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Gesto, Olhar e Sorriso

Palavras que têm vida.

26
Dez17

[Ficção] Deitaste tudo a perder

Carolina Cruz

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Deitaste tudo a perder. 
Eu amava-te, sabias? Desse amor que não se contempla, que se intensifica na dor, que se inquieta na tua presença.
Morri de amores por ti, em vão. 
Deste-me esperança desmedida, abracei-me à ideia de que ia ter-te para sempre, mas tu não ficaste, não quiseste ficar. Disseste não poder, mas a verdade é que não quiseste. 
Não há assim tanta diferença em sermos diferentes, podemos mudar, eu acreditava que nos habituaríamos às diferenças um ao outro, sem saber na verdade que "habituar" é um verbo que não se adequa a uma relação de amor.
Eu respeitava as tuas ideias, porém não as suportava, menti de todas essas vezes que disse habituar-me a isso. Fui-te sincera, confrontei-te com a verdade. E tu disseste que não resultavamos juntos, que o correto era tornarmos o nosso presente num passado. 
Iriamos resultar se fizesses um esforço, mas creio que não se faz um esforço quando se ama e se forçamos é porque, na verdade, não é amor. 
Quando compreendi isso deixei de pensar em pedir mais uma última oportunidade ao que tinhamos tido, fechei o capítulo e abri um livro para contar uma história. 
Assim tornaste-te numa história, tento desenhá-la como se não fosse minha, mas de alguém, porque se eu abrir o meu peito, vão sair lágrimas, saudade e desilusão. Vou inundar o papel que escrevo, inundando por completo a minha sala e também a minha vida. 
Deitaste tudo a perder e eu só te quero esquecer.
Não esquecer que exististe na minha vida, apesar de tudo creio que tenha sido bom, mas quero esquecer apenas (e já é tanto) que não quiseste quem te amou por completo - eu.

14
Nov17

[Ficção] Desapego

Carolina Cruz

 

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Permito, finalmente, ao meu corpo, libertar-me de ti. A mente, a pele, o coração, o olhar, tudo em mim se esqueceu de ti e é tão bom.
Não há nada melhor que sentir esta (tua) ausência sem dor. 
Já não sinto a necessidade de saber como estás, com quem andas, se já me esqueceste, se tens outro alguém.
Olho para ti e não passas de um mero conhecido. 
É tão bom este desapego. Esta porta que se abre. Esta liberdade que sinto em já não sentir rigorosamente nada mais por ti, nem um pingo de raiva.
Sou livre, estou livre para amar, não me mudaste nem um bocado. Não tenho medo do amor, não tenho medo de me entregar. Sei ser, sei estar e sei que, algures e algum dia, alguém estará de coração aberto para me viver e me sentir, por inteiro.

23
Ago17

[Ficção] Esquece

Carolina Cruz

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É agora. É desta. Não há volta a dar. Já chega. Basta!
Para mim bastou! Não há mais desculpas sem precisar de pedi-las.
Não há mais coração a bater de medo. 
Não há mais alma sofrida ou lágrimas de desilusão.
Não há mais mensagens a dizer que te adoro. 
Não existem mais textos escritos em vão, sem que o lesses.
Não dá mais.
Não posso, não quero, não devo! 
Chega.
Quantos dias perdi à tua procura?
Quantos dias perdi à tua custa?
Sei que nunca se perde por fazer o bem, mas quantos minutos perdi a dar-te valor.
Esquece, não me terás nunca mais de mão beijada, ao serviço do teu beicinho.
Dei tudo de mim, sem receber.
Dei tudo de mim, em vão.
Dei tudo de mim e o que tu me deste?
Hipocrisia, ilusão desmedida, ingratidão. 
Não, não precisas mais de mim. 
Nem eu de ti. 
Sem ti serei melhor.
Um corpo livre, longe do enfado da tua presença. 
Só me querias a teu favor, 
Porém nem de longe nem de perto, isso é amizade ou amor.
 
