[Ficção] Traz o meu abraço contigo
Vem e traz o meu abraço contigo.
Não chores, princesa. Conta-me os teus problemas, senta-te no meu colo e deita-te sobre o meu leito. Vem que eu já estou de braços abertos.
Lembras-te de eu te pedir para trazeres o meu abraço contigo? O meu abraço? Não é estranho dizer-te isto, não. Quero que tragas o abraço que nunca te dei com medo de te apertar o peito de dor. Hoje eu não tenho receio algum, sei que o tempo curou todas as feridas, por isso deixa-me curar-te essa que vejo pelos teus olhos que está aberta.
Anda, desliga-te do meu corpo e observa-me a alma. Esquece o passado e o que fomos, o que tivemos foi especial, mas eu errei, não soube ser bom namorado, mas isso não significa que seja mau amigo.
Vem, que este corpo que outrora te deu prazer, está arrumado nas gavetas da solidão, quer te dar um abraço, quer dar-te a mão, na condição de porto de abrigo, não de amor, mas de ombro amigo.
Vem que embora não tenhamos resultado no que toca ao amor, eu ainda acredito que não viverei bem com a minha consciência se não formos cúmplices para a vida toda.
Vem e deita-te no meu abraço.