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Gesto, Olhar e Sorriso

Palavras que têm vida.

11
Out16

[Por aí] Os Azeitonas sem AJ

Carolina Cruz

Ontem sentei-me para ler uma novidade que marcaria uma nova etapa da música portuguesa, mais concretamente da banda “Os Azeitonas”, a despedida de Miguel Araújo enquanto membro da mesma.

 

“Caríssimos: o nosso Miguel A.J. vai sair.

Voltando atrás, no fundo, nada disto devia ter acontecido.

Desde o princípio: somos uma banda que cresceu ao contrário.

Como uma brincadeira. Num mundo normal ter-nos-íamos ficado por aí, não fosse uma conjugação bizarra de eventos, um convite do Rui Veloso, uma teimosia nossa em continuar, só para ver no que dá, e o Bruno Vieira nos Ídolos para rematar. Com trabalho, sempre com gosto, e muito bem acompanhados por uma equipa de músicos e técnicos que desde logo se tornaram nossos amigos. Foi sorte. E cá estamos nós, 14 anos depois. Numa mesma redução ao absurdo, o Miguel sair dos Azeitonas é uma contradição. Porque o Miguel é dos Azeitonas. Mesmo saindo da banda. Mas não há tempo para tudo. E nestes últimos anos, conciliar agendas tornou-se uma tarefa muito difícil. Depois, herculeana. Até se tornar impossível.

Num mundo normal a banda parava. De tocar ou gravar. Até haver tempo. Ou tocava só de vez em quando. Mas na continuação do absurdo, e porque estamos todos alinhados: é prá frente que se anda! Porque também não devia acontecer. Somos um gozo que queremos manter, um legado a continuar, ainda com músicas na calha por gravar e a sensação que, embora com mais um capítulo a chegar ao fim, ainda há história por viver e contar. Arregaçamos as mangas e aproveitamos o que tivémos, o que temos, e fazemos pelo que podemos vir a ter.

Os Azeitonas nunca serão o mesmo sem o Miguel. Não é suposto. Palavras como “paraportugalidade”, conjunções de acordes como no "CineGirasol", e pedidos como “Anda Comigo Ver os Aviões” existirão só num universo “AJ d’Os Azeitonas”. Mas somo-lo por ele, e também para ele. E para que fique registado: porque a casa é de todos, as portas estão sempre abertas. Entretanto: “dá-le, Mendes”! É fazer acontecer!

Somos de Ti!

P.S. - O Miguel irá participar em todos os concertos até final de 2016”

P1050971.JPG

 (Créditos da foto: Diana Rodrigues)

 

Muitos disseram, que mais cedo ou mais tarde acabaria por acontecer.
Por isso mesmo é, para mim um misto de sensações, eu já me sinto saudosista e o AJ ainda não abandonou a equipa.
É verdade que “Os Azeitonas” não serão os mesmos, mas as parcerias e a amizade continuam, e os sonhos da banda em si permanecem, por isso faz todo o sentido que continuem, porque para frente é que é caminho.
Conheci o Miguel e tornei-me fã através de “Os Azeitonas” (a minha banda de eleição, que continuará a ser) onde sempre teve um percurso de louvar, e que eu louvei muitas vezes a capacidade estrondosa, que ele teve, especialmente neste ano, em conciliar as duas agendas. No entanto, o tempo não estica e o Miguel Araújo é um “capitão fantástico”, mas não um super herói, e até os super heróis se cansam!
Miguel não é um super herói, mas sim um ser humano super, que até na despedida nos emociona, trazendo sempre consigo palavras humildes e de agradecimento, a todos, inclusive a nós fãs.

 

“Começa hoje um novo ciclo na minha vida, com o fecho daquele que foi e será sempre o grande ciclo musical da minha vida: 2017 será o meu primeiro ano sem os Azeitonas. Quando a banda começou, em 2002, ainda se podia pagar em escudos e o vitor baía ainda era guarda redes da seleção. O presidente era o Jorge Sampaio Vejam ao tempo que isso foi. Entretanto passou-se uma vida. Foi com os Azeitonas que, pela primeira vez na minha vida, comecei a tocar guitarra (nunca tinha tido nenhuma, e durante anos tive uma apenas, a telecaster azul-piscina da maioria dos concertos), foi nos az que comecei a cantar e foi com os az que aprendi a compor canções com principio, meio e fim. Tudo aquilo que me caracteriza hoje, tudo aquilo que define a minha vida. Para a minha vida inteira fica esta experiência inesquecível, esta honra tremenda que é ter feito parte desta pandilha improvável de doidos varridos, com quem tudo aprendi.

Tem sido uma travessia bizarra, intensa, inesquecível, feita principalmente com os meus parceiros Salsa e Marlon, a quem tudo devo, e a quem desejo toda a sorte do mundo aos comandos desta empreitada maluca. Foi com cada um deles, e com cada um à sua maneira, que aprendi tudo o que sei neste mundo misterioso da música. Chegou a altura de me despedir da banda, e as saudades vão ser muitas. Saio, simplesmente porque o tempo não estica. Como todas as decisões da banda, esta foi só mais uma das que foi conversada e amadurecida em grupo, e a amizade que nos juntou é a mesma que agora diverge os nossos caminhos. Obrigado a todo o Pander, e todas as pessoas maravilhosas que dele fazem parte, e sem as quais eu não seria nada. Obrigado ao Barbosa, por ter acreditado em nós mesmo quando aparentemente não havia nada para acreditar. 

