Cada toque seu (parte IV)
Lembro-me de correr a toda a velocidade pela rua escura, desiludida e iludida, não sabia bem o que queria, se te queria, se nos queria como um só, tinha receio a multiplicar por mil, mas ainda assim eu amava-te como mais ninguém, eras a pele que feria profundamente.
Ao longe avistei um carro, pensei que fosse ele e parei, mas não era e o medo assolapou-me com um arrepio tremendo, um homem que me lançava piropos, queria que entrasse no seu carro, e eu congelei, grande parte de mim desejava que ele aparecesse como um super herói ou um príncipe que salva a sua princesa, criancices, só pensava em coisas para me esquecer que estava a ser forçada a receber boleia de alguém que não queria, era cliché, mas já rezava para mim mesma.
E Deus ouviu as minhas preces.
- Desculpe. Mas não. – Acabei por dizer e correr novamente a toda a velocidade, até que me escondi atrás de uns arbustos, imaturidade pois o homem podia ir atrás de mim, mas seguiu o seu caminho!
Chorava, como é que a vida podia ser tão ingrata comigo?
(Continua...)