[Ficção] Pensei em escrever-te.
(foto by "cidades de papel")
Podes não saber contar ou cantar, encantando, mas sei que o amor nos toca a todos.
Pensei em escrever-te porque as palavras não saem e o silêncio esse, liberta qualquer pensamento que possa existir em mim.
Não sei falar de cor, sinto, sinto tudo a pesar-me de novo nos braços, o erro. A vida toda ela é um conflito, bom e mau, amargo e doce, mas no fim tudo vale a pena.
Aprende-se sempre com o passado, todo o ser que passa na rua deixa consigo uma mensagem para nunca mais se esquecer, vamos dando pontapés ao futuro sem nexo, tal como as palavras que escrevo não fazem qualquer sentido neste momento.
Ponho-me a imaginar ser outra pessoa mas não é assim tão simples, tinha de viver de novo, longe de ti. Não morro de amores, porque ninguém deve morrer, o amor só nos liberta um pouco daquilo que somos, nada mais, é um sentimento que perdura e flui.
Escrevo porque também as palavras pesam e o vazio que foi preenchido dá sinais de si: um sorriso.
Podemos não sorrir ao mundo, nem sempre conseguimos fazê-lo. No entanto, confia, pode ser que ele nos sorria mais tarde e que a felicidade percorra o submundo, o infinito.
Só aí sim, o destino poderá dar conta de si e então aí as cartas de amor deixarão de ser ridículas e tudo passou pelo buraco da fechadura sem darmos conta, tudo passou como um erro corrigido, faz parte da vida, faz parte do mundo, do amor, de nós.