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Gesto, Olhar e Sorriso

Palavras que têm vida.

04
Abr17

4 # Existirá destino sem os sonhos?

Carolina Cruz

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«Ela é uma pita, Manel!», «tão nova para ti», «isso é proibido», «é menor, isso é pedofilia» - era tudo o que ele ouvia, quando revelava a um amigo mais chegado o seu segredo mais secreto - estar apaixonado por Sara.
Ele sabia que era arriscado, mas queria tanto, que por ele esse amor era vivido em segredo, mas em tantas horas em que a vida se cruzava, conseguiria ele e, também ela, esconder a cumplicidade e o amor que os unia?
Por mais dúvidas ou certezas que tivesse, o destino soube-lhe dizer o que fazer.
Manuel andou dias a pensar nisso e quando julgava que se iria entregar ao seu amor proibido, o destino fê-lo escolher o seu sonho – Manuel fora aceite no casting para fazer parte de um curso em Londres. Ele não tinha como negar aquela oportunidade, embora o seu amor lhe inflamasse o peito, raparigas e novos amores viriam, mas oportunidades de seguir o seu sonho podiam não existir como naquela altura.
Na sexta seguinte seria a última aula que iria dar antes de partir. Ele sabia que magoaria Sara se não lhe dissesse primeiro que a todos os outros, mas se ela ficasse magoada com ele, talvez fosse mais fácil partir. Um pensamento idiota. No entanto, não custava tentar. Resultaria? Sinceramente? Não.
Ao saber, Sara, ficou triste sim, mas entendera na perfeição, não só a escolha dele seguir o seu sonho, como o facto de a ter tratado por igual. Ela sabia que ele não queria confundir o seu próprio coração, especialmente naquela altura, em que iria partir. A atitude dela deu, na verdade, cabo dele. Deu-lhe mais vontade de ficar, de querer o seu abraço. Porque antes de partir, ela quis guardar dele, o melhor e deixar-lhe uma marca do seu amor, que será sempre uma paixão infinita. Então, sem que ele pudesse reagir, agarrou-lhe nas mãos e puxou-as para a sua cintura, pousou as suas nos seus ombros, deslocando uma delas para o seu rosto. Manuel não queria acreditar quando olhou nos seus olhos que se encontravam tão próximos dos seus. A sua boca na dele. 14 anos que não importavam mais, 14 anos que seriam insignificantes, 14 anos que ficaram na sua memória, 14 anos da Sara e 14 anos que passaram desde então.
 

 

(Continua...)

 

 
28
Mar17

[Ficção] Eu nunca perdoaria?

Carolina Cruz

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«Estou aqui, abre a porta.»
O meu coração batia com força. Ele estava ali à minha frente. Sem rosas ou chocolates, apenas com desculpas, com vontades, com mil perdões. Os seus olhos azuis imploravam perdão e o seu sorriso era encantador. Como podia um rapaz ter tanto de mim na sua alma?
Ele dizia ter sido um idiota, que não havia mulher que mais amasse, por mais que desse a volto ao mundo não haveria rapariga mais bonita, mais especial, que eu era perfeita para ele. As paixões que tivera não se igualaram à minha presença, à marca que deixara no seu coração, porque eu não era banal como as outras, não me deixava ir tão facilmente, era forte e não mais uma. Eu era a tal.
Pedia desculpa por só agora ter visto tudo isso, que não merecia uma segunda oportunidade, que era uma besta. As suas lágrimas corriam pelo rosto, ainda que não quisesse chorar. O seu sorriso envergonhado fez-me abraçá-lo.
É estúpido quando não estando na situação dizemos “eu nunca perdoaria”, talvez tenha dito também, mas há perdões feitos que valem a pena toda a vida, apercebi-me disso naquele dia. Tudo o que ele tinha dito, tudo o que tinha feito, naquela hora não me importava, as suas lágrimas diziam tudo, falavam sobre si, sobre nós, sobre o amor intenso que sempre houvera entre nós.
Aquele abraço durou o tempo suficiente para ambos chorarmos, para curar e colar todos os pedacinhos partidos, chorar e sorrir, beijar muito, abraçarmo-nos de novo e entrelaçámos as mãos para toda a vida.
Por vezes precisamos de abrir os olhos e ver que, num instante, podemos perder o amor da nossa vida, ele percebeu que eu era o dele, pois não houve mais ninguém na sua vida até então.
 