 

 

05
Ago17

[Ficção] Resposta de Susan

Carolina Cruz

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Leonardo,
Passei todos os meus verões à espera que voltasses.
Permaneci todos os primeiros dias de julho de cada ano à tua espera na estação.
À espera que o tempo nos trouxesse o que era nosso por direito.
Mas os anos foram passando, eu fui amadurecendo, criei a minha vida, experienciei vários empregos, casei, tive filhos.
Dois filhos maravilhosos. Vejo neles a nossa juventude, o amor pela vida, o sorriso nos lábios e o brilho nos seus olhos.
Nunca me esqueci de ti, nem do que vivemos, ou do que podíamos ter vivido.
Tal como esperei por ti todos aqueles anos, esperei por estas palavras.
Porém, lamento dizer-te, mas sim, é tarde demais para vivermos de novo este amor.
O meu marido morreu este ano. Lamento tanto a sua partida, o amor que ele tinha por mim, o meu amor por ele que ficou incompleto, a cumplicidade e a amizade que tínhamos.
É verdade que nunca me esqueci do que vivemos, mas ele fez de mim a mulher mais feliz na tua ausência. Não quero que, na sua ausência, tu sejas a minha felicidade. Peço que respeites.
Ainda assim, ainda que o tempo não volte atrás e nenhum de nós seja o mesmo daquele verão, gostava de te olhar nos olhos, reconhecer o teu rosto.
O que vivemos foi um amor infinito, também podemos chamar isso de amizade, certo?
Espero uma resposta e um sorriso de acordo.

 

Susan.

31
Jul17

[Ficção] Desculpa por tudo o que nunca te disse

Carolina Cruz

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Perdi-te, eu sei, mas agora moras no coração de outro alguém e, no teu, eu já não tenho o meu espaço, perdi-o, perdi-te.
No entanto, peço que leias as palavras que te escrevo, porque infelizmente só hoje entendi o quanto te amava, que ainda te amo. 
Foi ao perder-te que percebi que eras a mulher da minha vida, tão espetacular e brilhante, por seres assim não te mereço, não te dei o mínimo de atenção e só agora tenho noção.
Ao perder-te percebi que perder-me nos teus braços era o que me mantinha vivo, que o teu sorriso era a alma do meu e eu não o cativei, não soube ser teu por inteiro e por isso tornei-me um nada para ti quando descobri que para mim tu eras tudo.
Desculpa escrever-te agora, é tarde demais eu sei, mas não consigo não escrever estas palavras que devia ter escrito enquanto era tempo de te amar. Hoje é tempo de eu acreditar que ele te dará o que tu mereces e que eu morro de saudades de te ter para mim. 
É incrível como só queremos realmente quando perdemos, por isso não deixes que ele te perca, nem deixes que ele te quebre o coração, porque mereces ser feliz e amar, significado que só agora leio na sua essência. Amar é querer a felicidade de alguém mesmo que não seja ao nosso lado e para ti eu desejo o melhor do mundo.
Desculpa, por tudo o que nunca te disse, por tudo o que só te disse agora, ainda assim quero que saibas que eu te amo.

 

 
03
Jun17

[Resenha Literária] Nos braços do Vagabundo

Carolina Cruz

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O amor cura, mas também dói. O amor fere mas é o primeiro passo para o tratamento da alma.
Quando perdemos alguém nunca julgamos que essa pessoa leva consigo o nosso mundo, sentimo-nos vazios, moribundos, doentes, procurando um destino fatal.
Estas palavras e pensamentos reveem-se no papel de Sofia, a protagonista deste livro – “Nos braços do vagabundo” de Letícia Brito.
Sofia é uma jovem carismática, no entanto a perda do seu verdadeiro amor irá consumi-la, desejando até a sua própria morte. Sofia adquire depois de perder o seu Francisco, uma depressão pós traumática, pois antes já havia perdido o pai e afeiçoando-se ao seu primeiro amor viu nele um escape e uma cura para a ferida incurável que é a morte de um pai. Ora, perdendo Francisco, Sofia perdera o rumo, e é aqui que o enredo valente desta história brilhante começa.
Letícia (a autora) consegue ter o tato fantástico de saber como se pôr na pele de Sofia, faz-nos sentir de forma intensa o que a sua personagem sente. Porque embora esta seja uma rapariga cheia de sonhos, o passado infeliz, de bullying, de um amor perdido, fere-a mais do que qualquer ponto positivo: um novo amor, um trabalho de sonho.
Este é um livro que nos ensina muito, que tem o objetivo de marcar e de levar à consciência de cada um que o lê que ainda há muito por fazer quando questionamos ou falamos de doenças do foro psicológico, a nossa sociedade ainda está muito aquém, ainda os chama de loucos, ainda acha que não existe razão para tamanha tristeza, que não passam de lamentações. Mas não, as doenças como estas são delicadas, precisam de cuidados, de serem lidas, de terem atenção por parte de todos os nós.
Leiam este livro porque vale mesmo a pena, tem uma mensagem importante e marca, marca mesmo.

