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Gesto, Olhar e Sorriso

Palavras que têm vida.

06
Fev19

[Ficção] Já dizia o poeta

Carolina Cruz

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Sinto que já não sei escrever, tropeço apenas na melancolia de necessitar de o fazer. Sou um velho que esconde a sabedoria num copo de água ardente, já não sou fiel à minha dor. Ai, quanto prefiro morrer!
As palavras vêm em catadupa, atropelam os meus sentidos quando já não encontro antídotos ou soluções, mas continuo a ser feito de sentimentos e amor à flor da pele.
Embora já sem vida e sem cura para este homem louco, sou como dizia o poeta: nada, de coisa nenhuma!
Para quê ficar se já não me lêem? Para quê manter os sonhos se sou um velho decadente? Já vivi tudo o que havia para viver, resta-me o tempo que não volta e a solidão.

03
Jan19

Se me arrependo?

Carolina Cruz

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Agarro num papel velho e qualquer coisa serve para escrever os meus pensamentos, não posso deixar escapar a sensatez e a inspiração que me move, é tudo demasiado fugaz para não aproveitar toda a inquietude da minha alma.
Porra, porque é que sinto tanto? Por que razão dizem que o meu coração não pertence a este mundo?
Fácil, esse é o meu erro diário, amo, amo muito.
Sinto, sinto tudo na ponta dos dedos, mas não é aí que está a metade do meu ser errante, esse pedaço de mim está no lado esquerdo do peito, que apesar de todas as facadas, apesar de toda a maldade que vê em meu redor, teima em ver o lado mais bonito nas pessoas, a perdoá-las apesar de tudo e sorrir.
Será isso a poesia?
Amar demais faz sofrer, sim... muito, quantas vezes... mas porque o faço? Para me sentir bem e embora doa, eu posso dizer que dei tudo por tudo, deito-me de consciência tranquila porque dei o melhor de mim.
Se me arrependo? Tantas e quantas vezes. Porém, é com as perdas que escrevo, é pelas perdas que choro, mas talvez seja a forma de eu olhar a vida, com amor.
30
Dez18

Serei sempre rica

Carolina Cruz

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Nunca escreverei com o sonho de ser rica, mas serei sempre rica em pensamentos, em sensações, em sentimentos e não há melhor forma de ver e levar a vida do que inundada de boas vibrações, de sonhos positivos, de “feelings” positivos e é isso que a escrita me dá. 
Aprendi que os sonhos existem para se tornarem realidade e as palavras são o lugar onde quero permanecer todos os dias. 
É o meu lugar mais feliz, são as palavras que me entendem, é com elas que desabafo, que crio, que sou!
É no conjunto das letras que faço o mais bonito, a poesia que envolve o meu amor, a minha vida, a minha paz.
E aprendi também que ninguém me pode tirar isto, irei escrever para sempre, é como algo inato e necessário que nasceu comigo, preciso de escrever como quem precisa de respirar, preciso de escrever como quem precisa de viver. 
Tudo o que escrevo ganha vida, tudo aquilo que penso é magia no papel. 
Enquanto estiver viva, nenhuma página em branco existirá na minha alma, na minha vida, na minha pele.
E quando eu partir, todas elas estarão comigo noutro mundo e nas memórias que deixo a este.

13
Mar18

Escritor...

Carolina Cruz

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Um cálice de vinho do Porto, águas bravas, chuva lá fora, escuridão, noite. 
Qualquer escritor sabe que é nas bravuras da madrugada que a vida nos inquieta, que a solidão chega para abraçar o dia que nada mais é que a luz da escrita, das folhas, das palavras que se cospem para um qualquer papel de rascunho.
O que se escreve é o que corre nas veias, a amargura, o despeito, o fim de um amor, um coração desfeito, a perda e a ficção, tantas vezes baseadas nos próprios acontecimentos diários que nada têm a ver com o que se escreve.
Vive-se constantemente a inventar uma história que não é nossa, um amor que não é real, bem se dizia que um “poeta é sempre um fingidor”, finge o que sente e o que não sente, intrigando-se com o que sentem os outros, inspira porque expira tudo aquilo que crê que lhe vá na alma.
Dorme mal e quando dorme é para se inspirar, para sonhar, para analisar, para viver também nos sonhos que sonha e que quer tornar realidade. 
É difícil compreender um escritor, mas se por ti ele se apaixonar, acredita, na dor que lhe provocas, no amor que lhe tens, na vida e na morte serás eterno. 
Escritor de sentimentos, falácia de pensamentos, grandeza de coração, a inspiração surge, mesmo no ímpeto da escuridão.
 
11
Dez17

Escrever é...

