06
Jun17
As asas que me fazem voar (2)
Carolina Cruz
Chamo-me Katie, tenho 29 anos, vivo em Bragança. Bem, vivia, antes de a minha vida mudar com essa canção de que vos falei.
Continuam a perguntar-se que música ou porquê, não é?
Tinha 24 anos quando tudo começou, quando o conheci.
Ele, Jack, era um cantor bastante conceituado e eu era apenas e só mais uma fã.
Naquele ano, a sua tour era longa e de cerca de cem concertos, sou capaz de ter ido a mais de metade.
Não me chamem de louca. Não era daquelas fãs histéricas ou possessivas, mas sendo eu estudante de música, o seu talento fascinava-me. E a sua música fazia-me bem.
Conheci a sua primeira canção quando terminei a minha relação com Miguel, o meu ex-namorado.
Eu tinha as lágrimas a correrem-me pelo rosto quando a ouvi pela primeira vez. E ela tocou-me.
Sabem quando há canções que foram feitas para vos compreenderem? Esta parecia ouvir a minha alma. Instintivamente apaixonei-me pela sua voz.
Foi a ela que me agarrei todos os dias após aquele findar, aquela desilusão.
Pesquisei-a na internet e cheguei até ele.
Jack Say. O seu nome artístico.
Fiquei com curiosidade, com vontade de o conhecer melhor. Tal como eu, tinha iniciado a sua paixão pela música no ensino médio e seguido o curso de música na faculdade. No caso dele já lá iam alguns anos.
Comprei o seu cd e aguardei uma data de um concerto perto da minha zona, mas infelizmente ela nunca surgiu e fui obrigada a mexer-me, não podia esperar mais, queria vê-lo ao vivo. De certa forma queria agradecer-lhe por melhorar a minha vida e parabeniza-lo pelo seu talento.
Porto, 23 de junho de 2004.
As minhas primeiras palavras, engasgadas, com sorrisos envergonhados.
(continua...)