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Gesto, Olhar e Sorriso

Palavras que têm vida.

10
Mar17

Um novo começo (parte VI)

Carolina Cruz

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Aquele sorriso queria retribuir-lhe todos os segundos que perderam por Sofia recear aquele encontro. Aquele sorriso falava o mesmo idioma sim, falava sobre paixão, sobre amor à primeira vista, um sorriso que falou num beijo impulsivo.
- Eu vou fazer um esforço para falar inglês. – dizia Sofia – Sorry! Speak english!
Mike soltou uma gargalhada!
- E eu pórtuguês. Other place! Now!
Sem saber o que Mike revelaria mais tarde, esqueceram-se de todos os compromissos e deixaram que acontecesse, que a paixão revelasse a alegria dos seus corpos e fizeram das incertezas o momento.
Sob a nudez revelaram segredos.
- Speak about you.
- I’m live in England and I’m Erasmus student. I will ingress in Universidade de Lisboa.
- Really?
Com a felicidade, Sofia acabava por entender não só tudo o que ele dizia, mas também ela expressar-se em inglês.
Tal como Sofia e as amigas, Mike iria ingressar na Universidade de Lisboa, por um ano. O seu sonho não era de uma noite, todo este amor podia durar mais que um dia, que uma semana. Só o tempo o diria, mas naquele momento nem o tempo importava.
Sofia sabia que tinha sido louca em arriscar, mas por vezes quando a intuição nos fala, não é tão bom sermos loucos? É importante que saibamos quem somos e manter a nossa alma e a nossa consciência tranquila, mas cair na loucura não nos torna de todo insanos, por vezes torna-nos saudáveis.
Certamente se Sofia não arriscasse não saberia que o melhor ano da sua vida estava prestes a chegar!

(fim.)
 

 

 
 

 

09
Mar17

Um novo começo (parte V)

Carolina Cruz

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Quando se apercebeu de que era ele, Sofia quis correr para junto da grade, onde acabou por chegar e vislumbrar o olhar intenso e concentrado com que Mike tocava “Creed” de Radiohead. Os seus olhos tremeram de medo que os dele a olhassem, mas quando isso acontecera um sorriso nasceu. Um sorriso que quebrou todo o gelo e todo o medo que pudesse existir em Sofia. Fosse o que fosse que pudesse acontecer, ela sentia que não podia negar essa cumplicidade no bater do coração, não podia negar mais aquela atração e não podia rejeitá-la, ou a ela, por causa da sua língua, pois a paixão só tem um único idioma.
Quando as duas amigas chegaram ao pé dela, Sofia estava tão incrédula que não conseguia dizer o que sentia…
- É o meu… - Estava para dizer às amigas quando ele dedicou a próxima música que cantaria.
- The next music… dedicada a Sófia.
Aquela metade inglesa, metade portuguesa da frase dava-lhe um charme que era impossível resistir, assim como a música: “love of my life”, dos Queen. Embora se tratasse de uma hipérbole, ela podia sim, ser o amor da sua vida, naquele momento, naquela hora, naquele instante, o suficiente para durar a vida toda, se não arriscasse, também nunca saberia.
“Vai ter com ele”, “não hesites”, “arrepende-te apenas do que não fizeste”, diziam as amigas, quando Sofia decidira ir ter com ele onde milhares de miúdas aguardavam uma fotografia.
- Diga-lhe que é a Sofia. – Dizia ela ansiosa ao segurança.
Será que as portas do pequeno camarim se abririam para ela? Naquele instante em que pensava…
- Desculpe… - disse o segurança. – pode entrar.
Então as grades abriram-se numa brecha e quando pôde abrir a pequena porta de onde se encontrava Mike, os seus olhos voltaram a sorrir, os olhos de ambos.
- Sorry… - Disse-lhe Sofia. – Thank you! – os seus olhos diziam tudo, sem se esquecer de que era um beijo o que mais desejava.
Ele sorriu-lhe de volta, será que também ele sonhara com esse beijo desde que a salvara?

 

(continua...)

