[Ficção] Amá-lo.
Nunca foi fácil amá-lo. Mas amá-lo e saber que ele me amava, independentemente de todos os erros que cometia era um desafio. Toda a minha vida levei dos outros a dor, preocupei-me sempre demais com eles, menos comigo. Nesse dia, em que me apaixonei por ele, comecei a preocupar-me comigo. Não porque achava inconsequente apaixonar-me por alguém assim, mas porque amá-lo era um desafio, pensei em mim e no que queria e por mais que eu soubesse que era difícil, tê-lo nas minhas mãos ainda que por tempo indeterminado soube-me pela eternidade.
Chamem-me louca, por ele ser alguém que todas as mulheres abominam, galã, rodado, cabrão, mas eu sei que um dia ele irá cair nos meus braços para sempre, até lá, não me importa, eu simplesmente vou tentando.
Eu sei que o brilho do seu olhar não é o mesmo, digam-me que é ilusão, podem dizer à vontade, que eu sei que não.
Amá-lo nunca foi fácil, desde o início que eu sabia que não o seria, mas precisamos de cometer loucuras, pelo menos uma vez na vida, e amá-lo é tão bom que não me inquieta se estou na minha pele ou demente, se o amor é um estado de sonho, eu não quero acordar nunca, mesmo que um dia amá-lo seja um pesadelo, quando assim for, eu saberei, quando assim for eu não morrerei, talvez sofra, mas ninguém morre de amor, apenas dói, e doer faz parte.
Não me importa o que virá, importa-me o presente, em que ele se deita ao meu lado. E eu sei que não é fácil amá-lo, mas é tão fácil fazê-lo sorrir, e é o que interessa: o lado bonito do amor, nada mais. Se o feio virá, cá estarei. Por enquanto, viverei o sonho. Se a moeda rodar, eu só sei que vou continuar.
Fotografia: tres metros sobre el cielo (filme)