Carolina Cruz

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Escritores entenderão que escrever é voar sem asas, é gritar em silêncio, é arrancar do coração a alma autêntica que nos transborda do peito.
Escrever é dar vida a outras vidas que são também a nossa.
É chorar uma dor que nos embala, é carregar na ferida mais feia e torna-la mais doce. 
Cada palavra é uma bala, é uma entranha aberta no nosso corpo carregado de facadas no peito, é a felicidade de viver e a amargura pela intensidade de querer mais, mais alegria, mais dor, mais ambiguidade, mais loucura, mais prazer, mais momentos, mais solidão, mais vida, mais palavras para escrever.
Porque escrever é embriagar-nos na certeza de que enquanto estamos centrados em arrumar frases e formas, estamos a temperar os nossos sentimentos, a dar-lhes cor, importância, a torna-los arte.
As dores são poesia, as lágrimas são rios que não têm fim, inquietudes e hipérboles, sorrisos são abraços genuínos na gramática, exageros de profundidade e a saudade… Ai! Se a saudade se pudesse descrever… eu morreria para a conhecer!

28
Jun17

[Completas-me] Com Letícia Brito

Carolina Cruz

Bom dia! :)
Hoje estou grata por poder partilhar a escrita com uma pessoa super talentosa de que já vos falei: a Letícia Brito, autora do livro "nos braços do vagabundo". A Letícia é uma querida e foi um prazer partilhar este "completas-me" com ela. Espero que gostem!

 

«Foram quarenta comprimidos, exatamente, quarenta. Embora, eu só me recorde dos vinte primeiros. Depois disso, luzes, muitas luzes colocadas em mim, os meus olhos inchados pelas lágrimas, a visão turva. Médicos. Não sei o número exato, mas creio que eram bastantes, estudavam-me como se eu fosse uma raridade, mas eu sei, no profundo de mim, que já assistiram a outras cenas como estas; jovens a tentarem estrangular a vida na flor da idade. Macas. O barulho ensurdecedor de macas a passearem de uma ponta à outra da ala psiquiátrica do hospital. Vozes. Muitas vozes. Algumas que me segredavam ao ouvido que tudo ficaria bem e outras que me gritavam que eu era um caso perdido. Sombras. Muitas sombras. Deambulavam perdidas ou talvez perdida estivesse eu. Rodeavam-me e convidavam-me a seguir com elas. Debati-me durante horas, com um tubo que uma enfermeira rabugenta me enfiou do nariz ao estômago, que me arranhava a garganta, me impedia de falar e consequentemente de respirar. E as sombras estavam lá, tentavam dar-me a mão, sugavam-me as poucas forças que me restavam e ela chegou; um manto negro sobre os ombros, tombava-lhe ao longo do corpo magro e cansado, os olhos negros, tão negros como a noite mais triste que o inverno presenciou no meu peito, os olhos brilhavam, orbitavam, clamavam. Só lhe escutava a voz e via o brilho intenso que emanava dos seus olhos negros, mas a cara, não a vi, talvez fosse o excesso de medicação, talvez fosse efeito do carvão ativado no meu corpo, talvez fosse o sono a pesar, ou qualquer outra coisa. Ela segredou-me ao ouvido: «está na hora», oh se estava, regozijei-me no leito da minha quase-morte por finalmente ter chegado a hora, então por breves momentos, estendi-lhe a mão e caí num sono profundo, não sei se ela me levou, não sei estou a sonhar, não sei se este é o inferno ou o céu. Ouço gritos ao meu redor. Ouço a minha mãe em prantos. Ouço tudo. E não sinto mais nada. Ainda não sei onde estou. Eu queria tanto que esta hora chegasse, mas enquanto balanço nesta linha ténue entre a vida e a morte, eu queria tanto pedir-te perdão.»

