Sorte ou azar? - parte 3
Nessa noite, como combinado, Joana dormiu em casa da amiga.
- Nem imaginas o que aconteceu Marta… - Disse Joana à amiga.
- Pela tua cara corada quase posso imaginar! – Disse Marta.
- Oh não gozes… Ele beijou-me, ou melhor… beijámo-nos e eu nem sei quem ele é… Nem o nome, nada.
- Isso é uma história para recordar… Parece quase uma cena de um filme. – Disse Marta entusiasmada.
- Ele foi tão atencioso com os meus medos estúpidos.
- Confessa lá que conseguiste esquecer essa tua paixão platónica pelo Tomás.
- Eu não a via como platónica, tu é que sempre achaste que sim…
- Joana, tu nunca falaste com ele, ele nunca reparou em ti. – Afirmou a amiga. – E este rapaz provou que gosta de ti.
- Segunda-feira vou saber quem ele é. Mal posso esperar. – Disse Joana ansiosa. – E pronto, tenho de concordar que tens razão…
- Finalmente percebeste que já é tempo de esqueceres o Tomás? – Perguntou Marta.
- Quem? – Disse Joana, brincando com a situação!
- Exatamente. – Disse Marta abraçando a amiga.
Na segunda-feira, ao chegar à escola Joana sentia-se ansiosa, sentia algo diferente no olhar dos colegas, em especial dos rapazes. Olhavam-na, como que a prestar atenção nela, de forma alegre, fazendo comentários positivos, Joana sentia-se feliz por isso, e em cada rapaz tentava identificar o seu mascarado, mas tudo era uma incerteza inquietante – naquela noite estava escuro, não se apercebera se ele era grande ou pequeno, não sabia a cor dos seus olhos, muito menos o seu rosto…
No entanto, às dez tinham encontro marcado e ela mal podia esperar.
Às dez em ponto, mal acabara de tocar, Joana já estava no largo do jardim da escola a sentar-se, esperando o seu misterioso amado, e passado uns minutos lá estava ele, ele e todos os seus sonhos realizados, a sua felicidade plena, a contemplação de que nada é impossível até acontecer…
- Tomás?
Os seus olhos brilharam e os seus lábios sorriram à espera de uma resposta, um “sim” dito com um beijo.