02
Mai17

[O teu olhar] À tua procura

Carolina Cruz

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Vim, de propósito, à tua procura. Ao encontro desse abraço, desse sorriso pelo qual morro de saudades. Vim, porque quero. Vim, simplesmente para te ver, para te ter, para lutar por ti. Posso? Deixas? Que eu possa caber no teu abraço onde todos os dias eu via a minha vida amanhecer?
Se não deixares, deixa-me pelo menos encontrar-te. Ver que, se tiveres outro alguém, estás ou não feliz. Por favor, não me proíbas de o fazer, eu não vou impedir-te de viveres a tua vida. Simplesmente eu quero voltar a amar também e ao saber que tu o voltaste a fazer sem pensares em mim, então eu seguirei em frente. Eu sei que é difícil, que talvez esteja a ser egoísta, que não devia voltar ao lugar onde eu fui feliz, contigo. Não devia voltar a onde sei que um dia pertenci e onde talvez não pertenço mais, mas eu quero chegar e partir e saber que tudo fiz para ter de ti o melhor. Posso?
Não te amanhes nessa certeza fugidia, porque agora que voltei, sei que não tens mais ninguém, que ainda pensas em mim, como antes, da mesma forma e no mesmo lugar.
Posso? Podemos? Esse podemos, tornou-se num devemos, e muito, esse abraço.
Por isso sentei-me e esperei que a vida nos trouxesse o pôr-do-sol mais belo para ver no final do nosso dia, por fim, o nosso final feliz.

 

 

(Fotografia da autoria de Rita Fernandes do blog Sugar Candy)

 

 

31
Mar17

[Ficção] Desculpa

Carolina Cruz

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Todas as palavras que escreva para ti serão inúteis, eufemismos, hipérboles, idiotas, tudo isso. Porque de nada vale escrever-te agora que caí em mim e percebi que te perdi.
É verdade que o destino traz de volta o que é verdadeiro e nosso, mas não compreendo. Se essa for a verdade, esquece, porque eu já não te mereço. Perdi tudo em troca de um sonho e esse sonho foi efémero e foi quando ele se esvaiu, que caí na realidade – tu também foste com ele.
Por isso é idiota dizer que há destino, que Deus toca na nossa vida e nos escolhe o caminho, ou ainda que tudo existe por uma razão. É inútil pensar isso, tal como escrever para ti. Ainda assim eu acredito, ainda assim eu escrevo. Sou mesmo inútil não sou? Não adianta pedir desculpa. Sou tão fraca, como dizia que os outros eram quando perdiam. Tristeza, eu é que sou uma verdadeira vergonha, a tua vergonha e, hoje, o teu passado.
Como é pude trocar-te por tudo o que desejava? Porque não te desejei a ti? É tão fácil partir, agora sei quanto te custou ficar.
Ainda recordo a minha frieza ao dizer-te “acabou” e os teus olhos cheios de lágrimas penetravam os meus, ainda assim eu fui indiferente, como é que pude? Como consegui?
Não digam que os homens são todos iguais, nós também podemos sê-lo, eles também têm o direito a dizê-lo, porque nós também lhes quebramos a alma, lhes partimos o coração.
Não sei como consegui deitar-me com essa imagem, como é que eu fui pensar que não me farias falta ou que já não te amava.
Não vou dizer mais nada, embora me apeteça dizer-te que não me esqueci de todos os momentos que partilhámos, de todos os sorrisos e todos os beijos intensos, do teu corpo beijando o meu, do prazer e da loucura que era deitar-me contigo e acordar do teu lado.
Bem, esquece. Mereces o melhor e eu não te dei o meu.
Desculpa.

