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Gesto, Olhar e Sorriso

Palavras que têm vida.

25
Ago17

[Por aí] Miguel Araújo na Visão

Carolina Cruz

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Já não é recente a minha admiração por este senhor e quem segue o meu blog sabe-o, é impossível esconder, pois é, na minha opinião, um dos maiores génios da música portuguesa do momento.
Tal como a minha admiração, a sua estreia como colunista na Visão também não é recente. Ainda assim, tinha de fazer este post para dar a conhecer aos mais distraídos este (não novo) dote para a escrita deste homem dos sete ofícios. 
Miguel Araújo após a saída de "Os Azeitonas" (final de 2016), agarrou novos desafios este ano de 2017, começando em Janeiro a escrever para a consagrada Revista "Visão", estreando-se com a crónica intitulada "Pop de trás para a frente lê-se na mesma Pop"
Vários temas são abordados pelo artista, desde a música, a temas mais pessoais como a sua origem, o Porto, famíliacolegas. Falando também de situações diárias do mundo e opiniões próprias e muito pertinentes.
Sem entrar demasiado em pormenor na sua vida pessoal, Miguel dá-se a conhecer um pouco mais. 
Usando uma simplicidade que lhe é tão característica, tem uma escrita atrativa, mas desengane-se quem ache que as suas palavras são simples demais. Nada disso! Leiam todos as hiperligações que fiz!
Araújo tem o dom de contar histórias, como é claramente visivel nas suas músicas e, agora, nas suas publicações de opinião.
Este dom a que me refiro vai muito além do bonito ou do simples facto de escrever. Miguel tem um toque literário especial, palavras maravilhosamente bem escritas e pensamentos tão geniais e tão claros e igualmente complexos, que nos perguntamos (pelo menos eu!) - "como nunca pensei nisto?". 

Espero que seja uma crónica para manter por muitos e longos anos, porque é com grande agrado que a leio e que com com bastante orgulho vos falo dela!

08
Jul17

[Por aí] Salvador Sobral no Convento de S. Francisco

Carolina Cruz

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Salvador Sobral tem uma voz inquietante e um talento inquestionável.
Sobral é uma alma revolucionária e isso tem vindo a fazer dele um alvo de críticas positivas e menos positivas.
Creio que Salvador está mais importado em viver aquilo que mais ama fazer, do que agradar a todos. É verdade que ninguém consegue fazê-lo, porque teria uma figura pública de consegui-lo?
Não se considerando uma, Salvador vive com intensidade a música e isso é visível, ele diverte-se à brava com o que faz e isso, na minha humilde opinião, é o mais importante. Afastando-se das máquinas tecnológicas e pedindo ao público para em vez de usá-las, usufruir do seu trabalho e do puro jazz, leva esse mesmo público a apaixonar-se por cada nota musical que, de outra forma, talvez não tivesse tanta atenção.
Com piadas próprias que não são do gosto de toda a gente, Salvador troca tudo o que pode ser mau na sua vida pela coragem de rir e que coragem é preciso ter!
Mas como esta publicação não é para falar do seu coração que sabemos que é fraco digo metaforicamente, mas de forma verdadeira, que é poderosamente forte no que toca à música.
A música é a sua força e isso torna tudo transcende, mágico, inexplicável, ouvir Salvador Sobral ao vivo é como entrar noutra dimensão, é um explodir de sentimentos, apertar o peito, respirar fundo, agradecer e querer mais e mais.
Salvador Sobral faz-se acompanhar por uma banda incrivelmente talentosa, composta por Júlio Resende (piano), André Rosinha (contrabaixo) e Bruno Pedroso (bateria). Uma equipa unida, uma família que faz de quem os vê e escuta um grupo de amigos, como se estivéssemos em sua casa ou num bar bem simpático e acolhedor.
Humildemente Sobral sai muitas vezes para a penumbra para deixar os seus colegas brilharem, como se também ele se colocasse na plateia. O orgulho que ele tem em quem o acompanha é enorme e visível.
Um pianista que é um talento incrível, um contrabaixo doce e uma bateria tocante, uma voz arrepiante que brincam seriamente com o verdadeiro jazz. Aqui, há música pura, sem rodeios, sem questões, sem arranjos.19970629_1614215851923247_765967326_n.jpg
Merecem salas esgotadas, merecem aplausos, merecem sucesso e quando falo em sucesso, falo do intemporal, do que marca para sempre, não do momentâneo, porque o que se faz não é apenas com o corpo, é com tudo, porque como diz uma das novas músicas do cantor e que tão bem o define: “No corpo e na alma estava o coração”, o mesmo coração que bate inteiramente por esta arte.

