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Gesto, Olhar e Sorriso

Palavras que têm vida.

23
Jan18

[Ficção] Traz o meu abraço contigo

Carolina Cruz

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Vem e traz o meu abraço contigo.
Não chores, princesa. Conta-me os teus problemas, senta-te no meu colo e deita-te sobre o meu leito. Vem que eu já estou de braços abertos. 
Lembras-te de eu te pedir para trazeres o meu abraço contigo? O meu abraço? Não é estranho dizer-te isto, não. Quero que tragas o abraço que nunca te dei com medo de te apertar o peito de dor. Hoje eu não tenho receio algum, sei que o tempo curou todas as feridas, por isso deixa-me curar-te essa que vejo pelos teus olhos que está aberta.
Anda, desliga-te do meu corpo e observa-me a alma. Esquece o passado e o que fomos, o que tivemos foi especial, mas eu errei, não soube ser bom namorado, mas isso não significa que seja mau amigo.
Vem, que este corpo que outrora te deu prazer, está arrumado nas gavetas da solidão, quer te dar um abraço, quer dar-te a mão, na condição de porto de abrigo, não de amor, mas de ombro amigo.
Vem que embora não tenhamos resultado no que toca ao amor, eu ainda acredito que não viverei bem com a minha consciência se não formos cúmplices para a vida toda.
Vem e deita-te no meu abraço.

15
Ago17

[Ficção] Tempo?

Carolina Cruz

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Dá-me tempo, serenidade. Eu sei que gostas de mim, sei que esse amor te consome ainda que não o digas. E eu preciso que digas, que concretizes esse amor. Amares-me não basta, amar-te também não. 
Dá-me tempo, eu preciso de ti, mas preciso de mim por inteiro para pensar sobre nós. 
Porque não nos podemos ter? Porque não podemos amar simplesmente, se te amo e nos amamos tão completamente? 
Não fomos feitos para estar juntos. Será isso?
Somos pedaços de um mundo desfeito onde nenhum de nós se encontra!
Quero-te, queres-me, mas isso não basta. Consome-nos. Aperta-nos o peito. 
Tu és simplicidade, eu sou confusão. 
Tu és confiança, eu sou ilusão. 
Somos tão diferentes um do outro, como a noite e o dia, o sol e lua...
Não fará isso sentido? No sentido exato de que nos encaixamos na perfeição?
Por favor esqueçamos o destino, vamos amar de coração.

13
Jul17

[Ficção] Na pele e no corpo

Carolina Cruz

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Por entre a multidão, naquele concerto, um ao outro, destacaram-se como que numa luz infinita. 
Quando se conheceram houve algo no olhar de ambos que prometera mutuamente: “hei de te conhecer melhor que ninguém, não vais largar mais a minha mão quando eu responder a esse ato de as entrelaçar, a minha na tua.”
Perfeito, dito e feito.
Tornaram-se unha com carne, amigos inseparáveis, não precisavam expressar palavras para falarem, o silêncio dizia tudo o que era preciso pois os sorrisos e os olhares eram mais especiais que todo o mundo à volta. 
Secretamente e timidamente amavam-se, mas nenhum deles conversava sobre isso, a ligação que tinham era forte demais para se perder. 
Corriam pela areia como crianças que confrontam o infinito correndo livremente pela rua. Nos entretantos, entre risos e brincadeiras o beijo aconteceu e das gargalhadas nasceram as lágrimas puras, porque ambos sorriram em silêncio, como neles era tão natural, coisa que só eles sabiam explicar, no entanto era algo que não precisavam de o fazer.
Irmãos de coração, melhores amigos, namorados se tornaram. O sabor cru e diferente de se amarem noutro prisma do amor trazia-lhe uma nova sabedoria, não tão díspar como a de outrora, mas era confuso, bom… 
Ele amava-a perdidamente, ela tornava-se sexy mesmo desarrumada, cheia de borbulhas ou apenas com a camisola dele vestida, mas quando se vestia para sair conseguia ser ainda mais a mulher mais bonita do mundo. Com todos os seus defeitos, feitio casmurro e teimoso, ele era o melhor namorado do mundo, nunca confiara tanto em alguém como nele, sentia-se protegida e amada nos seus abraços.
Como poderia tudo isto mudar? Quando o amor passou a ser demais, a não caber no peito, quando o medo de perder quem se ama agarrava-se à desconfiança. Tinham igualmente medo de se perder mutuamente, discutiam, discordavam, choravam e entrelaçavam-se em abraços, até ao dia em que perceberam que não podiam dar cabo de tudo aquilo que tinham, que a amizade inicial era mais forte que o que mais tarde crescera. 
Seguiram caminhos diferentes mas prometeram jamais criar distância entre eles, quem os amasse um dia mais tarde tinha de respeitar essa amizade que compreendia todo o amor existente na pele e no corpo. Talvez eles não soubessem que estavam destinados um ao outro, o medo de perder é o primeiro passo para a derrota, a vida sempre desvenda algo que está guardado para ser nosso. Por enquanto amavam-se nessa amizade de irmãos porque não é vergonha continuar a ser-se amigo de um ex-namorado, vergonha é apenas lembrar dos maus momentos quando se foi tão feliz.

21
Mar17

[O teu olhar] Negligenciar o amor.

Carolina Cruz

31. Daniela Barreira.JPG

 

O amor está por toda a parte, basta que o procuremos.
O amor é tão simples, porque é que o complicamos?
O amor está num “bom dia” que não dizemos a um estranho, está na simpatia que receamos ter. O amor está em cada pedaço de solidariedade numa calçada fria.
Está no abraço que nos aquece do frio, no sorriso que esboçamos depois de chorar, no alívio da alma depois de fazê-lo.
O amor está em todo o lado, o mundo é que não o escolhe, prefere tirar partido de tudo isso e destruir-se a si próprio. Em vez de dar as mãos, prefere armas, em vez de amar, tortura.
No entanto, nenhum de nós consegue viver sem uma palavra amiga, sem um colo ou um conforto, sem dizer que se gosta de alguém. Eu sei que o mundo anda louco e é por carência de amor.
As pessoas vivem rodeadas de stress, carenciadas de um verdadeiro sentido, habitando o materialismo, negligenciando o amor, sem saber que é, também ele, o ar que respiramos.
Eu chamo amor à paixão pela vida, à amizade, ao verdadeiro amor de pares, à família, ao que fazemos, às pequenas coisas. Sem o amor, nada somos, sem ele, falta-nos algo, como se vivêssemos com um vazio infindável no peito. Sem o amor nada existe, sem o amor nada floresce, nada vive, tudo morre, na calçada fria do desalento.
 
 
 

 

 

(Já conhecem o projeto da Daniela (autora da fotografia)? Tatuar Sorrisos?
Visitem, ficam logo mais felizes, tenho a certeza!)
 
28
Fev16

Meu porto seguro.

Carolina Cruz

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Abraçaste-me há já uma hora e já sinto saudades tuas, como se o meu coração doesse e desejasse bater por mais. 
É de uma forma apetecida que te quero, que me enamoro sobre o teu peito, não querendo mais voltar a lugar algum.
Quero permanecer no teu abraço, diminuindo a minha ansiedade, aliada à vontade de te ter, de te querer ainda mais.
Como poderia meu coração viver sem ti? Como poderia eu acordar sem te desejar a meu lado? És parte de mim, um pedaço enorme do que sou e do que sempre sonhei ser.
Nos nossos corpos, quando te vais, mora a saudade mas tudo volta, à nossa casa, meu porto seguro.

 

(Photo: The Notebook (movie).)

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