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Eu queria realmente pedir-te perdão, mas não sei se ainda vou a tempo… Não sei se vou a tempo de dizer que te amo, que toda a infantilidade que tive foi para te proteger, para não te magoar, para te dizer sem palavras que mereces melhor que eu, melhor que alguém que ao contrário de desejar viver a teu lado, deseja a morte… mas tudo isso foi em vão.
Se eu pudesse voltar atrás no tempo, se eu pudesse ver a vida com outros olhos, agora que a morte quase me toma e eu revejo o que vivi tudo num piscar de olhos, pedir-te-ia para ficares, para me aturares, mesmo quando eu não me entendia. Pedir-te-ia para agarrares nas minhas mãos e me amares com todos os meus defeitos e eu sei, que foi tudo isso que tu fizeste, foi por tudo isso que lutaste e eu deixei-te preso a mim enquanto te soltava e te assaltava com as minhas ideias malucas, disse para tu partires quando eu mesmo queria que ficasses.
Sou ingrata não sou? Burra também, por ter querido ficar sozinha, fui eu que quis, fui eu que nos coloquei nesta situação… Eu só queria sentir a tua mão, poder renascer de novo.
Se eu pudesse sair deste primeiro término, deste pedaço pequeno de morte, eu tratar-me-ia e trataria também de te pedir perdão, de acreditar que a vida é uma bênção e agarraria a tua mão, ouviria contigo aquela música que toca apenas para nós dois…
Mesmo neste instante consigo cantá-la… Neste instante consigo ouvi-la, consigo ouvir-te a cantá-la e pedacinhos de mim florescem, acreditam que a luz que vejo agora não pertence à minha partida, abro os olhos e vejo de novo o mundo e tu dás-me a mão, estás aí, desse lado, do meu lado, a implorar-me que volte para os teus braços, não é um sonho, estou viva, posso-te abraçar, o amor é um milagre, o amor salvou-me, o amor irá salvar-me para sempre.
Agora posso pedir-te perdão, a ti e à vida. E agradecer, ser grata.

03
Mai17

[Completas-me] Com a Melhor Amiga!

Carolina Cruz

Bom dia, queridos sorrisos! Finalmente! - dirão vocês! 
Pois é, desta vez volto ao completas-me com a simpática "Melhor amiga procura-se", para quem não conhece o blog, tem de tratar disso porque serão mais do que melhor bem recebidos (hei, não escrevi mal por erro, foi com intenção!!!), quero dizer vão adorá-la! E espero que gostem tanto dela, como eu gostei deste texto a duas mãos. Vamos ler? 

 

"Chegar aos quarenta e estar solteira nunca esteve nos meus planos, mas também não estava nos meus planos sujeitar-me a uma relação onde quem perdia tudo era eu, desde família, amigos, carreira, etc. eram demasiadas coisas para mudar em tão pouco tempo.
Não sei se tomei a melhor decisão, nunca se sabe, mas hoje ia atrasada para uma reunião na empresa e ao entrar cruzei-me com ele e caiu-me “tudo”, o meu coração parou, não se foi de espanto, se foi de susto. Ele está diferente, até arriscaria que está mais bonito, tremi toda por dentro e talvez por fora também e o pensamento que me ocorreu no momento foi que ainda bem que hoje estou “bem” apresentável.
Nisto chego ao meu gabinete e sento-me na minha secretária e só vejo os meus pensamentos a divagarem em relação a ele: “Será que ele continua com aquele jeitinho de menino rebelde, superior a tudo e a todos, que tanto me conquistou?! O que será feito dele agora?! Estará casado?! Terá filhos?” Onde andará ele?! Continua pelo mundo?!”.
De repente lembrei-me que nós nunca terminamos a nossa relação, apenas as circunstâncias da vida nos afastaram e hoje ao vê-lo parece que me mandaram tudo para os pés… Nisto vou ver a minha agenda e o nome da pessoa com quem ia ter a reunião e qual é o meu espanto é o nome dele.
Respiro fundo e ligo para a rapariga da receção e digo para o mandarem subir…"

 

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Batem à porta, o meu coração acelera.
Levanto-me.
- Bom dia. – diz, de sorriso torto, como sempre foi seu característico. Mantinha-se amável, simpático.
Não me pareceu que ele me tenha reconhecido. E eu agi com a máxima naturalidade, mas questionava-me: “Como não me reconhecera?”.
No entanto, foi no fim de discutirmos variáveis, testes, probabilidades de seguros e questionários dos clientes, que ele questionou-me, tal como eu não tive coragem de o fazer:
- Carla? Já não me reconheces?
Eu sorrio. Era impossível não lembrar… A nossa história, a nossa forma de ir contra o mundo, a favor do nosso amor.
- Claro que sim. Pensei que tu não me reconhecesses.
- Sim estás diferente, mas há pessoas e traços que não se esquecem.
Acho que fiquei mais vermelha que a cor do meu vestido ou do meu batom que usava nesse dia.
Sorri, e tentei disfarçar o que era óbvio – fiquei de novo encantada!
Ele já tinha sido casado durante dez anos, tinha uma filha de 6 anos. Agora encontrava-se livre para amar de novo, e para um café para o qual me convidou nesse dia. Estava diferente, adulto. O que o deixava sexy por entre as memórias que tinha dele.
Fiquei com desejos de o conhecer de novo. Os nossos corpos e as nossas almas já se tinham encontrado outrora, mas será que seriam capazes de amar novamente?
Os cafés começaram a ser regulares, a empatia e as coisas em comum voltaram. Parecíamos dois miúdos ao retorno do primeiro amor, tudo devagarinho, as mãos dadas, o primeiro beijo, o despir, o sentir, o amar de corpo inteiro… e então eu aprendi que nunca é tarde para amar… aos trinta, aos quarenta, aos setenta, aos noventa… o amor não escolhe idades, mas corações, daqueles que sorriem. A vida sabe sempre como nos surpreender!

