[Ficção] Porquê?
Porque tens de ser tão frio, calculista?
Se me amas porque teimas em ser essa parede de força que não me abraça? E porque é que sendo tu como és, eu não parto e não saio desta porta para fora?
Porque te amo, porque o meu amor faz-me ver nos teus poucos sorrisos, no teu silêncio, esperança de que este amor que ainda sinto também o sintas também.
Enquanto dormes a meu lado, de costas voltadas para mim, eu sonho contigo, com o que foi outrora, com o nosso casamento bonito, jovial.
Pergunto-me porque é que o deixámos morrer se a idade é uma questão de alma e não de idade.
Porque tenho eu de chorar em vez de sorrir, com receio do meu coração não ser abraçado de volta?
Amo-te, é só o que consigo dizer-te enquanto dormes, enquanto as minhas lágrimas teimam em escorregar pelas minhas faces e, ao dormires, aperto-te com força contra mim, quero-te tanto.