 

 

08
Mar17

Um novo começo (parte IV)

Carolina Cruz

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- Se o nosso guia fosse um rapaz novo é que era! – Comentou Catarina.
- Fogo! – Ripostou Sofia. – Pareces uma pita, Caty.
- Olha ao menos não rejeito convites de rapazes bonitos…
- Tinhas de vir.
- Estou a responder-te. Pura e simplesmente.
- Meninas! Chega! – Disse Mariana. – Vem aí o senhor!
Um senhor de meia-idade, com muita sabedoria e um belíssimo contador de histórias guiou-lhes o caminho pelo belíssimo Palácio da Pena.
Não era jovem, nem bonito, como Catarina desejava que fosse. No entanto, tinha sido impecável e ensinou muitos assuntos interessantes às três amigas, o que proporcionou uma visita bastante agradável.
No final da mesma, as três amigas foram informadas, que naquela noite haveria uma festa nos jardins do Palácio – a noite branca – a entrada seria apenas cinco euros. Teria a presença de um cantor bastante talentoso e com muita qualidade.
- Vamos? – Perguntou Mariana.
- Estou nessa! – Respondeu Sofia.
- Bora! – Exclamou Catarina

Passado umas horas, as três amigas estavam deslumbrantes, prontas para arrasar. Ia ser a melhor noite das suas vidas! Iam recordá-la para sempre, sem nunca esquecer.
Quando chegaram, Sofia estava decidida a aproveitar o concerto, as baladas que tocavam eram belíssimas, no entanto as outras amigas queriam bebidas.
- Então fazemos assim, vocês vão às bebidas, pedem por mim, e depois vêm ter comigo.
- Não é mais fácil esperares?
- Não.
Sofia queria mesmo ver o concerto, afinal de contas havia algo que lhe dizia que ia adorar aquele concerto, que a iria marcar.
- Vá, até já!
- Até já. – Disseram as outras duas amigas olhando uma para a outra.
Sofia tinha razão quando pensava que aquele concerto a iria marcar, pois quando chegou à frente do palco, pôde reparar que aquela cara não lhe era de todo estranha. Que beleza extraordinário, que sonho feito realidade. Fez-se-lhe luz: Mike. Era o seu super-herói. Era o inglês e simpático Mike.
Se aquele rapaz já parecia ter caído do céu quando a salvara, nessa noite tudo parecia dar-lhe um toque de magia, até o destino… Será que desta vez ela não podia arranjar desculpas para o enfrentar e arriscar o seu mau inglês?

 

(continua...)

 

 

07
Mar17

Um novo começo (parte III)

Carolina Cruz

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Mike, um jovem que estava de visita a Portugal, apercebeu-se da aflição da rapariga e como praticava surf desde pequenino, por instinto correu para ir salvá-la, usando apenas a força do corpo.
- You are a crazy girl! – Disse ele com um sorriso nos lábios. – Sorry, como se diz?
Sofia nem estava com cabeça para conseguir ouvir o que o rapaz dizia. Só se limitando a dizer obrigada!
- You’re welcome. – Disse sorrindo.
Sofia despertou, permanecendo na areia, perto dos seus braços.
- Posso saber o nome do meu herói?
- Hero? What?
Sofia suspirou, não se recordava que ele era estrangeiro.
- Sorry, what is your name?
- Ooh, Mike.
- Sofia! – Disse ela sorrindo.
- Nice to meet… Oops, “plazer”. Like, yes? Sorry, I don’t speak Portuguese.
- Pois, nem eu inglês! – Disse Sofia, suspirando novamente, não tinha sorte nenhuma…
- Um pouco, maybe! – Disse ele trocando-se todo.
- Companhia? – Tentou Mike dizer, fazendo um convite a Sofia.
- Não. – Disse Sofia, já um pouco chateada consigo mesma. Quem a mandava ser uma nódoa a inglês?, pensava para com ela.
Mariana, respondeu a Mike, falando num inglês fluente, que já chegava de praia, que iam até à pousada comer qualquer coisa e descansar.
- Ok, sorry! So, see you soon!
- Bye! – Disse Sofia envergonhada! – Thank you.
Catarina que estava acabada de chegar, já de bikini vestido, olhou para Sofia e abanou a cabeça, revirando os olhos.
- Amiga, és tão tola!
- Porquê?
- O rapaz estava a convidar-te para estares com ele…
- Sim e diz-me lá o que é que eu e ele íamos conversar? Eu mal sei falar inglês.
Mariana compreendeu a amiga.
- Eu percebo-a, Cati.
- Mas o gajo é cá um gato, e os beijos são universais…
- Tinhas de vir. – Disse Sofia afastando-se do mar e das amigas.
- Eish, para com isso, Catarina! Nem toda a gente é descontraída como tu nesse sentido. Sabes que a Sofia é tímida. – Disse Mariana defendendo a amiga.
- Fogo Mariana, eu não disse nada mal. Acho que ela devia aproveitar mais a vida.
- Caramba, não é andando com todos que ela aproveita mais ou menos a vida. Deixa-te disso, e vou ser-te sincera, tu assim também não vais longe.
- Vou a onde quero ir.
- Tu lá sabes…
A amizade é mesmo assim, dizer o que se sente, discutir a opinião de cada um, dizer as verdades, sem omissões. Estas três amigas eram todas elas bastante diferentes, mas tinham algo que as ligava para sempre – o amor que sentiam umas pelas outras, aquele que diz que nunca morre. Será?
Almoçaram, tomaram banho e foram dar um passeio pelo Palácio da Pena. Que lugares bonitos, cada uma delas parecia uma Alice no País das Maravilhas, mas quem lhes iria guiar o caminho?

