ela podia quebrar o meu coração mas não o meu amor pelo Pedro. Apeteceu-me saltar daquele comboio para fora, queria saber a data e a hora marcada para acabar com a fachada daquele casamento patético, eu sabia o quanto ele ainda me amava, não podia ser idiota o suficiente para deprimir e tratar as coisas como Raquel desejara, não, eu não me iria resignar-me à ideia de ter sido trocada por alguém que ele não amava.
Mais algumas semanas se passaram e eu não descansei enquanto não descobri, e estava lá eu naquele dia, no dia mais “feliz” da minha querida “sogra”, não esperei que o padre perguntasse quem se opunha, porque o próprio noivo o faria, o seu rosto brilhou quando me viu entrar de surpresa na receção aos convidados. Pegou-me no braço e arrastou-me até à sala perto dos arrumos.
- O que estás a fazer? O que é que fazes aqui?
E sem que eu deixasse a minha boca responder por palavras, um beijo disse tudo. Depois de terminar e de eu sentir que era cúmplice, então todas as dúvidas mínimas despareceram.
- Deixa de ser idiota, tu não és isto, tu não queres isto, é a tua mãe e tu não és o apêndice dela, pensa por ti, deixa de te agarrar às escolhas que fazes para não a fazeres sofrer. – Disse, entregando-lhe a carta que ela me escrevera. – Porque ela não tem qualquer problema em fazê-lo.
Sem palavras ficou, abraçou-me num gesto de pena por ter sido tão influenciável.
- Qual é a solução?!
- Partir!
- Partir? Para onde?
- Longe.
E fomos, partimos à deriva, quebrando a saudade dos dias longos, que mostrou que o amor que nos une é maior que tudo aquilo que o tenta despedaçar.

19
Mai16

[O teu olhar] As asas que me fazem voar.

Carolina Cruz

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Que eu nunca perca as asas que me fazem voar. Que eu seja a borboleta que não tem medo da mudança e enfrenta a metamorfose que é a vida. 
Que eu seja real e completa, não importando quanto tempo viva, mas que o pequeno pedaço de sonho me encante e me deixe saborear cada pétala de imperfeição e perfeição que completa este jardim tão repleto de sensações.
Que eu seja dona de mim e das minhas energias, com a magia de acreditar que o dia é feliz e que eu possa agarra-lo sem medida e voar com liberdade de inteira responsabilidade de ser eu, mais que aquilo que ainda julgo ser, nessas asas onde mora a minha capacidade de sorrir e de olhar o que me rodeia com um significado brilhante.

 

[Fotografia da autoria de Keina Diniz]

14
Mai16

[O teu olhar] Por amor...

Carolina Cruz

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Por amor voltava a viver tudo de novo, se fosse preciso a sofrer mais uma vez. Por amor eu vivo um dia de cada vez embrulhada em esperanças e ao invés eu digo que não me volto a prender ou perder de novo mas... tudo acontece. Será que o amor é assim mesmo? 
Será que me queres bem? Ou mal? Ou nem tão me queres e te sou indiferente?
Vivo em sofrimento ao pensar, mas na verdade é tão bom sentir que se ama, que nem eu mesmo me entendo, não sei quem sou, mas o espelho diz-me que sou a outra metade de ti, só queria te completar como a mim me completas e querendo-te tão bem... como quero que me queiras a mim, meu bem querer.

 

Foto de Keina Diniz

02
Mai16

A música é...

Carolina Cruz

Há músicas que só pelo seu feelling nos deixam a vontade de viver para sempre e que as memórias jamais morram connosco.
A ideia que tenho é que ao cantarmos vivemos eternamente esse momento e isso é só o que importa, já nos completa tanto que nos torna inquietos, livres.
Sentes a liberdade, supõe só por si um sentido de vida, é o significado que lhe dás.
A música é mesmo isso, uma expressão, uma liberdade, um olhar e uma esperança de sentir um novo e bonito dia!

