[O teu olhar] Nas teias do amor
(fotografia da autoria de Ana Francisco da página "Mundo em fotografia")
Sou um estranho bicho-de-mato que pelas teias do amor, se tornou na sua mais bela fala - uma flor.
Rebentei por entre os raios de sol ferido e levantei-me como quem deseja café. No entanto, a minha maré era o teu jardim, onde me abandonaste. A minha sorte é que me aguentei de pé sem murchar, porque o amor-próprio sobreviveu após todas as colheitas que me fizeram morrer. À parte dos teus jeitos vaidosos de me quereres só para teu proveito eu tornei-me o olhar dos interessados, o olhar dos mais curiosos, que sabem reconhecer a arte, a beleza interior e a simplicidade.
Tu não o quiseste ver, abandonaste todas as ideias simples e só me tentaste comprar com a tua beleza, no entanto tudo o que me soubeste dar foi abandono.
Embora não possa, abandono eu mentalmente o teu jardim e dou graças a Deus por me abençoar e nunca me fazer esquecer quem me planta, me dá vida, e me deixa viver sorrindo.