 

(continua...)

 

 

 

 

06
Mar17

Um novo começo (parte II)

Carolina Cruz

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No primeiro dia, as três amigas deixaram as malas na pousada e foram aproveitar o belo dia que estava para apanhar sol na tão bonita praia da Pedra da Ursa.
As amigas, cada uma com a sua maneira de ser, sentaram-se na toalha.
Mariana era mais reservada, mais complexada com o seu corpo, Sofia gostava de se mostrar o quanto bastasse, ma, Catarina gostava de arriscar, gostava de dar nas vistas, então como ninguém a conhecia por aqueles lados decidiu que naquele dia não deixaria marca no decote e fez topless. As amigas sabiam que perante essas suas atitudes e ar descontraído os rapazes só morriam de paixão por ela, como se só ela existisse. Por muito que não gostassem e se sentissem com uma autoestima mais baixa, ela era amiga delas e sabiam que não era com essa intenção que ela o fazia, mas era sim, a sua forma de ser.
No entanto, nesse dia, Sofia não tinha acordado bem-disposta, as coisas que a amiga fazia ou dizia irritavam-na solenemente.
- Vou molhar os pés. Estou a torrar! – Disse Sofia.
- Eu vou contigo. – Disse Mariana percebendo a situação. – Sofia já sabes que ela é assim, tens de te rir em vez de te deixares irritar.
- Eu sei, que ela às vezes faz figurinhas, que dão mais vontade de rir, mas hoje não estou pra isso não consigo. Estou cansada que sejamos a sombra, e que os gajos com monte de esterco no cérebro e peso na cabeça de baixo só consigam olhar para um corpo bonito.
- Nem todos são assim, eu ainda acredito que há de chegar pelo menos dois diferentes para nós as duas.
- Pois, mas ela diverte-se e nós ficamos a olhar para ela…
- Não me importo nada, eu não preciso de um rapaz para me divertir, se é por causa do sexo? Vivo bem sem ele.
- Olha enquanto esse tal gajo que tu dizes que existe não aparece, vou dar um mergulho, vens?
- Estás louca? Está a puxar bué.
- Mas está bandeira amarela.
- Quase a virar para vermelha, vê lá se tens cuidado contigo, Sofia. Não quero ser tia sozinha.
A amiga riu à gargalhada e entrou no mar. Sofia devia ter dado ouvidos à amiga, porque perdeu o pé. Respirou fundo e tentou sair mas não estava a conseguir.
- Socorrooooo! – acabou por gritar.
Junto dela, Mariana entrou em desespero também, sem saber o que fazer.

(continua...)
 

 

 

 
05
Mar17

Um novo começo (parte I)

Carolina Cruz

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2006 era para Sofia um ano de mudança. Era finalmente o ano em que entraria para a faculdade, como sempre sonhara.
Estava ansiosa, iria sair de casa dos pais para viver com as amigas que também iriam com ela para a faculdade.
Sofia e as amigas viviam na Marinha Grande, mas queriam abrir novos horizontes e Lisboa era o lugar ideal para um novo começo, com muitas experiências e aprendizagens.
O plano era arranjar casa ainda durante as férias do Verão e conhecerem Lisboa de uma ponta à outra antes das aulas começarem. Queriam explorar vários lugares turisticos, passear, fotografar, de uma ponta a outra da cidade, os destritos mais bonitos.
Sintra era o lugar preferido de Catarina, que há muito queria visitar o Palácio da Pena, Mariana era apaixonada pela Quinta da Regaleira e Sofia queria muito apanhar banhos de sol na praia da Pedra da Ursa.
Tinham mil planos para fazer, mil passeios para planear, mas de uma coisa elas tinham a certeza aquele verão tinha de ser recordado para sempre, como o melhor das suas vidas!!

(continua...)

 

 

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