 

 

 

 
 

 

25
Mar17

[Ficção] Dentro da minha cabeça

Carolina Cruz

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Armo-me em forte quando passas por mim, sinto-me altiva, despreocupada, indiferente. No entanto, quando viras costas é quando tudo em mim desaba. Sabes que dentro dessa forma despreocupada o meu corpo treme ao olhar-te, toda eu estremeço ao querer-te de volta, nem que fosse apenas como amigo.
Dentro da minha cabeça tudo acontece, milhares de coisas se movem e na tua ausência choro, choro muito. E ainda que não queira, apetece-me dizer-te que, apesar de tudo, de toda a parvoíce, a irresponsabilidade, a tua indiferença e para mim desapontamento, desilusão, eu ainda te amo, ainda te quero, talvez ainda da mesma forma que queria quando estava sob o teu abraço. É isso que me faz falta. O teu abraço. Dói-me ver-te por aí, com esse teu ar descontraído, feliz, como se não precisasses mais de mim para viver. Será que, tal como eu, isso é apenas uma defesa? Uma máscara onde escondes as tuas lágrimas? Não quero omitir-te mais, magoaste-me sim, mas o amor é mesmo isto, não é? Perdoar, se me quiseres de volta.
Merda, que se lixe o mundo, quero mesmo o teu sorriso de volta, a beijar o meu.

 

 

16
Mar17

[Ficção] Contigo faz mais sentido

Carolina Cruz

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Perdoe-me quem não entende que só o amor me move. Tentei afastá-lo da minha vida, afastar-te de mim mas queres saber que mais? Não dá mais. Só espero que não seja tarde demais.
Não me importa quantos dedos temos apontados a nós, ou mãos que desaprovam, olhares que desconfiam... Não importa. Se o amor vence tudo, eu quero vencer a teu lado, mesmo que em segredo. Não importa. Eu quero ser o teu Romeu, que tu sejas minha Julieta.
Não importa o futuro, importa o que sinto, o que sentes.
Não quero te dizer que a vida é um conto de fadas ou que no fim acaba tudo bem. Eu não tenho essa certeza, sei que na realidade tudo é mais complicado, mas de uma coisa eu não duvido - que juntos tudo conseguimos e tudo se torna melhor.
Não vamos complicar, vamos sentir, vamos amar como se só hoje existisse.
Vem cá, para junto dos meus braços, vem que eu desejo esse beijo, tanto quanto desejo a vida, que contigo faz mais sentido.

 

09
Mar17

Um novo começo (parte V)

Carolina Cruz

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Quando se apercebeu de que era ele, Sofia quis correr para junto da grade, onde acabou por chegar e vislumbrar o olhar intenso e concentrado com que Mike tocava “Creed” de Radiohead. Os seus olhos tremeram de medo que os dele a olhassem, mas quando isso acontecera um sorriso nasceu. Um sorriso que quebrou todo o gelo e todo o medo que pudesse existir em Sofia. Fosse o que fosse que pudesse acontecer, ela sentia que não podia negar essa cumplicidade no bater do coração, não podia negar mais aquela atração e não podia rejeitá-la, ou a ela, por causa da sua língua, pois a paixão só tem um único idioma.
Quando as duas amigas chegaram ao pé dela, Sofia estava tão incrédula que não conseguia dizer o que sentia…
- É o meu… - Estava para dizer às amigas quando ele dedicou a próxima música que cantaria.
- The next music… dedicada a Sófia.
Aquela metade inglesa, metade portuguesa da frase dava-lhe um charme que era impossível resistir, assim como a música: “love of my life”, dos Queen. Embora se tratasse de uma hipérbole, ela podia sim, ser o amor da sua vida, naquele momento, naquela hora, naquele instante, o suficiente para durar a vida toda, se não arriscasse, também nunca saberia.
“Vai ter com ele”, “não hesites”, “arrepende-te apenas do que não fizeste”, diziam as amigas, quando Sofia decidira ir ter com ele onde milhares de miúdas aguardavam uma fotografia.
- Diga-lhe que é a Sofia. – Dizia ela ansiosa ao segurança.
Será que as portas do pequeno camarim se abririam para ela? Naquele instante em que pensava…
- Desculpe… - disse o segurança. – pode entrar.
Então as grades abriram-se numa brecha e quando pôde abrir a pequena porta de onde se encontrava Mike, os seus olhos voltaram a sorrir, os olhos de ambos.
- Sorry… - Disse-lhe Sofia. – Thank you! – os seus olhos diziam tudo, sem se esquecer de que era um beijo o que mais desejava.
Ele sorriu-lhe de volta, será que também ele sonhara com esse beijo desde que a salvara?

