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Gesto, Olhar e Sorriso

Palavras que têm vida.

22
Dez17

[Ficção] Inquietudes

Carolina Cruz

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E, de repente, o que somos é uma jogada fatal, como dados viciados, como nós que nos puxam, correntes que não nos largam e nos fazem acreditar naquilo que nunca quisemos crer: a eternidade. 
O meu corpo e a tua mão. O teu corpo e a minha alma. O teu coração e a minha saudade. A tua dor e o meu desejo. O teu querer e a minha vontade. O teu ser, a minha vida. Os meus atos, a tua essência. 
Não existo sem ti. A cama fica fria, o temperamento quente. 
Não estás, não sou. 
Não somos, a solidão existe. 
Perco-me vezes sem conta no teu sorriso e o que somos, faz-me poética, pirosa, lamechas e sabes o quê, no fundo? Feliz. Inteiramente. 
Detestava-te no primeiro momento e tu odiavas-me por ser assim - decidida a não te querer, a rejeitar-te. Mas sabes? No fundo eu queria-te tanto, mas sei que não era amor, mas desejo, como aquele que se sente na pele, num balanço entre o ódio e o amor, numa balança que não sabe o que pesar. 
Essa balança é a cabeça e o coração. Eu sabia que tu pensavas com a cabeça, por isso eu jamais pensaria com o coração, até ao dia em que juntos pensámos de uma outra forma. Foi um dado mal lançado, uma música para a vida toda e a melodia da minha mão sobre a tua. Fechei os olhos e pensei "não pode ser", abri-os e lá estavas tu: a sorrir, com aquele morder de lábio fiel, que abre os braços e oferece a alma, com a consciência de quem entrega o corpo por amor e me abraça com um desejo de morte e de prazer. 
Cedi, perfeitamente, às tuas inquietudes que eram também as minhas. E nesse entretanto, nesse balanço de prazer casual e paixão aprendi que me sentia segura, que amar não era assim tão complexo como todos diziam, eu queria estar contigo e isso bastava-me. Acordar e ter-te comigo, deitar-me e olhar-te pela última vez. Ver no espelho a pequena ruga e dizer-te "a culpa é tua que me fazes sorrir". Ouvir-te dizer "o meu primeiro cabelo branco de te aturar". E esse abraço, esse abraço que me prenderá para sempre e fará entender que melhor que o prazer carnal é o amor, e não há vergonha de sofrer ou amar, porque contigo aprendi que se é amor, do verdadeiro, é sempre a primeira vez. Exato, com essa mesma inquietude, sem desgaste, sem saturação. 
Porque quando se ama, é de coração. 

17
Jun16

Não partas nunca mais.

Carolina Cruz

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És o meu desassossego, a inquietude na paz do meu jardim. És também a calma de um pássaro que canta no mais profundo azul do céu, que parece dourar os campos.
Encanta-me com um beijo teu, e enamora-me entre toda a natureza da nossa essência, porque mesmo de olhos fechados te sei de cor e te abraço pedindo que não partas nunca mais.

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