Obrigado a todo o pessoal da Rádio Comercial por serem a grande força propulsora das nossas canções. 

Obrigado a todos os fãs dos Az, por carregarem a nossa música com as vossas vidas. Sempre foram, sempre serão vocês a única razão de tudo. 

Toda a sorte do mundo para esta nova fase do AZ! Vêm aí novas músicas a caminho, colaborei em algumas e asseguro que vem aí coisa séria!

Pander para sempre.

Sou de Vocês!

Miguel AJ

P.S. Irei participar em todos os concertos até ao final de 2016.”

 

É certo que todos ficámos com vontade de perguntar: “O que é que estás a fazer pá?”, mas a verdade é que todos sabemos porque é que o está a fazer e embora custe, cá estamos a apoiar da mesma maneira, da mesma forma, com o mesmo gosto, o percurso de ambos os projetos.
Mesmo lamentando e mostrando tristeza, estou ansiosa por conhecer este novo percurso da banda, as novas músicas. E desejo toda a sorte do mundo e sucesso para estes novos recomeços, para todos!
Obrigada. Por tudo.

 

 

30
Ago16

[Por aí] Miguel Araújo

Carolina Cruz

Não sou de muitas palavras quando alguém que não me é próximo me surpreende pela positiva.
Sei que tenho falado muitas vezes sobre este grande senhor e ainda assim o que quer que diga ainda é pouco.
Porém continuo a valorizar, que é de valorizar, que Miguel Araújo se tornou, nos últimos anos, um fenómeno musical, tudo por mérito próprio.
Embora a sua paixão pela música tenha nascido muito antes de “Os Azeitonas” foi com esta banda que Miguel se deu a conhecer ao público (junto de Marlon, Salsa e Nena), uma banda que sempre será recordada por irem ver os aviões, atarantados, na rua da alegria! “Os Azeitonas” é um dos projetos que Miguel ainda agarra hoje em dia.
No entanto, desde 2012, desafiou-se (e muito bem) num projeto a solo, “Os maridos das outras” fez-se destacar pelas diferentes estações e o “menino” dos aviões logo se tornou um grande êxito.
Além dos dois discos editados a solo, Miguel Araújo tem vindo, a par de tudo isto, escrevendo músicas para Ana Moura (“E tu gostavas de mim”), para António Zambujo (a famosa “Pica do Sete”) e outras canções (como a mais recente “Será Amor?” para o filme “A canção de Lisboa”).
Mais recentemente (como quem diz), papando uns quantos coliseus associou-se a António Zambujo, esgotando salas e salas, consecutivamente, que já vão muito além de vinte. Os “Ujus” tantas vezes confundidos… são uma verdadeira perdição em palco, chegando a todas as idades.
Miguel Araújo é assim um homem dos sete ofícios, um verdadeiro “pináculo da criação”, a quem o cansaço não cessa, porque o seu sonho está a ser concretizado com os pés bem assentes na Terra, composto e feito com o coração.
Ainda que o cansaço se possa fazer sentir, ainda assim se desdobra entre agendas, onde dá o seu melhor sempre, por isso o tenho vindo a intitular de “Capitão fantástico”, porque mesmo que o sucesso o tome nunca lhe sobe à cabeça, a humildade e a simplicidade estão sempre presentes, o que é tão bom de se ver e de se fazer sentir por quem o acarinha e o admira!
É exatamente aí que encaixa a minha admiração, que vai muito além da música, é isso que o torna um ídolo para os mais jovens, mas também para os mais velhos, porque mesmo nessa "vida pacata" e nesse sorriso no rosto, ele muda um pouco o mundo de cada um deixando-o, sem dúvida, mais feliz.

Concluindo, posso dizer alegremente que este ano tive o prazer de o rever desdobrando-me também eu, nas suas duas agendes (a solo, um cheirinho da companhia do Zambujo e Os Azeitonas) na Expofacic, em Cantanhede e na Findagrim, em Maiorca, Figueira da Foz.

Deixo-vos um cheirinho desta loucura que é a boa música e como ela me faz tão bem ao coração.

 

 

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(Expofacic, Cantanhede - 6 de agosto de 2016)

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 (Findagrim - Maiorca, Figueira da Foz, 12 de Agosto de 2016)

20
Mar15

[Música] Os Azeitonas

Carolina Cruz

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Quem disse que em Portugal não são produzidas boas músicas? Relíquias de ótimos artistas?
Precisamos de valorizar aquilo que temos, que às vezes é melhor que muitos julgam.
Há músicas portuguesas que são verdadeiras obras-primas e produções com letras incríveis tão merecedoras de atenção.
Os seus espetáculos são um verdadeiro espetáculo, a alma dos concertos é o público e faz parte, tal como eles, numa união musical.
São a expressão da verdadeira arte da música, da animação de palco e de um extraordinário trabalho em equipa.
São verdadeiros músicos e cantam com o coração, o seu talento é visível em qualquer tipo de música e/ou forma de cantar: só voz, acústicos ou com toda a banda com que percorrem o país.
“Os Azeitonas” são uma banda que persiste em fazer do melhor!

 

Eis "Os Azeitonas":

 Fonte da imagem: http://entradalivre.sapo.pt/

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