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Gesto, Olhar e Sorriso

Palavras que têm vida.

09
Mai18

[Ficção] Sem ti.

Carolina Cruz

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Estou cansada, esgotada, amedrontada, ansiosa.
Fervilho, fervo em pouca água, rebento, choro.
Há tempestade no meu corpo, há tensão, há dor por antecipação, há morte.
Sinto o meu corpo a desfalecer, sinto um cansaço extremo, uma dor no peito, um aperto que transborda de amargura.
Não aguento mais, preciso de um sítio seguro, de um porto de abrigo, de conforto, sensatez, tranquilidade.
Porém eu sei que o espaço onde eu queria estar, o lugar que eu queria habitar era nos teus braços, dentro do teu peito, no calor do teu corpo, nas entranhas do teu coração.
Mas eu também sei que é isso que me desgasta, que me cobre com uma mágoa tremenda que quase me mata. E é isso que me mata realmente, é por isso que o meu corpo anda cansado – saber que te amo e saber igualmente que já não me amas de volta! Porquê? Porque é que estava escrito? Porque é que esta dor não podia ser carregada por outro peito? Apetece-me morrer já do que abandonar o meu corpo aos poucos, tudo seria mais tranquilo, menos doloroso, mas fazer o quê se a minha ambiguidade me diz que, apesar de tudo, eu gosto de viver? Tenho apenas de aprender a viver sem ti, mas não sei se consigo, na verdade ainda nem sequer tentei.
Vou tentar, acredita. Mas se não conseguir ficará gravado na minha pele que tentei lutar sem ti e se o meu corpo se perder e a minha alma te olhar por aí, poderás dizer também que nunca desisti dos meus sonhos e que, na verdade, talvez tenha nascido para te amar e pela mesma razão tenha morrido (por ti).

01
Set17

[Ficção] Sinto-me...

Carolina Cruz

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Sinto-me sem ti. E sem ti sinto-me sozinha. Desamparada. Não sei ser sem ti. Lembraste de eu te dizer isto?
Os meus olhos não mentiam, não sei existir sem o teu beijo.
Fazes-me falta como uma ferida aberta, como uma noite mal dormida a multiplicar por dois ou três anos de vida.
Fazes-me falta e não quero dizer-to e ainda assim to digo.
Faltam-me as gargalhadas que o tempo levou, faltam as confidências que os segredos revelados fizeram perder.
Falta-me o teu corpo na minha cama, o teu sorriso debaixo dos meus lençóis. 
A tua ausência deixa-me ausente da vontade, da vontade de querer viver, custa-me respirar, custa imaginar a dares a mão a outra rapariga que não eu, a voltares-te a apaixonar e não ser por mim.
Desculpa, por favor. 
Fazes-me falta.
Desculpa, se não compreendi. 
Desculpa, se os ciúmes falaram mais alto. Eu não diria que sou ciumenta hoje, mas fui contigo, com o tamanho medo que tinha de te perder… e de que valeu? Perdi-te na mesma.
Eras o melhor de mim e sem ti não sou boa em nada. 
Prefiro perder-me por aí, do que não te encontrar a meu lado.
A roupa manchada das minhas lágrimas, a cabeça que não para de pensar, o corpo que emagrece, a alma que entristece, a vida que não cabe em mim e não me habita. 
Fui feliz ao ter-te, já não serei mais, pois não ser sem ti.
 
 

 

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