As asas que me fazem voar (7)
Ele não deixou que eu respondesse, pegou na minha mão e fez com que eu não tivesse opção de escolha.
Atracámos no porto e as suas palavras eram mágicas, porém eu continuava sem querer quebrar o gelo.
- Por mais que possas pensar, isto nunca aconteceu comigo.
- O quê?
- Apaixonar-me perdidamente.
O meu coração martelou desalmado para fora do peito.
- Não foi quando disseste as primeiras palavras ou desde o primeiro momento que eu me apaixonei por ti, foi quando percebi que eras diferente de todas as outras.
» Há milhares de raparigas, todas as iguais, diferentes, sexys, bonitas como tu, que não entendem que somos pessoas normais como elas, que somos humanos, que erramos, que defecamos, que também cheiramos mal, elas só conseguem olhar para mim como um ser que domina, que é conhecido, bonito.
» Tu não, tu olhaste para mim por dentro, foste à minha alma, àquilo que chamas de meu talento, tens conversas interessantes, és inteligente, e não te inibes ou me seduzes de forma interesseira, por ser quem sou.
Era impossível não olhar para a nossa diferença de idades, eu tinha 22 anos, ele 33 anos, mas que me importava isso se nas conversas tudo parecia coincidir na perfeição?
Terminou as suas palavras com um beijo longo e eu cedi. Como resistir à verdade? Eu também estava apaixonada. Não sabia o seu passado, mas sabia que ele estava ali à minha frente, nem as suas palavras nem o seu olhar me mentiam, eu só queria aproveitar o momento.
(continua...)