06
Mar17
Um novo começo (parte II)
Carolina Cruz
No primeiro dia, as três amigas deixaram as malas na pousada e foram aproveitar o belo dia que estava para apanhar sol na tão bonita praia da Pedra da Ursa.
As amigas, cada uma com a sua maneira de ser, sentaram-se na toalha.
Mariana era mais reservada, mais complexada com o seu corpo, Sofia gostava de se mostrar o quanto bastasse, ma, Catarina gostava de arriscar, gostava de dar nas vistas, então como ninguém a conhecia por aqueles lados decidiu que naquele dia não deixaria marca no decote e fez topless. As amigas sabiam que perante essas suas atitudes e ar descontraído os rapazes só morriam de paixão por ela, como se só ela existisse. Por muito que não gostassem e se sentissem com uma autoestima mais baixa, ela era amiga delas e sabiam que não era com essa intenção que ela o fazia, mas era sim, a sua forma de ser.
No entanto, nesse dia, Sofia não tinha acordado bem-disposta, as coisas que a amiga fazia ou dizia irritavam-na solenemente.
- Vou molhar os pés. Estou a torrar! – Disse Sofia.
- Eu vou contigo. – Disse Mariana percebendo a situação. – Sofia já sabes que ela é assim, tens de te rir em vez de te deixares irritar.
- Eu sei, que ela às vezes faz figurinhas, que dão mais vontade de rir, mas hoje não estou pra isso não consigo. Estou cansada que sejamos a sombra, e que os gajos com monte de esterco no cérebro e peso na cabeça de baixo só consigam olhar para um corpo bonito.
- Nem todos são assim, eu ainda acredito que há de chegar pelo menos dois diferentes para nós as duas.
- Pois, mas ela diverte-se e nós ficamos a olhar para ela…
- Não me importo nada, eu não preciso de um rapaz para me divertir, se é por causa do sexo? Vivo bem sem ele.
- Olha enquanto esse tal gajo que tu dizes que existe não aparece, vou dar um mergulho, vens?
- Estás louca? Está a puxar bué.
- Mas está bandeira amarela.
- Quase a virar para vermelha, vê lá se tens cuidado contigo, Sofia. Não quero ser tia sozinha.
A amiga riu à gargalhada e entrou no mar. Sofia devia ter dado ouvidos à amiga, porque perdeu o pé. Respirou fundo e tentou sair mas não estava a conseguir.
- Socorrooooo! – acabou por gritar.
Junto dela, Mariana entrou em desespero também, sem saber o que fazer.
(continua...)