Tive o prazer de presenciar tudo isto, no passado dia 6 de julho, em Coimbra, no Convento de S. Francisco e agradeço por isso.

 

 

15
Jun17

As asas que me fazem voar (11)

Carolina Cruz

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Pensava nisto, enquanto dormia no seu peito. Pensava também para comigo que o tempo haveria de se encarregar de trazer o que era certo para ambos, de dar espaço e confiança suficiente para nos abrirmos um à outro, sem medos ou rodeios, só tinha de mostrar a minha perseverança em permanecer ao seu lado, acontecesse o que acontecesse.
O que não imaginaria é que ao me levantar para tomar o pequeno-almoço descansada, enquanto Jack dormia, Jade lá estivesse à minha espera, para falar comigo. Não trazia um ar de loucura, nem de raiva, apostava num ar sereno e sentou-se na minha mesa sem tão-pouco eu ter dado autorização para que o fizesse.
- Miúda. – insurgiu-se ela. – ele vai-te magoar. Não sei qual foi a cantilena desta vez, mas não penses que lá por estudares música que será diferente ou que ele te acha original. Esquece! Ele arranja sempre algo em comum com as miúdas, mesmo que não tenha.
O seu ar era sincero, contou-me a sua história com ele, relatou-me quase todos os factos que ele não me dissera e deu-me a conhecer um Jack que eu pensava que nunca iria conhecer, um Jack mentiroso, sujo, demasiado impuro, um verdadeiro bardamerda.
Talvez não o devia ter feito, mas reagi a quente, fiz as minhas malas e disse-lhe para não me dirigir mais a palavra, eu não tinha nascido para ser mais uma, um divertimento ou uma noite bem passada, e… como tinha sido boa a noite anterior…
Jack ainda disse «mas Katie…» e eu não quis ouvir, bati a porta e vim-me embora.
Segui para Bragança de olhos vidrados e o coração estilhaçado em pequenos pedacinhos de nada e de tudo… tudo aquilo que desejara, tinha caído por terra, eu não seria mais a mesma…

(continua...)
 

 

14
Jun17

As asas que me fazem voar (10)

Carolina Cruz

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Pela primeira vez senti desconfiança, ciúmes. No entanto, quando entrei no camarim para o abraçar e nos perdemos nas gargalhadas e nos braços um do outro, quem fez uma cena de ciúmes foi Jade, dizendo entre dentes:
- Sol de pouca dura, como sempre.
Não consegui conter-me e quando seguimos juntos para o hotel questionei-o, mas ele omitiu-me tudo com quantas pedras poderia ter na mão. Omitiu-me, será que me mentiria também? Que esconderia ele? Porque lhe doía tanto que eu o questionasse?
- Posso apenas aproveitar que estamos juntos, para falarmos de outra coisa? – disse, com os olhos vidrados, apaixonados, consegui senti-lo.
Deixei-me levar. O seu corpo, as suas mãos sobre mim, sobre o meu corpo. Quando eu dizia que ambos tínhamos vidas separadas, era verdade, mas nunca estiveram tão ligadas como naquele dia. Éramos certos, perfeitos um no outro, sobre o prazer, que era muito mais que isso.
No entanto, embora eu não lhe pressionasse para falar sobre o seu passado e ele sobre o meu, o dele intrigava-me imenso, como podia eu tirar essa ideia da minha cabeça sem lhe dizer?

(continua...)

 

 
13
Jun17

As asas que me fazem voar (9)

Carolina Cruz

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Eu estava em dúvida, em constante dúvida, não sabia o que queria. No entanto, fui a Coimbra sem lhe dizer, fiz-lhe uma surpresa, mantive o meu lugar sereno como uma simples fã e aproveitei o concerto de forma tranquila. Mandei-lhe uma mensagem antes do concerto: “Vou estar na primeira fila” e ele não acreditara.
O concerto como todos os outros fora perfeito, a sonoridade das vozes tornava tudo excecional. No entanto, naquele dia, ao olhar com outros olhos, sim, pode-se dizer “olhos de amor”, eu consegui decifrar que Jade, a rapariga que o acompanhava, o olhava de outra forma, havia dor no seu olhar, como que a pedir clemência, amor e ao mesmo tempo vingança e atenção, quem seria ela? Ou que história teriam eles?

(continua...)

