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Gesto, Olhar e Sorriso

Palavras que têm vida.

04
Nov18

[Ficção] Porquê?

Carolina Cruz

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Dói-me olhar-te nos olhos e não poder abraçar esse olhar, enamorar-me por completo. 
Porque tens de ser tão frio, calculista?
Se me amas porque teimas em ser essa parede de força que não me abraça? E porque é que sendo tu como és, eu não parto e não saio desta porta para fora?
Porque te amo, porque o meu amor faz-me ver nos teus poucos sorrisos, no teu silêncio, esperança de que este amor que ainda sinto também o sintas também.
Enquanto dormes a meu lado, de costas voltadas para mim, eu sonho contigo, com o que foi outrora, com o nosso casamento bonito, jovial. 
Pergunto-me porque é que o deixámos morrer se a idade é uma questão de alma e não de idade. 
Porque tenho eu de chorar em vez de sorrir, com receio do meu coração não ser abraçado de volta?
Amo-te, é só o que consigo dizer-te enquanto dormes, enquanto as minhas lágrimas teimam em escorregar pelas minhas faces e, ao dormires, aperto-te com força contra mim, quero-te tanto.

 

06
Abr18

[Ficção] à espera de um abraço teu.

Carolina Cruz

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Agora sou só eu, à espera de um abraço teu.
Por que é que tinha de ser assim? Por que haverias tu de te apaixonares por outro alguém? Sabes o que mais dói? Ser exatamente quando o flor da paixão em mim ardeu, quando o amor em mim implorou para confiar-lhe de novo o meu coração.
Porquê? Por que é que fui tão inocente para me magoar de novo? 
Por que é que te escolhi a ti para acreditar que o amor podia ser de novo uma constante na minha vida?
Eu sei que fui difícil, um tanto fria, mas eu já te amava e não sabia, apenas não queria acreditar, e acreditei... acreditei quando desististe de me amar, de me conquistar.
Ela era mais bonita, mais sexy, mais fácil, certo? Caiu na sintona de ser prazerosa e tu agradeceste. 
Hoje apenas me magoo a mim própria pensando em ti, porque sei que não mereces, porque se sabias que o amor outrora me trouxera traumas não devias ter despertado em mim nem uma pontinha de esperança. Mas tu fizeste-me acreditar que podia ser para sempre, e olha o que fizeste... Desististe por não ser fácil. O amor não é fácil, nunca foi. Tu é que não sabes que para se amar é preciso morrer-se um pouco. Mas tu não morreste, porque és cobarde. Em vez disso, mataste todos os meus sentimentos, a minha vontade de viver, porque antes eu era vida, agora... 
Agora sou só eu, à espera de um abraço teu.

 

_____________________________________

 

Photo by "Intersection"

26
Dez17

[Ficção] Deitaste tudo a perder

Carolina Cruz

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Deitaste tudo a perder. 
Eu amava-te, sabias? Desse amor que não se contempla, que se intensifica na dor, que se inquieta na tua presença.
Morri de amores por ti, em vão. 
Deste-me esperança desmedida, abracei-me à ideia de que ia ter-te para sempre, mas tu não ficaste, não quiseste ficar. Disseste não poder, mas a verdade é que não quiseste. 
Não há assim tanta diferença em sermos diferentes, podemos mudar, eu acreditava que nos habituaríamos às diferenças um ao outro, sem saber na verdade que "habituar" é um verbo que não se adequa a uma relação de amor.
Eu respeitava as tuas ideias, porém não as suportava, menti de todas essas vezes que disse habituar-me a isso. Fui-te sincera, confrontei-te com a verdade. E tu disseste que não resultavamos juntos, que o correto era tornarmos o nosso presente num passado. 
Iriamos resultar se fizesses um esforço, mas creio que não se faz um esforço quando se ama e se forçamos é porque, na verdade, não é amor. 
Quando compreendi isso deixei de pensar em pedir mais uma última oportunidade ao que tinhamos tido, fechei o capítulo e abri um livro para contar uma história. 
Assim tornaste-te numa história, tento desenhá-la como se não fosse minha, mas de alguém, porque se eu abrir o meu peito, vão sair lágrimas, saudade e desilusão. Vou inundar o papel que escrevo, inundando por completo a minha sala e também a minha vida. 
Deitaste tudo a perder e eu só te quero esquecer.
Não esquecer que exististe na minha vida, apesar de tudo creio que tenha sido bom, mas quero esquecer apenas (e já é tanto) que não quiseste quem te amou por completo - eu.

