[Ficção] Salvador, sê feliz.
Como é que eu consegui ser tão estúpida? Achava que ia ter-te para sempre. Corrompi tudo o que éramos e cerquei-me na ideia de que, acontecesse o que acontecesse, tu serias sempre meu e eu sempre tua.
Como tens razão, Salvador, “só pensei em mim”. Como pude eu ser tão visível para os outros e escondida no teu coração? Nas minhas atitudes incorretas para contigo, não fui fiel, não te dei ouvidos. Achava que tudo era demasiado esgotante, os dias em que ficávamos em casa, os dias em que éramos só nós dois, e eu não percebi que isso fazia parte quando se ama alguém… Mas sabes?... Agora que penso que perdi tudo isso, dói-me a alma, de culpa, de desgosto. Pudesse eu voltar atrás, pois tenho a certeza absoluta que não encontrarei alguém como tu, tão certo, tão doce, tão bom, que me ame de coração como tu fizeste.
Nunca me vou perdoar, isso é uma certeza e que, embora saiba que o mal já esteja feito, quero que pedir-te que sejas feliz, que na dor te lembres que eu jamais mereci a pessoa que eras e que encontrarás alguém que brilhará ao ver-te. Os meus olhos irão sempre chorar, mas não quero pedir que voltes, quero que completes esse pedaço meu que te falta, com ela.
Sê feliz.