 

 

11
Fev17

[Cinema] 2 filmes sobre coragem

Carolina Cruz

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“Mary & Martha” é um filme genuíno que nos fala diretamente para o coração.
O que não fazemos por um filho? Quantos mundos mudam quando uma mãe luta pela vida de um filho? E se forem duas? E se uníssemos corações para lutar contra uma doença que mata milhares de crianças, filhas de alguém?
Mary e Martha, protagonistas deste filme e protagonistas também de uma coragem e corações enormes, têm algo em comum, algo que as liga, que as ligará para sempre numa amizade eterna.
São as suas tristezas que as unem as tornam mais fortes.
Um filme que nos vai fazer viajar às mais bonitas paisagens de África e acreditar que dentro de toda a maldade ainda existem pessoas que querem mudar o mundo para melhor.

 

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Aprender do início ao fim. Mentalmente, pessoal e profissionalmente. Nem sempre somos o ser humano para o qual nos educaram, nem sempre somos o que sonharam que fossemos. Muitas vezes somos uma verdadeira desilusão, para nós, para os outros. A vida é uma constante, de aprendizagem, de mudança, de ensinamentos.
Se não somos quem queremos, então porque não irmos à busca?
Após a morte da sua mãe, de um complicado divórcio, de tantos vícios e erros quase imperdoáveis, Cheryl (Reese Witherspoon) decide fazer um trilho de mais de mil milhas pela costa do Pacífico, em busca da paz de espírito, do seu próprio perdão e da mudança e já dizia Platão que “a paz do coração é o paraíso dos homens”.
Com paisagens lindíssimas, vivendo cada minuto como se fosse nosso, “livre” é um filme que todos deveriam ver…
Vale mesmo a pena ser assistido!

 

 

26
Ago16

[Cinema] 2 filmes sobre famílias disfuncionais e amor

Carolina Cruz

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Ser humilde é o segredo. Só assim conseguimos lutar contra as más línguas e mostrar-lhes que mesmo que nos digam que não conseguimos, nós ainda temos mais força por isso.
"Nunca deixes que te digam que não consegues.", se é o teu sonho, não há nada mais importante, o teu sonho é teu, de mais ninguém.
"À procura da felicidade" é um filme inteligente que nos dá que pensar, porque quando Christopherperde tudo, menos a sua razão de viver - o filho - lutou sempre, sem cessar, por um lugar melhor, uma vida de que ambos sempre sonharam alcançar e de que mereciam.
Não ultrapassando ninguém mas mostrando sempre quem era - simples, humilde e bem-disposto - ele vence a cada dia com preserverança, mostrando ao seu filho que a felicidade pode demorar a ser alcançada mas ela existe.
Um filme motivacional muito bom, vejam!

 

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"Pais e filhas" é um filme que mexe com a nossa mente e faz-nos pensar com o coração.
Este filme tem uma mensagem muito importante que nos faz compreender os outros, o porquê de assim sermos...
O nosso passado, mau ou bom, em especial o mau, é claro, deixa marcas e para alguns marcas bastante profundas.
Katie teve uma vida e uma infância difícil, a instabilidade familiar despertou-lhe defesas magoadas.
Ao longo da sua infância, receou perder quem mais amava e foi aí que lhe ensinaram erradamente que o amor não é uma virtude. Nesse momento, aprendeu a não amar outro homem se não o pai, os outros só irão falhar e fazê-la sofrer.
Decide então que é o desejo que lhe ocupa o vazio que sente, desejo de uma noite, seduz e magoa... para não se magoar.
Até ao dia que tudo muda... Alguém entra na sua vida. Será que para ficar?

 

 

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