30
Nov17

[Ficção] Não queiras saber de mim

Carolina Cruz

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Não queiras saber de mim. Não venhas agora com desculpas, com perdões ou certezas.
Esquece. Aliás, esquece-me.
Há coisas que o meu coração mole aprendeu a não perdoar. Ele não ficou frio, apenas se cansou de se aquecer ou vibrar pelas pessoas que são constantemente indiferentes para com ele. 
Acabou o coração que vive para todos, incluindo os ingratos. Acabou a alma que abraça ainda que magoada. Não dá mais. 
Não queiras saber de mim, porque vens agora, que estás só, sem mais ninguém.
Podes dizer à vontade que mudei, não vou interessar-me pelo que tu pensas, não tenho tempo para isso. 
Mudei sim, mudei e sinto-me bem com isso, estou mais calma, importo-me mais comigo mesma, estou em primeiro lugar na minha vida.
Pergunto-me a mim mesma: Queres sofrer por quem não merece? 
Nada disso. 
Quero amar, amar-me, sentir a vida. Sorrir, sorrir muito, sorrisos mil
Tu não mo permitias, contigo já não me conhecia, e é nos ombros de um amigo que devemos ser tudo, inteiramente. E se não me recebes como sou, se só queres a minha companhia quando estás só. Esquece, esquece-me.
Não queiras saber de mim, que eu já esqueci, esqueci-te, já não quero saber de ti.

23
Ago17

[Ficção] Esquece

Carolina Cruz

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É agora. É desta. Não há volta a dar. Já chega. Basta!
Para mim bastou! Não há mais desculpas sem precisar de pedi-las.
Não há mais coração a bater de medo. 
Não há mais alma sofrida ou lágrimas de desilusão.
Não há mais mensagens a dizer que te adoro. 
Não existem mais textos escritos em vão, sem que o lesses.
Não dá mais.
Não posso, não quero, não devo! 
Chega.
Quantos dias perdi à tua procura?
Quantos dias perdi à tua custa?
Sei que nunca se perde por fazer o bem, mas quantos minutos perdi a dar-te valor.
Esquece, não me terás nunca mais de mão beijada, ao serviço do teu beicinho.
Dei tudo de mim, sem receber.
Dei tudo de mim, em vão.
Dei tudo de mim e o que tu me deste?
Hipocrisia, ilusão desmedida, ingratidão. 
Não, não precisas mais de mim. 
Nem eu de ti. 
Sem ti serei melhor.
Um corpo livre, longe do enfado da tua presença. 
Só me querias a teu favor, 
Porém nem de longe nem de perto, isso é amizade ou amor.
 
 

 

14
Ago17

[Ficção] Já não és quem foste.

Carolina Cruz

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Digo-te e não minto, apaixonei-me por ti, na hora em que te conheci, vieste com um olhar terno e um jeito acolhedor. Tínhamos onze anos e marcaste-me para sempre. 
Foste tu que roubaste o meu primeiro beijo aos treze e levaste o meu coração aos quinze quando partiste. 
Hoje aos vinte voltaste e eu ainda estou apaixonada pela pessoa que foste. Acredita que me arrependo por te amar, porque tornaste-te num erro na minha vida, mudaste tanto... O teu sorriso virou mania e o teu jeito é de um Casa Nova disfarçado de Don Juan. 
Ainda gravo o teu beijo no meu corpo, mas a mim não me enganas mais. Passas por mim não me conheces, quando outrora disseste ser eu a tua melhor amiga. Fui para ti apenas mais uma do teu historial aborrecido, sou passado e não te marquei, são um pão sem sal e não uma experiência para te gabares. 
Ainda assim eu amei-te. Ainda assim eu ainda amo o teu sorriso! 
Como é que o amor pode ser tão impuro? Tão infeliz... 
Já não és quem foste, nunca mais serás, ficam as memórias e os caminhos apagados do que nunca nos tornámos.

 

 
02
Ago17

[Ficção] Corpo morto e só

Carolina Cruz

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Morreste-me nos braços.
Foi praticamente isso.
Foi exatamente isso que senti.

Fiquei sem ti, fiquei sem chão.
Quem sou eu sem ti? Onde estou? Como sou?
Vagueio-me e deixo-me fugir, andar somente por aí.
Partiste sem uma palavra, uma desculpa ou um perdão.
Eu não merecia isto.
Eu não merecia isto.
Não, repito, não merecia.


Dói-me o peito só de pensar.
Respirar era essencial, agora sinto que nem disso preciso.
Não preciso de nada sem ti, não quero mais nada.


Morreste-me.

Perdes-te, perdi-te, perdemo-nos.
Tudo fomos, nada somos, nada mais seremos.
Tu escolheste, tu partiste, tu foste sem mim.
Tu quiseste, tu viverás bem assim.
Mas então porque me falta o ar desta forma se não mereces?
Não entendo.
Não te entendo.
Não me entenderei nunca por te ter amado assim.
Morro sem nada, vivi com tudo, contigo.
Sou uma levre brisa que assenta no tempo,
Sou pó,
Corpo morto e só.