 

 

25
Abr17

[O teu olhar] A minha voz

Carolina Cruz

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É esta a minha voz. É esta a minha vida. Isto é o que sou, em objetos, que são muito mais que simples peças. Dizem tanto de mim, como a minha própria vida. Aqui descrevo e digo de novo – a minha voz.
Eu sou as palavras que escrevo, o meu blog, quem me lê, mulher de tecnologias mas de amor ao papel. Mulher de amor, de muito amor-próprio e felicidade, que me dá o poder de gostar de mim e de quem me rodeia. Sou mulher, mas aprendi a sê-lo de alma e coração quando o meu ser maior de amor nasceu.
Aprendi que ser mulher é muito mais do que simplesmente ser, é amar o mundo, e deixar-se prender ao um novo ser que nasce de si, com todo o seu jeito de perfeição.
Aprendi que sou muito mais do que escrevo, muito mais que dou de mim a conhecer, sou um jeito enigmático que eu própria determino a cada passo que dou, rumo sempre à felicidade, não apenas com esse objetivo mas como um caminho de etapas felizes, porque eu sou aquilo que sonhei ser um dia, por isso sei e sinto que o percurso está a ser percorrido da forma certa, não por acaso, mas sim, porque lutei.
Sei-o e digo-o sem vaidades, mas com alegria, de que posso não ter tudo, mas tenho tudo o que me completa e, tudo o que sou, eu adoro ser.
 

 
* Fotografia da autoria de Ana Azevedo do blog "Anas há muitas"
 

 

24
Jan17

[Ficção] Pensei em escrever-te.

Carolina Cruz

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(foto by "cidades de papel")

 

Podes não saber contar ou cantar, encantando, mas sei que o amor nos toca a todos.
Pensei em escrever-te porque as palavras não saem e o silêncio esse, liberta qualquer pensamento que possa existir em mim.
Não sei falar de cor, sinto, sinto tudo a pesar-me de novo nos braços, o erro. A vida toda ela é um conflito, bom e mau, amargo e doce, mas no fim tudo vale a pena.
Aprende-se sempre com o passado, todo o ser que passa na rua deixa consigo uma mensagem para nunca mais se esquecer, vamos dando pontapés ao futuro sem nexo, tal como as palavras que escrevo não fazem qualquer sentido neste momento.
Ponho-me a imaginar ser outra pessoa mas não é assim tão simples, tinha de viver de novo, longe de ti. Não morro de amores, porque ninguém deve morrer, o amor só nos liberta um pouco daquilo que somos, nada mais, é um sentimento que perdura e flui.
Escrevo porque também as palavras pesam e o vazio que foi preenchido dá sinais de si: um sorriso.
Podemos não sorrir ao mundo, nem sempre conseguimos fazê-lo. No entanto, confia, pode ser que ele nos sorria mais tarde e que a felicidade percorra o submundo, o infinito.
Só aí sim, o destino poderá dar conta de si e então aí as cartas de amor deixarão de ser ridículas e tudo passou pelo buraco da fechadura sem darmos conta, tudo passou como um erro corrigido, faz parte da vida, faz parte do mundo, do amor, de nós.

 

 

11
Jan17

[O teu olhar] Coimbra e teus amores

Carolina Cruz

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 (Fotografia da autoria de Joana Veríssimo)

 

Oh Coimbra, minha cidade eterna, quantas vezes, sem cessar, escrevo para ti.
Zeca Afonso disse que em ti o amor não durava e lamento confirmar-te de que ele tem razão. O karma veio ao meu sangue de estudante e pintou a realidade da letra na minha pele.
Eu fiquei somente, sozinha, em plena solidão, nos teus braços, Coimbra. Quando o que eu queria era amá-lo por completo, por toda a minha vida, todos os dias, até sermos velhinhos.
Será que é impossível? Porque é que tenho de te escrever a implorar esse amor de Inês, sem que seja trágico? Esse amor-perfeito, tão certo e saboroso.
Posso pedir-lhe para voltar às margens do teu mondego? Para que eu posso dizer o que me invade a alma e quanto ela dói na sua ausência? Posso? Não sejas a sepultura de um coração partido e ajuda-me a recordar-te sempre com um sorriso, pois eu nunca quero voltar a onde nunca fui feliz e eu quero voltar, Coimbra.

 

 

 

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