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Gesto, Olhar e Sorriso

Palavras que têm vida.

13
Jan17

[Ficção] Uma fronteira que nos separa

Carolina Cruz

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Há uma fronteira que nos separa. No dia em que devíamos fazer cinco anos juntos. Podíamos estar unidos, mas não, nada disso. Eu simplesmente limitei-me a perder-te. Como pude descer tão baixo, não te querendo? Ter-te desrespeitado? E… mesmo depois de me teres perdoado, eu não te ter aceitado de volta?
É verdade, eu mereço, sim. Mereço toda esta ruína em que se tornou o meu mundo.
No fim de tudo, bati no fundo. Percebi que era contigo que queria e quero estar, mas não posso, não te mereço como antes, nunca te mereci, na verdade.
Passaram cinco anos desde o primeiro beijo, o melhor em toda a minha vida, sei-o, simplesmente porque o aperto do peito só se sabe recordar dele a cada momento em que bate.
Para além do teu sorriso que me paralisa para o qual olho todos as noites, em todas as fotografias que tirámos.
Hoje sei o quanto cresci com o sofrimento, com a tua ausência, já não sou o miúdo estupido que te deseja apenas, mas que te ama por inteiro.
No entanto, a vida quis assim, que me separasse de ti, que me fizesse perceber o quanto és bonita e o que eu perdi.
Só lamento isso, tudo isso.
 

 

 

 
28
Set16

[Completas-me] com Vânia de "A duquesa e o gato"

Carolina Cruz

Hoje trago-vos mais um "completas-me"! Confessem lá, já tinham saudades, não já? Também eu! 
Quem nos presenteia com um texto romântico e muito bonito é a nossa querida e simpática Vânia, do blog "A duquesa e o gato" quem consegue resistir a este fantástico blog? E hoje... às suas palavras? Espero que gostem! Aqui vai:

 

"Maria tinha 20 anos. Dona de uns belos e longos cabelos negros e de uns olhos cor de mel. Era tímida mas ao mesmo tempo adorava conhecer pessoas e locais. Tinha saído de uma relação conturbada e quis refugiar-se nos amigos. 
Numa das saídas à noite com o seu grupo, Maria conheceu-o.
Cláudio era moreno, com olhos verdes e lábios finos. Sorria com os olhos e isso encantava-a. 
Foi nessa mesma noite que ele, timidamente, por debaixo da mesa, lhe deu a mão. Trocaram o primeiro beijo quando se despediram nessa mesma noite quente de Primavera.  Maria sentiu pela primeira vez o que realmente eram as ''borboletas na barriga''. Estava apaixonada!
A partir desse dia, Maria e Cláudio nunca mais se largaram... Todos os dias eram diferentes, todos os dias ele a surpreendia. Viveram um conto de fadas durante um ano até que, sem qualquer aviso, Maria recebe uma mensagem de Cláudio. Ele acabara com a relação, dizendo estar apaixonado por outra.
Maria ficou devastada. Soube mais tarde, por amigos, que o seu pai o proibira de namorar com ela por não ser rica.
Durante anos sempre pensou que um dia receberia a sua visita em casa a pedir-lhe perdão ou uma simples mensagem. Tal não aconteceu e Maria decidiu que precisava de seguir em frente. 
Passaram 10 anos e ambos tinham seguido as suas vidas. Encontraram-se numa saída à noite, num bar com karaoke. Os seus olhos cor de mel cruzaram-se mais uma vez com os seus olhos verdes…"

 

todos os dias - paulo sousa.jpg

 

Maria queria correr até ele, era o que dizia o seu coração que há 10 anos não queria mais ninguém, aquela relação marcara-a para sempre, como era possível esquecer?
Era verdade que os seus olhos se tinham cruzado com a mesma intensidade de outrora, que espelhavam o mesmo amor, ou o mesmo encanto que conheceram da primeira vez que se cruzaram.
No entanto, Maria era orgulhosa, Cláudio teimoso. Ela estava mais bonita que há dez anos, os anos pareciam não passar por ela, ele estava calvo, mas igualmente sensual.
Caramba, seria assim tão difícil deixar que o destino acontecesse, agora que ambos não tinham ninguém que condenasse o seu destino?
Alguém tinha de dar o braço a torcer, amores como este, verdadeiro, como o deles, acontecia uma vez na vida, porque é que tinha de ser imperfeito ou impossível?
Maria saiu do bar, lavada em lágrimas, não era assim tão forte para aguentar tal encontro cruzado.
Limpava o rosto, quando começou a tocar “Home” de Simply Red, a música que os ligava a cada segundo de melodia, todos os minutos que viveram pareciam eternos, até mesmo nos anos que viveram afastados. Cláudio queria, naquele segundo, recuperar um por um:

 

“Maria, eu sei que andas por aí. Por favor ouve-me.”

 

Era a sua voz, não mudara nem um timbre que fosse. Maria correra para dentro do bar, como que num ato de desespero.
Os seus olhos voltaram a cruzar-se e tantos segredos queriam contar um ao outro. Ele continuou, sem qualquer receio na voz:

 

“Sei que nenhum louco no seu mais perfeito momento de delírio o faria, mas eu vou fazê-lo, antes que seja tarde demais. Levei dez anos a tentar esquecer-te, não consegui, era o tempo a dizer que o destino ainda faria cruzar nossos caminhos, e eu não posso deixar que nos voltemos a afastar.

Casa comigo. Não aceito um não.”

 

Maria petrificou, chorou como quem abraça o tempo e o abraçou-o como se conhecesse o infinito, o amor não morreu, o amor verdadeiro sempre vence. Hoje, Maria e Cláudio ainda permanecem juntos. Eu acredito no amor para sempre. Eles também.

30
Set15

[Ficção] Ainda te sinto em mim.

Carolina Cruz

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Sinto-me perdida, capaz de te dar um forte abraço e partir no segundo seguinte.
Não, não tenho forças para continuar, sou fraca demais para aguentar a pressão repentina que despertou em mim, sou um fardo e nós, uma história que na incerteza, parece não ter fim.
Não, de negar, não, de não avançar, não, de não lutar mais, não de não arriscar mais, para quê voltar? Para que com tanta ou quanta certeza te perder no tempo? Somos dois raios de sol que perderam a luz, duas marionetas que perderam os fios e um rio que simplesmente deixou de correr.
Ao invés, não me interessa, não quero ser feliz ao lado de mais ninguém, não vou arriscar de novo o amor para sair mais uma vez vencida! Amor? Para mim é algo que morreu, não há marcas do passado na minha roupa, mas...ainda sinto o teu cheiro em mim...
Devia ter vergonha de chorar, devia ter vergonha de sentir, no entanto, não tenho.
Tenho sim orgulho de, independentemente de tudo, te conhecer melhor que ninguém e de te amar por esse teu lado escuro. Não dá, não dá para esquecer que mesmo morrendo por dentro, ainda sinto que és quem eu quero.

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