08
Jul17

[Ficção] O meu corpo

Carolina Cruz

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O meu corpo sujo nas tuas mãos. 
Ou serão as tuas mãos sujas no meu corpo? Não tens direito... Não tens direito de me magoares assim, de achares que tenho de estar ciente e sabedora de que eu sou a culpada, que te provoquei, a estas horas, com a roupa que trazia vestida. O tanas. 
As tuas mãos sujas no meu corpo. Não tens o direito, não tens de ser portador do prazer se eu não o quero contigo. Só porque és homem? 
Essas mãos sujas não mandam em mim, esse olhar de "eu mando, tu obedeces" há de morrer, não comigo, contigo. 
As mil facas espetadas no meu coração, sentidas no meu corpo, são embaladas para outra alma, qual a tua...? 
Embora não a tenhas, essas facadas que te dou (agora que prometo matar-te para não morrer por ti) são as imensas dores que toda a vida me deste. 
A violência doméstica não é apenas bater. Há muitas formas de cuidar e muitas formas de dizer "quero que morras", mil formas de se ser maltratado, de sofrer violência. 
O meu corpo sujo, repudiado de ódio e rancor, não existe mais nas tuas mãos. Essas tuas mãos sujas morreram na ação, numa justiça feita pelas minhas mãos carregadas de medo, na busca de proteção, na busca de um futuro sem ti. 
Jamais morrerei por ti, por isso o meu amor-próprio defendeu-se, vi-te morrer nos meus braços e, então, o alívio da minha alma sorriu.
 
 

 

 

 
04
Jul17

[Ficção] O beijo sonhado

Carolina Cruz

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Apaixonei-me por ti como quem sente o vento, sem intenção, foi um sopro do momento.
O beijo foi sonhado por ambos durante horas, dias, meses e talvez apenas isso tenhamos sonhado juntos.
Nunca soubera nada de ti na verdade, acho que criei alguém à imagem do meu amor, no entanto sei que no mais fundo de ti tu me amaste mas não podias ficar.
Quando nos conhecemos eu jurei fazer a coisa certa - deixar que terminasses essa relação que não te fazia feliz.
Um dia vieste em busca dos meus braços, desse beijo há tanto tempo prometido, dizendo estar tudo terminado. Abracei-te como quem beija o mundo do avesso, senti a vibração da minha alma chorar de alegria.
No entanto, chorava também de receio pois não querias mostrar que esse beijo existia a mais ninguém. E debaixo deste céu que nos condena por amarmos demais quem não devemos eu corri, saltando as nuvens da incerteza que em mim me invadia.
Corri em busca da saudade de ti, saudade de uma paixão que foi apenas um sonho maltratado, de um amor que nunca vivi.
Descobri depois que fui apenas um contratempo nesse tempo que deste à tua mulher.
Desligaste do que fui para ti, na tua opinião nem uma palavra mereci.
Sem eu saber voltaste à "amargura" de te sentires preso a um casamento e a um bebé... Um bebé? Tornaste-te para mim repugnante e com orgulho te digo adeus por sentir que apenas um vazio existira em ti nestes meses em que fui a má da fita e não soubera. No entanto sinto saudades do homem decente que nunca foste! Cresce e cria, sê bom... Eu serei melhor sem ti.

 

 

02
Jul17

[Ficção] Mereço ser feliz

Carolina Cruz

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Houve dias em que o meu coração chorou. Houve dias em que implorou. Mas não pode fazê-lo mais. Lamentar não é para mim. Esperar por ti era, mas não é mais.
Sabes… não posso adorar mais uma ilusão que aos poucos se torna desilusão entre um passo e outro.
Como posso dizer-te que não te quero mais na minha vida? Se tu chegas e dás-me a volta e eu não sei mais o que dizer, volto a dar-te o meu abraço.
Eu falo em palavras, não em gestos, porque este coração parvo adora-te demais e eu não sei dizer-lhe que não.
Mas eu não quero amar-te mais, não quero implorar o teu amor e chorar pelos cantos. Já sei que depois de eu te fazer bem, de eu te oferecer o melhor, de te ajudar a alcançar a vida com olhos de alegria, tu partes assim, com ingratidão para comigo. Esses olhos felizes foram viver a sua vida sem mim, com sorrisos para alguém.
Achas que depois de tudo, mereces que te diga que perdoo? Que te amo da mesma forma?
Cansei de ser a idiota que implora e para quem voltas quando não tens mais ninguém. Fartei-me de sentir-me a mais na tua lista infinita de amigas. Eu pensei que era a mais especial, mas não passei de apenas e só mais uma do teu leque.
Lamento, não serei mais o prato que comes, o chão em que pisas.
Lamento, mas vou quebrar o meu próprio coração anotando-lhe que não dá mais, mereço melhor, mereço esquecer-te, mereço ser feliz.

 

 

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