 

(continua...)

 

 

16
Jan17

[Ficção] Serás sempre o meu amor

Carolina Cruz

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Serás sempre, venha o que vier, o meu amor pequeno, rasgado numa grandiosidade enorme.
És a minha razão de viver, mentiria se omitisse. És o quem faz o meu coração bater, és a força que se rasga nos meus olhos a sorrir.
O teu tamanho é muito maior do que eu vejo. Dando-te um beijo na testa, comprovo que és a minha perfeita sensação, a mais bonita, aquela que quero guardar até ser velhinho.
Quero procurar em todas as horas o teu abraço, permanecer nele, encantando a paz, respirando harmonia, pois és tu que me alegras, dás cor ao meu dia.

 

 

30
Out16

Sorte ou azar? - parte 3

Carolina Cruz

Nessa noite, como combinado, Joana dormiu em casa da amiga.
- Nem imaginas o que aconteceu Marta… - Disse Joana à amiga.
- Pela tua cara corada quase posso imaginar! – Disse Marta.
- Oh não gozes… Ele beijou-me, ou melhor… beijámo-nos e eu nem sei quem ele é… Nem o nome, nada.
- Isso é uma história para recordar… Parece quase uma cena de um filme. – Disse Marta entusiasmada.
- Ele foi tão atencioso com os meus medos estúpidos.
- Confessa lá que conseguiste esquecer essa tua paixão platónica pelo Tomás.
- Eu não a via como platónica, tu é que sempre achaste que sim…
- Joana, tu nunca falaste com ele, ele nunca reparou em ti. – Afirmou a amiga. – E este rapaz provou que gosta de ti.
- Segunda-feira vou saber quem ele é. Mal posso esperar. – Disse Joana ansiosa. – E pronto, tenho de concordar que tens razão…
- Finalmente percebeste que já é tempo de esqueceres o Tomás? – Perguntou Marta.
- Quem? – Disse Joana, brincando com a situação!
- Exatamente. – Disse Marta abraçando a amiga.

 

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Na segunda-feira, ao chegar à escola Joana sentia-se ansiosa, sentia algo diferente no olhar dos colegas, em especial dos rapazes. Olhavam-na, como que a prestar atenção nela, de forma alegre, fazendo comentários positivos, Joana sentia-se feliz por isso, e em cada rapaz tentava identificar o seu mascarado, mas tudo era uma incerteza inquietante – naquela noite estava escuro, não se apercebera se ele era grande ou pequeno, não sabia a cor dos seus olhos, muito menos o seu rosto…
No entanto, às dez tinham encontro marcado e ela mal podia esperar.
Às dez em ponto, mal acabara de tocar, Joana já estava no largo do jardim da escola a sentar-se, esperando o seu misterioso amado, e passado uns minutos lá estava ele, ele e todos os seus sonhos realizados, a sua felicidade plena, a contemplação de que nada é impossível até acontecer…
- Tomás?
Os seus olhos brilharam e os seus lábios sorriram à espera de uma resposta, um “sim” dito com um beijo.

 