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09
Dez15

* O teu olhar: No meu horizonte

Carolina Cruz

Olho o pôr-do-sol e nem acredito que o dia está prestes a terminar, reflito sobre ele e fico feliz - dei o melhor de mim.
Talvez para muitos tenha sido demasiado espevitada, para outros demasiado altruísta, mas sei que vivi este dia que passou com alegria, sei que fui autêntica.
Demonstrei o meu sorriso, aquele que nunca me abandona. 
Não choro porque o dia terminou. Amanhã haverá mais horas para rir à gargalhada, para ajudar alguém, para fazer sorrir um outro e ainda conquistar-me a mim mesma. 
Todos os dias são dias para viver e acreditar que tudo é belo mesmo que assim não seja e ver em cada pedaço de amargura uma razão para ir à luta, porque eu não anoiteço só porque o dia chegou ao fim, a chama mantém-se viva, no meu horizonte.

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♡ Foto da autoria de Ana Adelino

20
Set15

[Cinema] Eternal Sunshine of spotless mind

Carolina Cruz

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Nunca devemos apagar o que fomos, porque o nosso passado quer queiramos quer não, é também o que somos, a nossa entidade.
Se virmos bem o passado foi o nosso presente de outrora, o presente agora vivido será o nosso passado amanhã.
Não queiramos destruir a nossa história mesmo que ela traga consigo dores que julgamos infindáveis. Isso é também o que somos.
"The Eternal Sunshine of the spotless mind" é um filme arrebatador, estranho mas que se entranha e nos deixa agarrados até ao fim e nos surpreende com um final estrondoso. 
Faz-nos pensar que aquilo que é nosso verdadeiramente é que tem significado, não podemos jamais querer esquecer, porque cada um é um ser único e traz consigo o seu ser especial que faz parte e perdura nas memórias felizes depois de todas as feridas sararem.

 

 

 

19
Set15

[O teu olhar] Eu sou...

Carolina Cruz

14. Silvia Antunes.jpg

 

 

 

Eu sou o quarto que fica por arrumar, os tantos trabalhos que ficam por fazer, milhares de fotografia que ficam por registar e tantas palavras que ficam por escrever, pois entre eles surgem tantos outros projetos!
Eu sou a sede de viver intensamente, de querer tempo para tudo, para realizar todos os sonhos que outros ditam de impossíveis, mas que eu vivo com certeza.
Eu sou o tanto para fazer. Pudesse o meu ter mais de vinte e quatros horas e então estaria ainda mais realizada, mas porquê? Se me deitaria sem vontade de adormecer, com milhares de ideias por concluir, mas eu também eu sou aquela que precisa de descanso que também precisa de dormir quanto mais não seja para sonhar.

 

Fotografia de Sílvia Antunes

 

 

 

 

 

Também queres enviar a tua fotografia? Para que eu faça um texto inspirado nela? 

É um projeto do blog intitulado "O teu olhar" em que a fotografia é tua, e a inspiração é minha. 
A adesão tem sido fantástica e é uma forma criativa de dar a conhecer blogs, por isso poderás enviar até ao final do mês.
Porque não envias a tua? É simples, envia para carolinaacruz.01@gmail.com

Fico a aguardar por esse teu olhar inspirador!!! Obrigada por estares desse lado

15
Set15

[Cinema] Boy Hood

Carolina Cruz

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A vida é uma sucessão de momentos, não só devemos aproveitá-los como deixar que os momentos nos possuam, crescendo com o que vivemos de dia para dia.
Que o bom e o mau seja a história do que somos, porque o que acontece tem uma razão de ser, quanto mais não seja para nos reaproximar dos que mais amamos ou recomeçar a cada segundo uma vida melhor.
Porque nada é em vão, tudo tem um sentido, uma forma de nos fazer crer que o melhor ainda está para vir, há sempre uma forma de dar cor à vida. 
É a esperança expressa a cada
segundo do filme "Boy Hood" um filme rodado em mais de uma década, com a magia e a realidade de uma vida jovial e atribulada, cheia de histórias para contar.

Sem dúvida, uma verdadeira obra-prima do cinema! 

 

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