Mike, um jovem que estava de visita a Portugal, apercebeu-se da aflição da rapariga e como praticava surf desde pequenino, por instinto correu para ir salvá-la, usando apenas a força do corpo.
- You are a crazy girl! – Disse ele com um sorriso nos lábios. – Sorry, como se diz?
Sofia nem estava com cabeça para conseguir ouvir o que o rapaz dizia. Só se limitando a dizer obrigada!
- You’re welcome. – Disse sorrindo.
Sofia despertou, permanecendo na areia, perto dos seus braços.
- Posso saber o nome do meu herói?
- Hero? What?
Sofia suspirou, não se recordava que ele era estrangeiro.
- Sorry, what is your name?
- Ooh, Mike.
- Sofia! – Disse ela sorrindo.
- Nice to meet… Oops, “plazer”. Like, yes? Sorry, I don’t speak Portuguese.
- Pois, nem eu inglês! – Disse Sofia, suspirando novamente, não tinha sorte nenhuma…
- Um pouco, maybe! – Disse ele trocando-se todo.
- Companhia? – Tentou Mike dizer, fazendo um convite a Sofia.
- Não. – Disse Sofia, já um pouco chateada consigo mesma. Quem a mandava ser uma nódoa a inglês?, pensava para com ela.
Mariana, respondeu a Mike, falando num inglês fluente, que já chegava de praia, que iam até à pousada comer qualquer coisa e descansar.
- Ok, sorry! So, see you soon!
- Bye! – Disse Sofia envergonhada! – Thank you.
Catarina que estava acabada de chegar, já de bikini vestido, olhou para Sofia e abanou a cabeça, revirando os olhos.
- Amiga, és tão tola!
- Porquê?
- O rapaz estava a convidar-te para estares com ele…
- Sim e diz-me lá o que é que eu e ele íamos conversar? Eu mal sei falar inglês.
Mariana compreendeu a amiga.
- Eu percebo-a, Cati.
- Mas o gajo é cá um gato, e os beijos são universais…
- Tinhas de vir. – Disse Sofia afastando-se do mar e das amigas.
- Eish, para com isso, Catarina! Nem toda a gente é descontraída como tu nesse sentido. Sabes que a Sofia é tímida. – Disse Mariana defendendo a amiga.
- Fogo Mariana, eu não disse nada mal. Acho que ela devia aproveitar mais a vida.
- Caramba, não é andando com todos que ela aproveita mais ou menos a vida. Deixa-te disso, e vou ser-te sincera, tu assim também não vais longe.
- Vou a onde quero ir.
- Tu lá sabes…
A amizade é mesmo assim, dizer o que se sente, discutir a opinião de cada um, dizer as verdades, sem omissões. Estas três amigas eram todas elas bastante diferentes, mas tinham algo que as ligava para sempre – o amor que sentiam umas pelas outras, aquele que diz que nunca morre. Será?
Almoçaram, tomaram banho e foram dar um passeio pelo Palácio da Pena. Que lugares bonitos, cada uma delas parecia uma Alice no País das Maravilhas, mas quem lhes iria guiar o caminho?
(continua...)