[Resenha Literária] “Fernão Capelo Gaivota” de Richard Bach
Há livros que depois de acabar de ler sinto logo vontade de voltar para trás para ler de novo ou então em pequenos momentos parar a leitura para pensar sobre o que acabei de ler.
Richard Bach encantou-me completamente e o que aconteceu com a minha leitura anterior do autor com o livro “Não há longe nem distância” eu quis voltar a relê-lo pelo facto de ser um clássico que nos deixa a refletir bastante sobre o poder dos sonhos e de sermos nós próprios.
Fernão Capelo Gaivota é, como o seu próprio nome indica, uma gaivota, mas não é qualquer uma, não se resigna apenas àquilo que todas se contentam para viver: voar somente para obter comida. Fernão gosta de voar, gosta de o fazer pelo simples prazer da sua ação. Não quer voar apenas para sobreviver, quer aprender a fazer melhor, a maior velocidade. E será que ele consegue sendo apenas uma gaivota? As gaivotas voam, mas não a altas velocidades. E quem disse que ele era uma gaivota comum? Fernão é diferente e é por sê-lo que é afastado no bando.
Apesar de todas as adversidades que ele encontrou pelo caminho, nunca deixou de ser quem era nem de acreditar nele próprio, pois o segredo de não desistir é aprender. Para fazer melhor é preciso ser-se ensinado por quem sabe e gostar realmente de aprender.
Este clássico é uma belíssima fábula que nos ensina a não desistir dos sonhos por mais duros que eles possam ser. Por mais complicado que seja sermos nós próprios não podemos nos cingir ao poder de um grupo ou de quem nos diz que não somos capazes.
Faz-nos refletir igualmente nas palavras de um ancião que o nosso corpo é feito do nosso pensamento. Se pensarmos negativamente e que não conseguimos, então nunca o iremos conseguir. O pensamento positivo e a confiança mental, ter amor por aquilo que acreditamos é o segredo para seguirmos em frente.
A edição que li tem um capítulo inédito (a quarta parte) que o autor escreveu aquando de todas as outras partes, porém escolheu em 1997 não o publicar e anos mais tarde, nesta edição (de 2013) fazê-lo.
Na minha opinião (que vale o que vale!) o clássico termina de uma forma maravilhosa que nos faz sonhar e esta quarta parte vem, de certa forma, quebrar o pouco a confiança e força das partes anteriores. A meu ver não acrescenta, tanto que depois de ler essa última parte (acrescentada mais tarde) fui ler o final da terceira e pensei que realmente assim terminaria bem. No entanto, assim escolheu o autor e ela estará disponível para leitura e para que todos possamos ter a nossa opinião sobre a mesma.
À parte disso, este tornou-se um dos meus livros de eleição juntamente com o Principezinho, por isso escusado será dizer que o recomendo a todos!