[Ficção] Oh, Margarida!
Margarida diz-me: de que te serve dizeres-me que não resultamos por sermos diferentes? Caramba! Achas que não é isso que torna o amor especial? O sentimento maior e a paixão intensa?
Achas que não resulta, porque nunca te dás ao esforço de lutar pelo que se viveu, pelo que sentimos, por aquilo que podemos ser um dia, se quiseres.
Não são as diferenças que nos separam, Margarida. Entende isso. És tu, tu e essa mania que és diferente ou que somos tão longínquos que nunca nos chegamos a amar. E tu sabes, e também sabes que eu sei, que esse amor é tão forte, que só te estás a comprimir nessa dor que te forças a sentir. És tu que complicas esta diferença de estatutos. Qual é o problema de teres menos dinheiro? Qual é o problema se eu vivo melhor ou com mais condições? Que importa tudo o que é material, se o amor é a nossa casa, se o amor é onde pura e simplesmente devemos viver? Amamos e pronto, amamos e vemos o que virá. Amamos, sem medo de sofrer as consequências, amamos sem olharmos a diferenças. Amamos porque gostamos de nos amar. Por que é que não pode ser assim tão simples?
Ama-me e não compliques, Margarida.
Ama-me que eu espero-te sempre, como espero depois de todas as discussões que temos: de braços abertos e com um olhar desejoso de te beijar!