12
Jun17

As asas que me fazem voar (8)

Carolina Cruz

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O sol nascera, a madrugada terminara, ele tinha de partir e eu também.
- Vem comigo, vou estar em Coimbra na próxima semana!
Abanei a cabeça, ia começar o meu estágio dali a uma semana. Não podia fazer noitadas. Tinha de me concentrar ou chumbava e perdia tudo aquilo que sonhara ser.
Ele assentiu e não ficou bravo, não me prendeu. O que tínhamos era especial, mas não, de todo, sério. Eu tinha a minha vida, ele tinha a dele, iriamo-nos voltar a encontrar, até porque nenhum de nós ficou indiferente e os nossos números estavam gravados na agenda um do outro, os nossos sorrisos no coração.

(continua...)

11
Jun17

As asas que me fazem voar (7)

Carolina Cruz

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Ele não deixou que eu respondesse, pegou na minha mão e fez com que eu não tivesse opção de escolha.
Atracámos no porto e as suas palavras eram mágicas, porém eu continuava sem querer quebrar o gelo.
- Por mais que possas pensar, isto nunca aconteceu comigo.
- O quê?
- Apaixonar-me perdidamente.
O meu coração martelou desalmado para fora do peito.
- Não foi quando disseste as primeiras palavras ou desde o primeiro momento que eu me apaixonei por ti, foi quando percebi que eras diferente de todas as outras.
» Há milhares de raparigas, todas as iguais, diferentes, sexys, bonitas como tu, que não entendem que somos pessoas normais como elas, que somos humanos, que erramos, que defecamos, que também cheiramos mal, elas só conseguem olhar para mim como um ser que domina, que é conhecido, bonito.
» Tu não, tu olhaste para mim por dentro, foste à minha alma, àquilo que chamas de meu talento, tens conversas interessantes, és inteligente, e não te inibes ou me seduzes de forma interesseira, por ser quem sou.
Era impossível não olhar para a nossa diferença de idades, eu tinha 22 anos, ele 33 anos, mas que me importava isso se nas conversas tudo parecia coincidir na perfeição?
Terminou as suas palavras com um beijo longo e eu cedi. Como resistir à verdade? Eu também estava apaixonada. Não sabia o seu passado, mas sabia que ele estava ali à minha frente, nem as suas palavras nem o seu olhar me mentiam, eu só queria aproveitar o momento.

(continua...)

10
Jun17

As asas que me fazem voar (6)

Carolina Cruz

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- Eish, esta música… - dizia ele.
E a conversa desenrolava-se alegremente. Jay era alguém bastante fácil de se falar sobre música. Tinha tirado o mesmo curso que eu há mais de dez anos, pois era praticamente a diferença que fazíamos um do outro.
A Guida só se ria. Embora minha amiga, ela não tinha grande conhecimento musical a não ser por insistência minha.
Confesso que não a inserimos na conversa, porque segundo ela, nada mais existia além de nós e a música.
- Take on meeee! – cantava ele.
Ele não se importava de quem era ou se as pessoas o olhavam ou se iam chateá-lo, o que felizmente não o fizeram com frequência.
A certa altura, a Guida levantou-se na mesa.
- Katie, vou-me embora para o hostel. Importaste?
- Sabes ir sozinha?
- Queres que te leve? – perguntou Jay
- Não, é já aqui a cima… Lembraste?
- Pois é. Quando chegares diz.
- Sim, diz. – disse ele.
Guida deixou-nos sozinhos. Quando chegou ao hostel, disse ter chegado bem e eu fiquei descansada.
Voltámos à conversa. Eu não o conhecia, não sabia como é que ele era como pessoa, mas sabia-me tão bem estar à conversa com ele.
Falámos sobre os meus dotes para tocar violoncelo.
- Tens de me mostrar isso! – disse ele sorrindo, pronto para encostar o seu rosto ao meu, como quem procura um beijo.
Momento esse interrompido pelo empregado do bar. Parte de mim agradeceu.
- Desculpe, mas vamos ter de fechar.
Eram 4h da manhã e a noite ainda era cerrada.
- Vamos ver o luar sobre o Tejo? – perguntou-me.
Fiquei perplexa, o que haveria eu de responder?

(continua...)

