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Gesto, Olhar e Sorriso

Palavras que têm vida.

03
Jan19

Se me arrependo?

Carolina Cruz

write.jpg

 

Agarro num papel velho e qualquer coisa serve para escrever os meus pensamentos, não posso deixar escapar a sensatez e a inspiração que me move, é tudo demasiado fugaz para não aproveitar toda a inquietude da minha alma.
Porra, porque é que sinto tanto? Por que razão dizem que o meu coração não pertence a este mundo?
Fácil, esse é o meu erro diário, amo, amo muito.
Sinto, sinto tudo na ponta dos dedos, mas não é aí que está a metade do meu ser errante, esse pedaço de mim está no lado esquerdo do peito, que apesar de todas as facadas, apesar de toda a maldade que vê em meu redor, teima em ver o lado mais bonito nas pessoas, a perdoá-las apesar de tudo e sorrir.
Será isso a poesia?
Amar demais faz sofrer, sim... muito, quantas vezes... mas porque o faço? Para me sentir bem e embora doa, eu posso dizer que dei tudo por tudo, deito-me de consciência tranquila porque dei o melhor de mim.
Se me arrependo? Tantas e quantas vezes. Porém, é com as perdas que escrevo, é pelas perdas que choro, mas talvez seja a forma de eu olhar a vida, com amor.
18
Abr17

18 # Existirá destino sem os sonhos?

Carolina Cruz

“Pois merecemos. E termos um final feliz é aceitar que não temos mais nada a ver um com outro a não ser nas memórias. Iludi-me sim, sonhei muito alto, perdi-me no teu corpo, soube-me bem, senti prazer. No entanto, tenho maior prazer ainda em dizer que me desiludiste, o tempo muda as pessoas. Já não és o meu Manel do passado. Perdoo-te sim, ao fechar os olhos e lembrar que o que passou não passou de uma história terminada. Se eu tinha dúvidas hoje não as tenho mais. Tu adoras a sensação de me teres a teus pés, não a minha pessoa propriamente. Não nego nem duvido que me tenhas amado, mas mudaste. E não é a tua pessoa que eu quero na minha vida. Poderei cumprimentar-te, tomar café quando regressar a Portugal, somente isso. Amizade, nada mais. Perdoo-te sim e agradeço-te por teres-me ajudado a virar a página.
Sê feliz, beijinhos”

Casal-se-beijando.jpg

 

Bloqueou o telemóvel e dirigiu-se à cozinha. John que se encontrava a escorrer a massa, recebeu um abraço. Sara abraçou-lhe as costas. Ele virou-se num repente delicioso.
- Vou dar o meu melhor. Virei a página. Agora, serás a única pessoa que eu hei-de querer ler. Vou fazer por merecer o teu amor. Por inteiro. Sei que dói, mas vamos fazer por isso?
John sorriu, olhou-a e só conseguiu beijá-la.
- I love you. – disse ele.
- Me too.
Sara voltou a Londres, aos recitais de Shakespeare, à enfermagem e nos braços de John manteve o seu sonho. Não há destino se não seguirmos os nossos sonhos, não há destino se os sonhos dos outros mudaram e só um fala de paixão, de amor, ou de futuro. Só existe destino, se ambos quiserem. Sonhos morrem e nascem todos os dias. Os verdadeiros, os nossos, permanecerão.

 

(fim.)

19
Nov16

O que escrevo é o que sou…

Carolina Cruz

as palavras que escrevo.jpg

 

O que escrevo é o que sou… histórias do meu eu, contadas, perdidas, esquecidas mas gravadas na memória.
Enredos inventados mas com um quê de sabedoria, de conhecimento, de olhares que o meu saber toca e absorve.
Ficções que na verdade são encantos, memórias que não aconteceram, sonhos que morreram, certezas que permanecem em alguém e histórias com o seu quê de verdade em mim.
Escrever é a minha forma de levar a vida, de lhe agradecer e perdoar alguém, de esquecer e pedir desculpas por algo que só o destino teve culpa, estava escrito, tinha de acontecer… e ainda bem que aconteceu, porque algo se sentiu, algo se escreveu.
As palavras são a minha respiração, porque elas me dão vida e eu dou-lhes o meu coração.

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