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Gesto, Olhar e Sorriso

Palavras que têm vida.

13
Mar18

Escritor...

Carolina Cruz

WORDS.jpg

 

Um cálice de vinho do Porto, águas bravas, chuva lá fora, escuridão, noite. 
Qualquer escritor sabe que é nas bravuras da madrugada que a vida nos inquieta, que a solidão chega para abraçar o dia que nada mais é que a luz da escrita, das folhas, das palavras que se cospem para um qualquer papel de rascunho.
O que se escreve é o que corre nas veias, a amargura, o despeito, o fim de um amor, um coração desfeito, a perda e a ficção, tantas vezes baseadas nos próprios acontecimentos diários que nada têm a ver com o que se escreve.
Vive-se constantemente a inventar uma história que não é nossa, um amor que não é real, bem se dizia que um “poeta é sempre um fingidor”, finge o que sente e o que não sente, intrigando-se com o que sentem os outros, inspira porque expira tudo aquilo que crê que lhe vá na alma.
Dorme mal e quando dorme é para se inspirar, para sonhar, para analisar, para viver também nos sonhos que sonha e que quer tornar realidade. 
É difícil compreender um escritor, mas se por ti ele se apaixonar, acredita, na dor que lhe provocas, no amor que lhe tens, na vida e na morte serás eterno. 
Escritor de sentimentos, falácia de pensamentos, grandeza de coração, a inspiração surge, mesmo no ímpeto da escuridão.
 
16
Out15

[Ficção] No mundo de Helena

Carolina Cruz

22.jpg

 

A escuridão invadiu o mundo de Helena, parecia-se encontrar num beco escuro onde a luz parecia não ter lugar. 
Corria, tentava correr para um espaço seguro, mas parecia ficar no mesmo sítio, permanecia intacta, já que o frio parecia congela-la. 
Ao tentar fugir daquele aparente poço, avistou um vulto, de um homem corpulento, que imaginava poder-lhe fazer mal, podia já imaginar tudo o que de mal ele lhe pudesse fazer, e então correu apressadamente à frente do homem que começara a segui-la.
Não conseguia, o ar faltava-lhe, parecia queimar-lhe o peito e o seu coração quase parou ao sentir uma mão tocar-lhe nas costas, no instante de ainda poder dizer algo, gritou.
Aconchegadamente percebeu que as mãos que lhe tocavam era de alguém que amava e que tudo aquilo não passara de um pesadelo, a tremer entrelaçou-se no abraço e adormeceu, por fim, em descanso.

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