 

 
09
Jun17

As asas que me fazem voar (5)

Carolina Cruz

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A fila de fãs era enorme. Era curioso observá-la, quase conseguia fazer uma investigação melhor que qualquer um daqueles estudos que espremido não se retira conteúdo nenhum. Eram, na sua maioria, jovens entre os dezoito e os vinte e pouco anos, que aparentemente pareciam dar mais valor àquele momento pós concerto que a música em si. Umas mostravam-se histéricas, outras engasgavam-se, riam-se, coravam, sem saber bem o que dizer. Não podiam rir-me, fiz a mesma coisa na primeira vez que tivera com ele.
Os rapazes que apareciam eram mais velhos e agradava-me ouvi-los falar, porque interessavam-se pela música que ele criava, tiravam dúvidas e falavam no seu talento!
Eu pensava em tudo para não desesperar, ao mesmo tempo que trocava mensagens com a Guida.
«Ele só pode estar a gozar comigo.» - disse-lhe.
«Está, está! Está é aguardar-te como quem chora de saudade!» - disse ela a gozar comigo.
Eram duas da manhã. A fila tinha chegado ao fim. Os seus olhos castanhos gigantes e tão bonitos vinham na minha direção.
- Desculpa.
Estava cansada, esgotada de esperar e pareceu-me no momento, pelo tom da minha voz que lhe respondera mal. Ele não tinha culpa, eu é que tinha esperado, ele também não me tinha obrigado a fazê-lo, esperei porque quis.
- O que queres saber sobre o meu curso?
Ele sorriu perante o meu mau humor.
- Não disseste que estudavas música?
- Sim… - respondi reticente.
- Eu quero saber mais sobre ti, não apenas de música. – disse-me puxando singelamente o meu cabelo para trás das orelha.
Não tinha grande jeito para conversa de engate, mas ao mesmo tempo conquistava. Não sei se tentava ter aquela conversa com todas as miúdas, se era um músico tímido que apenas sonhava com a tal.
- Senta-te. – disse.
- Meu, temos de abandonar. Vamos para o hotel. – disse um dos rapazes que o acompanhavam.
- João. Vou lá ter.
»Tomamos um café? – Perguntou.
Ele não estava em si. Café? Onde? Tinha a Guida à minha espera. Não conhecia Lisboa. Ele não se sentia importado com a multidão?
Questionei-lhe, não sobre tudo isso, mas parcialmente!
- Não importa nada disso. – Disse abraçando a minha cintura com a sua mão.
Teste? Força da razão? Vontade de algo mais? Retirei-a. E ele nada disse, sorriu. Ele era uma mistura de timidez com vontade, sensualidade com nervosismo.
Acabei por dizer à Guida para nos acompanhar, embora tenha reparado que não era vontade dele que eu a convidasse, no entanto não ia abandonar a minha amiga e como me mostrara desconfiada decidi levá-la, se é que me faço entender.
Eu nunca fui cética em relação ao amor, por isso já tinha sofrido demasiado e eu sabia que o folgo do meu coração pedia a sua mão na minha cintura como ele fizera nesse dia, mas eu não podia sofrer mais… E então lá seguimos os três para uma velha taberna com música dos anos 80.

(continua...)

08
Jun17

As asas que me fazem voar (4)

Carolina Cruz

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Lisboa.
O meu terceiro concerto e um toque especial.
O concerto foi perfeito. Ele trazia consigo uma rapariga para cantar em dueto as melodias mais românticas.
Ele tinha um talento indiscutível, era o exemplo de músico de que se devia falar nas aulas. Chamem-me exagerada, mas eu colocava-o no mesmo patamar de Eddie Vedder e outros cantores míticos e conceituados.
Falei-lhe disso nesse dia e ele achou claramente um exagero, mas agradeceu-me o elogio pousando a sua mão sobre a minha. Acto esse que fora observado de lado.
Antes disso (já volto àquele momento) passei de novo à frente de todas as suas fãs. Ele ainda se lembrava do meu nome, viu-me na fila e mandou-me chamar.
Por mais que possam pensar não me senti importante, nada disso. Por vezes até era contra a forma como ele lidava com as fãs. Não era mal educado, mas por vezes tornava-se um pouco altivo, menos terra-a-terra. Mas isso era um comportamento de defesa, que vim a descobrir-lhe meses mais tarde.
Quando cheguei ao pé dele, apercebi-me de que estava nervosa, mas tentei sorrir da forma mais natural possível. Ele abraçou-me e sorriu.
- Espera um pouco. Vou querer saber mais sobre esse teu curso, não te vás embora.
Foi dar autógrafos e eu fiquei ali sozinha. Mandei mensagem à Guida, que do lado de fora do camarim se encontrava mais histérica do que eu. Eu, na minha paz, aguardava-o.
Que quereria ele conversar comigo?

(continua...)

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