- Sim e perguntou por ti.
O coração palpitava cada vez mais, Sara tentava ignorar, mas as suas perguntas pareciam procurar um caminho até ele.
- E onde é a sede? – Questionou Sara.
- É mesmo no centro, junto à pastelaria Sonhos Doces.
- Sei perfeitamente.
- Combinem um pequeno-almoço, o John até fica a conhecê-lo.
“Ok”, pensou alto Sara, não muito entusiasmada com a ideia. Um lado dela pedia para se reencontrarem, para fazer todas as questões ao tempo, a ele, a eles enquanto passado, enquanto presente e sentimentos desvanecidos ou não. Por outro lado, estava feliz, embora pensasse nele, não queria mexer no seu presente. Estava feliz, John era um bom rapaz, adorava a sua família e eles adoravam-no a ele. Ainda assim havia muitas reticências pelo meio, por causa de um começo de algo que não tivera fim e sim, apenas e só, uma despedida, que jamais fora esquecida.
Sempre que lembrava, tentava esquecer de novo. Era sábado, os irmãos tinha-lhes prometido apresentar-lhes novos restaurantes, fariam um roteiro a todos os bares, dos mais novos, aos mais rústicos, passando por clássicos, tabernas e bares com música ao vivo. Não poderia ir ter com Manuel a lado nenhum, não tinha o seu contacto, ao fim-de-semana, decerto, ele não trabalharia. Oh, na volta, já era casado e procura-lo era perda de tempo, e como o tempo nem sempre se esquece, beber e divertir-se ajuda!
Nessa noite, Sara recordou velhos tempos com os irmãos e nessa jornada pelos bares, John foi um companheiro. Entre sorrisos, penaltis e shots, gargalhadas surgiam, assim como olhares enternecedores e lábios com vontade de serem beijados.
Sara era a rapariga ideal de qualquer homem, era astuta, aguçada, inteligente, e em todas as suas qualidades apresentava uma sensualidade tremenda, ninguém lhe resistia, nem mesmo os desconhecidos, que olhavam de alto a baixo, ao verem-na passar.
John estava a conseguir naquela noite o que nunca conseguira em muito tempo. Embora dormissem juntos e fizessem sexo casual, aquela noite estava a ser muito mais do que ele sonhara, especialmente quando, antes de entrarem no último bar, com música ao vivo, Sara descera a calçada às cavalitas de John. Ao descer para o chão no seu olhar acendeu-se um beijo intenso, os seus lábios estavam quentes e a sua língua sabia a álcool, como se estivesse puro ao ponto de lhe queimar a boca e intensificar todo o seu corpo. Nunca antes tivera sido tão intenso, pelo menos com tanto sentimento da parte dela, sedução sempre houve, disso não havia dúvida.
Sara também o sentia, mas quis o destino que nesse bar reencontrasse o seu passado.
(Continua...)