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Gesto, Olhar e Sorriso

Palavras que têm vida.

29
Out16

Sorte ou azar? - parte 2

Carolina Cruz

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O rapaz tentou ajudar. Reparou na rapariga que com ele tinha ficado trancada e os seus olhos brilharam. Minutos de sorte em momentos de azar.
- Calma. É um jogo, miúda. Mantém-te calma.
- Por favor não me faças mal. – Disse ela, começando a chorar. – Eu detesto isto, nem sei porque é que eu aceitei vir à festa, fazer o jogo, vestir-me assim.
- Porque haveria de te fazer mal? Sem stress, miúda, não te vou prender nem obrigar-te a seres minha esta noite. – Disse soltando um riso simples. – Isto é um jogo, em breve alguém nos abre a porta. Temos de encontrar a pista às escuras. Descontrai, vamos nos divertir, vamos cooperar juntos e as nossas equipas nem vão saber.
- Não estás a perceber eu sou claustrofóbica. – Gritou Joana.
- Isso é ideia tua, se ligares a lanterna do teu telemóvel vais reparar que o quarto é enorme, que não tens razão para ter medo. Tens aí o teu telemóvel?
- Oh, não ficou na mala da minha amiga.
- Não te preocupes, eu tenho aqui o meu, vais ver, isto até vai ser divertido.
O rapaz ligou a lanterna e Joana mandou um salto com susto, pois ele ligou diretamente a luz na direção da sua máscara. O que fez com o que ele mandasse uma gargalhada intuitiva.
- Eish, não gozes. – Disse ela, começando a descontrair e a rir.
- Vamos investigar o quarto. – Disse o rapaz, enquanto virava a lanterna em redor do quarto.
- Posso pedir-te uma coisa?
- Diz.
- Prometes que não gozas? – perguntou Joana.
- Vou tentar. – Disse o rapaz.
- Oh anda lá, promete.
- Juro!
- Podes tirar a máscara para ficar mais à vontade, para saber se te conheço?
- Não conheces. – Disse ele puxando ainda mais a máscara para baixo.
- Oh anda lá, tira isso. – Disse Joana, insistindo.
- Não tem muito mais piada assim? – Perguntou ele.
- Não. – Disse ela chateada, a ponto de arriscar tentar tirar-lhe a máscara.
Ele pisou algo viscosa que se encontrava no chão e escorregaram os dois ficando um em cima do outro.
- Podemos tornar este acidente na noite mais divertida das nossas vidas. Estive a olhar para ti  a noite toda foi por isso que decidi jogar este jogo, mas por sorte ou azar calhamos os dois neste quarto.
Joana voltava a ficar ansiosa. Não conseguia tirar-lhe a máscara e o rapaz não a tirava, além de que continuavam os dois presos àquela coisa nojenta e viscosa.
Ele puxou a máscara até à zona do nariz e roubou-lhe um beijo, como se de um filme se tratasse. Ela parou de imediato, estava a ser mágico, realmente mágico, mas ela era teimosa.
- Se eu responder ao teu beijo, mostras-me quem és?
- Experimenta, responde, deixa-te ir e eu logo te direi.
E mesmo que não quisesse Joana deixou-se levar por aquele beijo intenso até que as luzes se acendem e ele baixa a máscara, e parte sem dizer quem é.
- Se não me esqueceres, segunda-feira, às 10h no jardim das flores, da escola.
- Não esqueço. – Disse Joana mordendo o lábio.