29
Out16

Sorte ou azar? - parte 2

Carolina Cruz

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O rapaz tentou ajudar. Reparou na rapariga que com ele tinha ficado trancada e os seus olhos brilharam. Minutos de sorte em momentos de azar.
- Calma. É um jogo, miúda. Mantém-te calma.
- Por favor não me faças mal. – Disse ela, começando a chorar. – Eu detesto isto, nem sei porque é que eu aceitei vir à festa, fazer o jogo, vestir-me assim.
- Porque haveria de te fazer mal? Sem stress, miúda, não te vou prender nem obrigar-te a seres minha esta noite. – Disse soltando um riso simples. – Isto é um jogo, em breve alguém nos abre a porta. Temos de encontrar a pista às escuras. Descontrai, vamos nos divertir, vamos cooperar juntos e as nossas equipas nem vão saber.
- Não estás a perceber eu sou claustrofóbica. – Gritou Joana.
- Isso é ideia tua, se ligares a lanterna do teu telemóvel vais reparar que o quarto é enorme, que não tens razão para ter medo. Tens aí o teu telemóvel?
- Oh, não ficou na mala da minha amiga.
- Não te preocupes, eu tenho aqui o meu, vais ver, isto até vai ser divertido.
O rapaz ligou a lanterna e Joana mandou um salto com susto, pois ele ligou diretamente a luz na direção da sua máscara. O que fez com o que ele mandasse uma gargalhada intuitiva.
- Eish, não gozes. – Disse ela, começando a descontrair e a rir.
- Vamos investigar o quarto. – Disse o rapaz, enquanto virava a lanterna em redor do quarto.
- Posso pedir-te uma coisa?
- Diz.
- Prometes que não gozas? – perguntou Joana.
- Vou tentar. – Disse o rapaz.
- Oh anda lá, promete.
- Juro!
- Podes tirar a máscara para ficar mais à vontade, para saber se te conheço?
- Não conheces. – Disse ele puxando ainda mais a máscara para baixo.
- Oh anda lá, tira isso. – Disse Joana, insistindo.
- Não tem muito mais piada assim? – Perguntou ele.
- Não. – Disse ela chateada, a ponto de arriscar tentar tirar-lhe a máscara.
Ele pisou algo viscosa que se encontrava no chão e escorregaram os dois ficando um em cima do outro.
- Podemos tornar este acidente na noite mais divertida das nossas vidas. Estive a olhar para ti  a noite toda foi por isso que decidi jogar este jogo, mas por sorte ou azar calhamos os dois neste quarto.
Joana voltava a ficar ansiosa. Não conseguia tirar-lhe a máscara e o rapaz não a tirava, além de que continuavam os dois presos àquela coisa nojenta e viscosa.
Ele puxou a máscara até à zona do nariz e roubou-lhe um beijo, como se de um filme se tratasse. Ela parou de imediato, estava a ser mágico, realmente mágico, mas ela era teimosa.
- Se eu responder ao teu beijo, mostras-me quem és?
- Experimenta, responde, deixa-te ir e eu logo te direi.
E mesmo que não quisesse Joana deixou-se levar por aquele beijo intenso até que as luzes se acendem e ele baixa a máscara, e parte sem dizer quem é.
- Se não me esqueceres, segunda-feira, às 10h no jardim das flores, da escola.
- Não esqueço. – Disse Joana mordendo o lábio.

O jogo de orientação acabara ali, mas outro jogo havia começado…

 

(Continua…)

15
Out16

Primeiros momentos

Carolina Cruz

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Sou apaixonada pelos primeiros momentos, aqueles que nos deixam instintivamente mais felizes, a primeira troca de olhares, a primeira palavra dita, o assunto prolongado, o primeiro beijo, o prazer sentido e abraçado.
Eu sou a favor dos sentimentos intensos, aqueles que dão arrepios no coração e calor no corpo.
Sou apaixonada pelas sensações mais sinceras, as formas mais especiais de se ser feliz, as sensações que nos queimam o peito de alegria e nos enchem de orgulho.
Eu amo os momentos onde queremos demorar, permanecer para sempre, como se não conhecêssemos o que virá, mas recordando que o desejo é seguir com a corrente, por isso me apaixono todos os dias por ti, amo-te com a mesma intensidade que foi no princípio, esperando que seja até ao fim do nosso fim.

 

[fotografia do filme "Before sunrise"]

11
Out16

Adoro-te.

Carolina Cruz

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Adoro-te, da mesma forma que me perco entre as estrelas e me encontro ao luar, encantando-me com o teu olhar.
Adoro-te da mesma forma que o sol nasce e o vento dança sobre os meus cabelos. 
O que temos é uma sabedoria e uma metáfora para os dias bons e maus, para o que virá que nos abrace ou nos confronte.
O que temos é o que faz com que tudo seja mais fácil de suportar e nos fazer sorrir, todos os dias nas nossas vidas. Descobrindo-nos, por amar, perfeitos sob um beijo, de sonhar!

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