O jogo de orientação acabara ali, mas outro jogo havia começado…

 

(Continua…)

28
Out16

Sorte ou azar? - parte 1

Carolina Cruz

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Joana era tímida, gostava de Tomás, mas era impossível para ela dizer-lhe, nunca tinha falado com ele. Para ela, Tomás era como um sonho irreal na vida dela, impossível de concretizar.
Joana não gostava muito de sair, mas Marta a sua melhor amiga conseguia sempre convencê-la a acompanhá-la às festas e convidá-la a dormir lá em casa.
Era noite de Halloween e Joana não estava lá muito convencida.
- Não sei, Marta. Detesto aquelas máscaras, há sempre gajos que as usam para fazer coisas más.
- Coisas más, ai Joana, só tu! Se fosses a pensar em tudo o que te pode acontecer de mal, nem respiravas! Até pode ser que conheças um rapaz e esqueças de vez essa ideia platónica que tens com o Tomás… vamos mas é ver o que vamos vestir!
Marta arranjou uma boa forma de Joana marcar a diferença, ela que era elegante e bonita e que estava sempre escondida por entre as roupas largas, parecia agora uma mulher diferente, alguém que deixaria os rapazes de queixo caído. Estava realmente incrível, nem ela se reconhecia.
- Estás uma gata amiga, devias vestir-te assim todos os dias.
Estavam vestidas de diabinhas bastante sexys, mas nada demasiado provocante, o bastante para deslumbrar!
A festa era na casa de campo de um colega de turma, era a “casa assombrada”, estava decorada a rigor, todos tinham de ir vestidos a rigor e preparados para uma noite de terror divertida.
Não se sabia quem iria, pois o Daniel, o dono da casa tinha convidado quase o secundário todo.
Embora não quisesse Joana estava sempre a pensar se Tomás também iria e se ela conseguiria falar com ele. Com tanta rapariga bonita por lá, ele mal olharia para ela, como sempre.
A verdade é que ele nunca tinha reparado nela, ela andava no 10ano enquanto ele era mais velho, do 12ano, mas quando ela entrou pela porta, deixando todos de queixo caído, dizendo “não pode ser, não pode, não é ela”. Ele ficou derretido. Já tinha ouvido uns zuns zuns que uma miúda do 10ano estava apaixonada por ele, mas não sabia nem fazia ideia de quem é que se tratava, nunca tinha reparado nela até então.
Na festa, havia jogos de orientação, o jogo da garrafa, verdade ou consequência, caça ao tesouro, tudo com o tema “Halloween e o terror”. Cada divisão da casa estava decorado com uma pista ou uma armadilha para assustar quem lá entrava.
As inscrições estavam feitas, quem será que jogaria contra elas na caça ao tesouro? Um gato preto passou de relance pela casa, com elas iriam jogar dois rapazes mascarados, que não queriam dar a cara. Joana temia, mas Marta queria que a amiga fizesse novos amigos e que curtisse a vida.
Marta piscou o olho a Joana, preparando para surpreende-la. Mal podia ela imaginar do que se tratava. Marta tinha ajudado na criação do jogo por isso conhecia algumas das pistas mas não podia revelá-lo à amiga, no entanto levou-a por uma encruzilhada e dizia as pistas para que os parceiros da equipa inimiga pudessem ouvir.

 

“Um emaranhado de lençóis com vida, enterrou sobre a terra as mais belas pessoas que faziam amor naquela cama, naquela noite a morte separou-os, ele foi para o inferno, ela para o céu.”

 

Dizia a primeira pista.
- Eish quarto dos pais do Daniel. – Disse o rapaz mascarado.
- Vais lá enquanto eu pego na segunda pista. Temos de ser eficientes. Encontramo-nos aqui em baixo, no ponto de começo.
- Certo.

Marta apercebeu-se do rapaz a deslocar-se para o quarto e empurra a amiga.
- Vai atrás dele, não podemos deixar que ele fique com a pista.
- Sozinha?
- Sim, sozinha, tens lá tempo para comprar um cão… - Disse a amiga soltando uma gargalhada.
– Corre.

Joana seguiu o conselho da amiga e correu até à pista, e quando lá chegou ao mesmo tempo que o rapaz, a porta fecha-se, e o escuro apodera-se do quarto. Joana treme de medo, a porta não abre, não conhece o rapaz da máscara.
Começou a entrar em pânico.

 

(Continua...) 

 

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